Quando de sua primeira visita a Paris na idade adulta, logo após se instalar no hotel, Dr. Plinio se dirigiu a Notre Dame. Era noite, a cidade luz cintilava. Aproximando-se pela “rive gauche”, encantou-se com a vista da face lateral da catedral junto ao Sena, e mandou parar o automóvel para ficar um tempo contemplando aquela maravilha. Desejava glorificar a Deus refletido tão belamente no célebre edifício sagrado visto desse ângulo.
Essa atitude de admiração enlevada era manifestação de um amor pela Igreja que quase tocava nos limites da adoração, conforme declarou ele certa feita. Se São Francisco desposou a Dama Pobreza, aspirava Dr. Plinio com todo o coração fazer um desposório místico com a Santa Igreja Católica, Apostólica e Romana enquanto instituição.
E, como de direito, o máximo de seu afeto filial se dirigia ao Santo Padre, o Doce Cristo na terra. “Ubi Christus ibi Deus; ubi Ecclesia ibi Christus; ubi Petrus ibi Ecclesia”. “Só estaremos unidos a Nosso Senhor Jesus Cristo, mediante uma união sobrenaturalmente forte, união de vida e de morte, à Cátedra de São Pedro. Onde está Pedro, aí está a Igreja de Deus”, escreveu ele no Legionário (17/2/1946).
Devotadíssimo filho da Santa Sé, em outro artigo para o Legionário, fazia Dr. Plinio esta eloquente apologia de seu filial e entusiasmado amor pelo Papado: “De tal maneira a Igreja Católica está vincada à Cátedra de São Pedro que onde não há a aprovação do Papa não há Catolicismo. O verdadeiro fiel sabe que o Papa resume e compendia em si toda a Igreja Católica […]. Porque tudo quanto há na Igreja de santidade, de autoridade, de virtude sobrenatural, tudo isto, mas absolutamente tudo sem exceção, nem condição, nem restrição está subordinado, condicionado, dependente da união à Cátedra de São Pedro. As instituições mais sagradas, as obras mais veneráveis, as tradições mais santas, as pessoas mais conspícuas, tudo enfim que mais genuína e altamente possa exprimir o Catolicismo e ornar a Igreja de Deus, tudo isto se torna nulo, maldito, estéril, digno do fogo eterno, e da ira de Deus, se separado do Romano Pontífice. […] para nós, entre o Papa e Jesus Cristo não há diferença. Tudo que diga respeito ao Papa diz respeito direta, íntima, indissoluvelmente, a Jesus Cristo”(16/4/1944).
Fiel até o fim ao carisma recebido, desejou Dr. Plinio morrer tendo nas mãos o crucifixo e uma vela benta pelo Papa, como derradeira e suprema manifestação desse incondicional afeto e devotamento à Cátedra de São Pedro de que sua alma transbordava.
Foi Dr. Plinio, sem dúvida, em toda integridade um autêntico “vir catholicus, totus apostolicus, plene romanus”!