Sobre diversos monumentos da Cristandade, o dedo de Deus como que pousou e os revestiu de charme. Diversas vezes, o charme que neles notamos não é senão a própria manifestação da graça divina. Isso transparece de modo mais admirável, a meu ver, no obelisco da Praça de São Pedro. Posto na areia do deserto ou perto de uma pirâmide, na entrada de um templo ou ao lado da esfinge de Gizeh, ele não causaria a impressão que nos causa junto à Basílica do Vaticano. Perto daquele obelisco, minha alma sente uma reverência à pessoa do Papa, ao trono do Príncipe dos Apóstolos.
O Vigário de Cristo é o obelisco da Igreja Católica. O lema dos cartuxos “stat Crux dum volvitur orbis” (“a Cruz permanece firme enquanto o mundo gira”) bem poderia estar inscrito na base do obelisco, porque é a sensação que ele transmite: a de um centro em torno do qual a Terra gira, mas que fica imóvel. É a Igreja infalível, eterna, representada pelo Sumo Pontífice. Está tudo dito.
Plinio Corrêa de Oliveira