Em 24 de maio, a Igreja comemora a festa de Maria Auxiliadora dos Cristãos. Esta invocação da Santíssima Virgem foi especialmente cara a Dr. Plinio, desde sua infância. A jaculatória “Auxilium Christianorum, ora pro nobis” (Auxílio dos Cristãos, rogai por nós) brotava freqüentemente de seus lábios. Testemunho eloquente disto são os comentários transcritos abaixo, feitos em resposta à pergunta de um jovem ouvinte.
Nossa Senhora Auxiliadora dos Cristãos! Por que o título de Auxiliadora? Nossa Senhora tem como maior glória o ser auxiliadora? Para Ela não é glória maior ser Mãe de Deus? É claro!
Para Ela não é gloria maior ser co-Redentora do gênero humano? É claro! Para Ela não é glória maior ter sido concebida sem pecado original? É claro!
Por que, então, Nossa Senhora Auxiliadora? Por que tanta insistência em torno desta invocação: Nossa Senhora Auxiliadora?
Compreende-se, pois Ela, Mãe de Nosso Senhor Jesus Cristo e nossa Mãe, está permanentemente disposta a nos ajudar em tudo aquilo que nós precisamos. São Luís Maria Grignion de Montfort tem uma expressão que parece exagerada, mas que está absolutamente dentro da verdade: se houvesse no mundo uma só mãe reunindo em seu coração todas as formas e graus de ternura que todas as mães do mundo teriam por um filho único, e essa mãe tivesse um só filho para amar, ela o amaria menos do que Nossa Senhora ama a todos e cada um dos homens.
De maneira que Ela de tal modo é Mãe de cada um de nós e nos quer tanto a cada um de nós — por desvalido que seja, por desencaminhado que seja, por espiritualmente trôpego que seja — que quando qualquer homem se volta para Ela, o primeiro movimento d’Ela é um movimento de amor e de auxílio. Porque Nossa Senhora nos acompanha antes mesmo de nos voltarmos para Ela. Ela vê nossas necessidades e é por sua intercessão que nós temos a graça de nos voltarmos para Ela. Deus nos dá a graça de nos voltarmos para Ela, nós nos voltamos e a primeira pergunta d’Ela é: “Meu filho, o que queres?”
Mas nós temos dificuldade em ter isto sempre em vista. Por quê? Porque nós não vemos, e, na nossa miséria, muitas vezes somos daqueles que não creem porque não vêem. Nós esquecemos. Não duvidamos, mas esquecemos, nos sentimos tão deslocados que dizemos: “Mas será mesmo? Depois, aconteceu-me isto, aconteceu-me aquilo, aconteceu-me aquilo outro, eu pedi a Ela e não fui atendido: por que vou crer que agora serei socorrido? Mãe de Misericórdia… para mim, às vezes sim, mas às vezes não… Nesta próxima provação, por que confiar que serei socorrido, ó Mãe de Misericórdia?!”
É nessas horas, mais do que nunca, que devemos dizer: “Auxilium Christianorum, ora pro nobis!” Nas horas em que nós não compreendemos, não temos noção do que vai acontecer, nós devemos repetir com insistência: “Auxilium Christianorum! Auxilium Christianorum! Auxilium Christianorum!”
Porque para todo caso há uma saída. Nós às vezes não vemos a saída que Nossa Senhora dará ao caso, mas Ela já está dando uma saída monumental.
A esse título, portanto, muito especial, nós devemos repetir sempre: “Auxilium Christianorum!” Nossa insuficiência proclama a vitória d’Ela, canta a glória d’Ela. Por isso, esta prece deve estar nos nossos lábios em todos os momentos: “Auxilium Christianorum, ora pro nobis! Auxilium Christianorum, ora pro nobis!”
Meus caros, rezemos, portanto, “Auxilium Christianorum! Auxilum Christianorum! Auxilium Christianorum!” em todas as circunstâncias de nossa vida, e nossa vida acabará tal que, na hora de morrer, quando nós estivermos no último alento e ainda dissermos “Auxilium Christianorum”, daí a pouco o Céu se abrirá para nós.