Rainha de todos os Santos

Eleita pela Sabedoria divina como Soberana de todo o universo, Nossa Senhora é, por isso mesmo, Rainha de todas as ordenações dispostas por Deus nos vários âmbitos da Criação, de modo particular no que tange a natureza humana. E nesta, quando fiel à moral, a ordem corresponde à virtude e, portanto, a uma certa forma de santidade.

Pode-se dizer, pois, que a Senhora de todas as ordenações é, em conseqüência, a Rainha de todas as santidades que existiram, existem e ainda existirão, possuindo-as nos seus píncaros respectivos

— Regina Sanctorum Omnium.

A música dos Anjos no Céu

Platão imaginava que os corpos celestes eram como esferas de cristal as quais, girando umas sobre as outras, produziam uma sinfonia universal. É uma linda ideia, mas ela se torna pálida quando consideramos os Anjos, espíritos perfeitíssimos, puríssimos, virtuosíssimos, fidelíssimos, continuamente contemplando a Deus, exclamando em cânticos o seu sentir.

 

Quando ouvimos um canto, notamos haver uma analogia entre o falar humano e esse cântico, porque cada nota posta ali é como uma inflexão da voz humana quando o homem afirma alguma coisa.

O cantochão, o polifônico, a música clássica

Por exemplo, ao pronunciar “afirma alguma coisa” involuntariamente dei ênfase à palavra “afirma” para indicar o caráter afirmativo do que eu queria dizer, enquanto fui muito rápido no resto da frase, porque “alguma coisa”, sendo um termo vago, pronuncia-se rapidamente, como uma pincelada apenas no pensamento. De maneira que, no pronunciar a frase, fiz o que todo mundo faz, ou seja, martelei as sílabas, modulei a voz de acordo com o que me vai no temperamento e na alma a respeito daquilo que estou dizendo.

Então é um modo de proferir as frases, por onde a pronúncia como que discretamente canta o que está sendo dito. E esse “cantar” indica o meu estado temperamental e o sabor por mim encontrado – bom ou mau, agradável ou repelente – naquilo que estou dizendo.

Em geral, tanto o cantochão quanto o polifônico têm isso de próprio: cada nota é uma meditação sobre o sentido da palavra que está sendo dita, é uma tomada de posição piedosa, ora triste, ora alegre, ora afetuosa, ora adorativa, ora reparadora, ora eucarística a respeito daquilo que está sendo afirmado. Por isso é bonito acompanhar exatamente assim a música, palavra por palavra.

Entretanto, podemos ver na música um outro aspecto. Se tomarmos a música clássica, por exemplo, veremos tratar-se de uma magnífica arquitetura de sons. Essas melodias podem ser comparadas, de algum modo, a um prédio com as suas massas distribuídas, suas colunas, seus corpos de edifício, seus desdobramentos, mas onde entra algo mais abstrato do que a expressão de um pensamento humano: introduz-se uma pura ideia de harmonia.

Poderíamos nos perguntar qual dessas é a verdadeira concepção da música e, se ambas são verdadeiras, qual a mais alta.

Diante desse problema, eu me pergunto se não haveria um estilo de música que reunisse ambas as perfeições, porque são manifestamente tão nobres e tão altas que um certo senso da unidade nos faz desconfiar de que haja a possibilidade de reunir as duas concepções numa visualização só.

Porém, ainda não encontrei uma fórmula e nem sei se isso é possível. Indico apenas essa ideia para esboçar um pouco aquilo que, provavelmente, é a música dos Anjos no Céu. Que os Anjos têm uma melodia no Céu, embora não seja a música material, é positivo. Que esta melodia deve ter uma arquitetura sonora magnífica, expressão do ser deles, é fora de dúvida.

Haverá no homem, com as limitações para a criatura humana, a possibilidade de uma música assim? Também não sei. Mas é uma coisa a respeito da qual se pode cogitar.

Cogitações que nos incentivam a pensar no Céu

Exatamente são as cogitações que valem a pena ter como entretenimento quando, por exemplo, a rotina está monótona. É um entretenimento inocente que deixa a alma leve. E um certo cultivo da leveza de alma vai bem para quebrar esses estados um tanto depressivos a que possamos estar sujeitos.

Platão imaginava os corpos celestes como esferas de cristal girando umas sobre as outras eternamente, e ele tinha a ideia de que cada uma dessas esferas produzia um som, e que esses sons todos se encontravam no universo, produzindo uma música universal resultante dos movimentos dos astros.

Notem quantas noções bonitas estão postas dentro dessa concepção. Esferas de cristal que giram, já é uma verdadeira beleza! O som que se desprende dessas esferas, correlato com a cor, a densidade e a rotação desses cristais, uma policromia conjugada a uma harmonia, que coisa bonita!

Essa música não exprimiria o sentir humano, seria uma pura arquitetura universal, quase uma meditação filosófica sonora, mas que produz no homem um reflexo. Então se poderia imaginar um ponto de encontro que seria a expressão da reação humana diante dessa harmonia universal, e musicar isso.

Cogitações como essa nos ajudam a suportar o peso da vida e nos incentivam a pensar no Céu. Como ficam estúpidas essas lindíssimas esferas de cristal quando consideramos que existem os Anjos, espíritos perfeitíssimos, puríssimos, virtuosíssimos, fidelíssimos, continuamente contemplando a Deus, vendo n’Ele belezas sempre as mesmas e sempre novas, exclamando em cânticos o seu sentir. É uma coisa maravilhosa!

Plinio Corrêa de Oliveira (Extraído de conferência de 23/3/1970)

Revista Dr Plinio 232 (Novembro de 2017)

Justiça e misericórdia

A Igreja, tendo comemorado condignamente, no dia 1º de novembro, os seus filhos que exultam no Céu, pretende, sem demora, socorrer com seus piedosos sufrágios os que ainda gemem no purgatório para que possam, o quanto antes, juntar-se aos cidadãos do Céu.

Essas palavras do Martirológio, comentava Dr. Plinio, “explicam o motivo pelo qual a Santa Igreja instituiu uma celebração própria a convidar os fiéis a alcançarem, com suas preces, a libertação das almas do purgatório.

“Neste lugar de purificação devemos ver um aspecto maravilhoso da sabedoria divina, cujo equilíbrio nele reluz de modo especial, isto é, a conjunção da justiça e da misericórdia infinitas de Deus, adornadas pela insondável solicitude materna de Nossa Senhora que desempenha particular papel em relação àquelas almas.

“Com efeito, podemos contemplar como o Criador, de um lado, não poupa a essas almas a expiação que têm de cumprir por conta das faltas cometidas neste mundo; de outro, admiramos como Ele as ama, pois passaram desta vida na graça de Deus e possuem a imensa alegria, a suprema consolação de se saberem merecedoras da eterna bem-aventurança, na qual hão de ingressar após seu período de purificação.

“Ora, para os espíritos que já não se encontram ligados a corpos mortais, que já não consideram as coisas com a fraqueza de um homem unido à carne perecível e, portanto, compreendem melhor o significado de eternidade, essa certeza do Céu representa um regozijo sem fim. Sabem que possuirão a visão beatífica e o amor de Deus para sempre, sabem que tudo quanto sofrerem no purgatório é pouco em comparação com o oceano de deleites, de alegria e felicidades infindos que as aguarda no Paraíso Celeste.

“Essa garantia traz para a alma do fiel defunto um alento indizível, fazendo-a sentir a predileção de Deus para com ela, como se o Senhor lhe dissesse: “Tu és minha filha, e minha filha dileta. Durante toda a eternidade me contemplarás, e Eu terei a alegria — de dentro de minha felicidade substancial e perfeita — de contemplar a ti!”

“Não será difícil perceber como essa promessa divina é de um valor superior a qualquer tesouro que possamos imaginar. Tanto mais se, à misericórdia divina, somarmos o carinho materno e o amparo sem limites de Maria Santíssima para com as almas do purgatório. Não sem razão A cultuamos como a vida, doçura e esperança nossa, e Ela o é, de modo todo particular, para os que purgam suas faltas a um passo do Céu. Segundo certas revelações particulares, a Mãe Deus, durante o ano inteiro (para usarmos a linguagem terrena) obtém a libertação de almas do purgatório, porém o faz de maneira especial no dia em que a Igreja celebra alguma festa mariana. Nossa Senhora desce até lá, e onde Ela entra, envolta como que num orvalho celestial, as chamas fogem, os tormentos se pacificam, as almas se tomam de um maravilhamento indescritível e muitas delas acompanham de volta o Refúgio dos Pecadores até a glória eterna, à qual doravante pertencem.”

Essas consoladoras reflexões a propósito da Festa dos fiéis defuntos, Dr. Plinio as concluía com este judicioso conselho:

“Peçamos à Santíssima Virgem, nossa esperança e doçura nesta vida e na futura, obtenha-nos a graça de nos compenetrarmos de tudo quanto significa o purgatório, como dolorosa expiação, assim como de transição para a eterna bem-aventurança, iluminado pela misericórdia de Deus e de Maria. Queira Ela nos auxiliar a termos almas limpas e íntegras, que procuram evitar não só o pecado mortal, mas também o venial, tão detestado por Deus a ponto de Este o punir com aqueles padecimentos.

Tal seria a súplica adequada a fazermos a Nossa Senhora nessa celebração.”

Plinio Corrêa de Oliveira

Apelo ao píncaro de santidade

No dia 1º de novembro a Igreja celebra a festa de Todos os Santos, com a qual procura, ao mesmo tempo, louvar aqueles que já se encontram no Céu e impetrar sua intercessão em favor dos que ainda peregrinam neste mundo.

Com efeito, juntos a Maria Santíssima e aos coros angélicos, os bem-aventurados merecem o nosso culto e nos auxiliam, com suas preces, a alcançarmos nós mesmos a santidade para a qual fomos chamados. Um convite que, como sempre assinalou Dr. Plinio, não é privilégio de poucos, mas se estende a todos os homens. E esse anelo à perfeição se mostrará tanto mais necessário e intenso, quanto mais obstáculos lhe erga o mundo.

Em artigo intitulado “O primado da Santidade”, assim nos exortava Dr. Plinio:

“Tenho para mim como indiscutível que, se em nossa época materializada e devassa, surgisse novamente um São Francisco de Assis, sua personalidade se imporia à admiração universal de um modo muito mais definitivo e rápido do que em qualquer época passada.

“É certo que a virtuosa Idade Média, profundamente imbuída de espírito católico, estava muito mais apta a compreender devidamente o grande estigmatizado de Assis. Convém, no entanto, ponderar que, dado o próprio espírito católico e sua geral disseminação em todas as classes sociais, a sede de virtude, parcialmente saciada em cada indivíduo, era muito menos veemente do que nos dias desoladores em que vivemos.

“O homem — disse certo escritor pagão — é um anjo decaído. E, por mais que nele imperem os vícios e defeitos da decadência, há sempre no seu coração, consciente ou inconsciente, uma grande nostalgia do Céu.

“Se se perscrutar cuidadosamente qualquer coração humano, seja ele o de um santo, o de um sábio, o de um ignorante ou o de um detento de penitenciária, notar-se-á sempre a existência de sentimentos mais ou menos profundos, que anseiam por um grande ideal de pureza e de santidade.

“Enquanto viveu a civilização cristã, a vida era uma série de altruísmos que colaboravam para a felicidade coletiva. Repudiado o Catolicismo como lei suprema das relações entre homens e povos, a vida passou a ser uma série de egoísmos que se combatem. Daí o ‘homo homini lupus’ [o homem é o lobo do homem]. (…)

“Por mais que o homem desça abaixo de si mesmo, sempre será sensível à influência irresistível da santidade, que lhe aplacará as paixões e lhe serenará a tirania dos vícios, como a música de Orfeu domava as feras.” (Extraído do “Legionário” nº 96, de 21/4/1934).

Continuamente fiel ao seu pensamento, como nos é dado acompanhar nas páginas desta revista, outra coisa não se vê em Dr. Plinio que um apelo constante a que, pela misericordiosa intercessão de Maria e dos santos, alcancemos cada um de nós o píncaro da santidade.

 

Plinio Corrêa de Oliveira

Misericordiosa Mãe

Ainda que não nos lembremos de Nossa Senhora, Ela está Se lembrando de nós do alto dos Céus, pedindo por nós com uma misericórdia que nenhuma forma de pecado pode esgotar. Basta nos voltarmos para esta misericordiosa Mãe para que, cheia de bondade, Ela nos atenda e nos limpe a alma, dando-nos força para praticarmos a virtude e nos transformarmos de pecadores em homens bons.

Plinio Corrêa de Oliveira

Como começar a rezar o Rosário

O modo ideal de começar a rezar o Rosário é oscular o Crucifixo, pedindo a Nossa Senhora que seja intermediária Nossa e que esse ósculo seja dado por intermédio d’Ela para ser grato a Ele.

Depois, começamos as orações do Rosário em união com Maria e por intermédio de Maria, de maneira tal que toda a oração se faça por esta forma; os 3 terços do Rosário.

Plinio Corrêa de Oliveira – 10/03/1984

 

 

Nossa Senhora do Trânsito: rogai por nós!

Crentes na Ressurreição da carne, devemos vencer o vale da morte com a gaudiosa esperança de, um dia, ressurgir com corpo e alma para a bem-aventurança eterna. Recorramos, para isso, à bela e muito propícia invocação de Nossa Senhora do Trânsito.

Trânsito deriva do latim “transire”, ou seja, atravessar. Nossa Senhora do Trânsito é Nossa Senhora da travessia tremenda, que, desejando morrer, quis nos ensinar e ajudar a enfrentar a morte.

Porém, nos dias deste mundo não é esse o único trânsito perigoso que temos diante de nós, pois a própria vida é uma dura travessia, com tudo o que ela acarreta. “Talis vita, finis ita”: a hora da morte é um compêndio de nossa vida. Se quisermos ter uma morte corajosa como a da Santíssima Virgem, tenhamos uma existência marcada pela prática resoluta dos Mandamentos, confiantes na maternal e incansável solicitude de Maria.

 

Plinio Corrêa de Oliveira

Santidade “victa et non picta”

Santo Afonso Rodrigues conseguiu fazer um bem imenso à Espanha e a todo o mundo, ocupando um posto humílimo. Ele era porteiro de um convento situado numa ilha que naquele tempo tinha comunicação difícil com o continente. Ali ele consumiu quarenta e cinco anos de sua existência.

Apesar de estar nesse recanto, o bom odor de Jesus Cristo que havia nele espalhou-se por toda a ilha de Palma de Mallorca, pela Espanha e depois pelo mundo, com a figura venerável desse porteiro velho, acolhedor, afável, sempre ao alcance de todos na portaria e, portanto, podendo ser consultado por quem quisesse. Isso fez de sua cadeira de porteiro um trono da sabedoria. Todos iam lá para vê-lo e ouvi-lo.

Foi uma vida toda integrada e empregada no serviço de Deus Nosso Senhor e da Santa Igreja Católica, porque a santidade, ou seja, a sabedoria, tem uma irradiação própria que a nada se compara. Não é tão importante que o Santo esteja num lugar onde todos veem, porque onde ele se encontre o afeto e a admiração confluem para lá. Basta que seja um Santo autêntico, com uma santidade – como diziam os antigos – “victa et non picta”, isto é, conquistada e não pintada.

Plinio Corrêa de Oliveira (Extraído de conferência de 30/10/1967)

Considerações sobre a visão beatífica

O homem foi criado para a visão beatífica. Se tivermos bem em mente que o nosso fim, a nossa única verdadeira razão de ser é contemplarmos Deus face a face por toda a eternidade, consideraremos tudo com muito mais seriedade. Todas as nossas ações, ainda quando moralmente neutras, conforme o modo com que as praticamos, podem nos aproximar ou distanciar de Deus. A Doutrina Católica faz da vida uma preparação para a eternidade, e deseja que as almas na Terra se exercitem naquilo que farão no Céu.

 

Trataremos de alguns temas que possam nos favorecer para uma impostação de alma contrarrevolucionária.

Cada ação do homem acarreta consequências enormes, na presença de Deus

Em primeiro lugar, mostraremos como tudo na vida é sério, grave e, portanto, devemos abandonar essa tendência moderna à irresponsabilidade, à irreflexão, à improvisação, e compreendermos que cada ação nossa, por pequena que seja, acarreta para nós consequências enormes na ordem verdadeira e profunda dos fatos, quer dizer, na presença de Deus. Tudo quanto realizamos se faz na presença de Deus, com referência a Ele e, por isso, toma uma gravidade, uma importância sem fim.

A visão beatífica nos ajuda a isso porque, se tivermos bem em mente que o nosso fim, a nossa única verdadeira razão de ser é contemplarmos Deus face a face por toda a eternidade, consideraremos tudo com muito mais seriedade.

Para ilustrar o conceito de eternidade, costuma-se dar em aulas de Catecismo uma comparação bem-apanhada. Tomem uma pedra bastante dura, o granito, por exemplo. Em tese, se alguém roçar o dedo sobre o granito, uma particulazinha dele pode desprender-se, e mais provavelmente se desprende, por pequena que seja. Então, imaginem uma andorinha que passasse pelo Pão de Açúcar de mil em mil anos e roçasse apenas com a ponta do bico naquela montanha. Quanto tempo levaria para demoli-la? Não há cálculo possível! Pois bem, quando a andorinha tivesse acabado de destruir o Pão de Açúcar, era como se a eternidade estivesse no seu começo.

Compreendemos, assim, o quanto é sério e grave aquilo que pode nos aproximar ou nos afastar dessa visão beatífica. Ora, de um modo geral, tudo nos afasta ou nos aproxima dela. Porque todas as ações, ainda quando moralmente neutras, conforme a ordenação com que o homem as pratica, podem aproximar ou distanciar de Deus.

Exemplifiquemos com a atitude mais comum do mundo: um homem está viajando de ônibus e abre uma janela. Em si, abrir a janela ou fechá-la é uma ação moralmente indiferente. Se o ônibus estiver a toda velocidade e se o indivíduo gozar do impacto daquele vento razoavelmente, aquilo é uma ação boa. Não é intrinsecamente boa, mas pela ocasião em que a fez, pelo modo que a praticou, etc., é ordenada. Está ordenada à natureza dele. Uma vez que está passeando, vivendo, o homem faz aquilo e aproveita o deleite. Está bem, sobretudo se ele se lembrar de dar graças a Deus que, como dizia São Francisco de Assis, criou “nosso irmão ar”, tão deleitável e tão agradável. Aí a ação fica melhor, entrou um elemento positivo, uma oração a respeito da ação.

Mas se ele, por exemplo, meter a cabeça no vento pela embriaguez da velocidade – nós veremos isto mais adiante –, produz um mau efeito em sua alma. E essa embriaguez da velocidade pode distanciá-lo do fim último que é Deus.

Duas influências opostas: Europa e Hollywood

Tenho falado muitas vezes a respeito do choque de influências que se produziu, entre os anos 1920 e 1930, no Brasil, pela permanência das tradições e dos contatos com a Europa e pela entrada da influência hollywoodiana.

O Brasil daquele tempo recebia as grandes águas da tradição europeia e a catarata, então recente, da influência de Hollywood, e essas coisas incidiam juntas.

Uma das notas que diferenciava a influência norte-americana da europeia era que a Europa tinha o seu passado calçado pela cultura quase bimilenar, em algum sentido mais do que bimilenar se remontarmos aos romanos e gregos, cujas culturas, de um modo ou de outro, santificadas depois pela Igreja Católica, acabaram dando na Idade Média.

Nisso entraram séculos de estudos, de reflexão, e as pessoas tomaram o hábito de ler, de pensar, de estudar, nos ritmos da vida de antigamente.

Uma vida na qual o homem não tinha os instrumentos de ação para agir depressa como ele dispõe hoje em dia. Como consequência, a vida humana corria muito mais devagar, muito mais tranquila e cheia de interstícios.

Lembro-me de que meu bisavô(1), sendo deputado do Parlamento do Império, levava um mês para ir de São Paulo ao Rio de Janeiro a fim de tomar conta de sua cadeira no Parlamento. Não sei se ele ia fazendo também um pouco de propaganda eleitoral, mas o fato é que era uma viagem assim.

Partiam de São Paulo para o Rio de Janeiro famílias inteiras com verdadeiras caravanas e, quando chegava perto da cidade do Rio, a caravana parava, as senhoras se arranjavam, ajeitavam-se nas liteiras, os homens se compunham para entrar na Corte, como chamavam antigamente a capital do Império.

Imaginem um deputado que sai de São Paulo no dia primeiro de janeiro para chegar ao Rio, à Corte do Império, no dia primeiro de fevereiro. O interstício enorme em que ele não recebe notícias, e quase não tem como mandar notícias, e fica pensando na viagem, no caminho, em uma porção de coisas! Queiram ou não queiram, resulta numa vida refletida. As reflexões podem ser boas ou não, é outra questão; refletir, ele reflete.

Um pequeno fato da vida de Talleyrand

Há algum tempo li a narração da seguinte cena, num livro sobre Talleyrand(2). Ele tinha uma sobrinha com a qual morava na embaixada francesa, em Viena. E ia dar uma jogada diplomática extremamente importante, e do interesse da sobrinha, no Congresso de Viena. Então, combinou com ela o seguinte:

– Quando você ouvir o ruído de minha carruagem pela rua – vejam que rua tranquila para se discernir o ruído da carruagem de Talleyrand! –, vá à janela ou porta da embaixada e note: se eu estiver com um lenço na mão, será o sinal de que tudo deu certo; se não aparecer o lenço, quer dizer que não deu em nada.

Então, o que hoje se liquidaria por um telefonema, levava o tempo necessário para, terminada a sessão do Congresso, ele se despedir de todo mundo, descer a escadaria ajudado por alguém – era manco –, entrar na carruagem seguindo todo um cerimonial: um lacaio abria a porta, descia uma escada, Talleyrand subia, sentava-se, depois se sentava o secretário, batia-se a porta, o cocheiro subia na boleia, os outros dois lacaios, de libré, subiam atrás, e só então os cavalos começavam a puxar o carro pelo calçamento de Viena, e Talleyrand lá ia chacoalhando até a embaixada francesa. Ora, em nossos dias, muito antes de tudo isso ter-se realizado, por um telefonema do secretário para a sobrinha, ela teria ficado sabendo do resultado.

Notem quanto tempo levava uma notícia para chegar dentro da própria cidade. Tal era a ansiedade da sobrinha que, à pequena distância, um lenço já deveria encurtar o espaço da espera; mas tem que aguardar. Enquanto espera, precisa pensar em outra coisa porque a pessoa se cansa de conjeturar. Acaba havendo tempo para aprofundar os assuntos e refletir a respeito das questões. É natural.

Forma-se, assim, um teor de vida de que as pessoas hoje não têm mais ideia. Porque a pressa tomou conta da existência e conferiu à vida outros valores, outros ritmos nos quais a reflexão não entra.

Se a cena descrita acima se passasse hoje, Talleyrand diria à sobrinha:

– Eu mando meu secretário lhe dar um telefonema logo que a sessão esteja encerrada. Você aproveita e telefona daí para o Ministério do Exterior em Paris e para as nossas embaixadas em Roma, Berlim, Londres, Madrid, Lisboa, e depois para Washington, contando o que houve. Quando eu chegar em casa já quero ter as reações de todos esses Ministérios.

Ela era uma mulher inteligentíssima e daria conta do recado. Ele já chegaria arfando:

– O que disse o Ministro do Exterior? Está bem o que eu consegui ou não? Qual foi a repercussão em Washington? E em Londres?

Que tempo ele teve para pensar? No sacolejar da carruagem entrava a reflexão.

O corre-corre tira o hábito de pensar

Se tomarmos os quadros representando as pessoas de antigamente, veremos como todas têm fisionomia de quem está refletindo. Porque a reflexão era a expressão fisionômica habitual delas, pois havia tempo para isso.

Já nas fotografias tiradas das pessoas das vésperas da Primeira Guerra Mundial para cá, as fisionomias são cada vez mais irrefletidas, e a fotografia é instantânea ou o indivíduo não sabe mais fazer pose, porque para isso é preciso refletir um pouco. O instantâneo é a lembrança que deixa atrás de si o homem do corre-corre. É forçoso.

Antes dos anos 20, a vida era tal que nas casas de burguesia média, e às vezes menos do que isso – portanto, a “fortiori”, nas classes mais altas –, os quartos de dormir eram espaçosos e, principalmente os de senhoras, tinham, em geral, além do necessário para dormir, um mobiliário sumário. Podia ser, por exemplo, um sofá e algumas cadeiras, porque as conversas muito reservadas se faziam no quarto de dormir. Ia-se para o mais interno da casa e conversava-se ali.

Por vezes, a pessoa se recolhia ao quarto de dormir durante o dia para pensar bem. Não deitava na cama, porque isso ocorre quando se está doente ou para dormir à noite, fora disso não. Então, recostava-se no sofá e ficava pensando, isolada de todo mundo.

Com o corre-corre, que é muito prejudicial porque tira o hábito de pensar, vem outra circunstância bastante nociva: é a convicção de que para o homem ou a mulher, o moço ou a moça e até a criança, levar uma vida digna deste nome deve fazer tanto quanto possa e pensar pouco, porque pensar é perda de tempo. Portanto, é preciso fazer, fazer, fazer, quanto mais fizer melhor. O indivíduo tem uma espécie de embriaguez de fazer, porque julga desperdiçar o tempo pensando.

Então, nós temos o desprezo, ou pelo menos o menosprezo, da reflexão imposto pela pressa.

Isso leva ao contrário do que quer a Doutrina Católica, pois esta faz da vida uma preparação para a eternidade, e deseja que as almas na Terra se exercitem naquilo que farão no Céu.

O homem foi feito para a beatitude celeste

Segundo São Tomás de Aquino, o homem foi feito para a beatitude celeste, a fim de conhecer a Deus eternamente – o que é refletir –, e para exercer não só um ato de cognição, mas de amor contínuo e eterno.

Nesta Terra, diz ele, o homem tem em semente a beatitude primária, que é contemplar, com algo que participa da visão beatífica – o Batismo nos confere um começo da visão beatífica. Quando o homem reflete sobre a ação – se isto é ordenado para Deus –, ele possui uma espécie de contemplação secundária, tendo como fim a beatitude, quer dizer, o conhecimento de Deus(3).

Como isso é diferente da vida do corre-corre! E como a existência regular, pausada, com hiatos que dão possibilidades de pensar, é diferente e mais apropriada do que a vida de hoje, em que a parte principal da contemplação nesta Terra não só cessa, mas o homem fica incapaz de contemplar. Aqui está o pior: a mania da velocidade incapacita o homem para a contemplação, e ele se vicia no agir como outro pode viciar-se em drogas.

É importante mostrar como essa influência é contra o que a Igreja quer de nós. Por isso pretendo aproveitar algumas reflexões de São Tomás de Aquino sobre a visão beatífica, não só para considerar a suma gravidade das coisas, mas também como a Doutrina Católica rejeita a idolatria da pressa, presente em tantas pessoas.

Superioridade dos prazeres da alma em relação aos do corpo

No Tratado da bem-aventurança, na Suma Teológica (Cf. I-II, q. 3, a. 1), São Tomás pergunta se a beatitude é algo criado, e explica que o fim último do homem tem duas acepções: uma é a bem-aventurança enquanto sendo o próprio Deus, e, neste sentido, é incriada. Outra é o ato pelo qual o homem desfruta da visão de Deus; nesta acepção ela é criada.

De maneira que a visão beatífica é, neste sentido da palavra, a eterna prática do ato pelo qual o homem vê e ama Aquele para o qual nasceu a fim de ver e amar.

Mais adiante (Cf. I-II, q. 3, a. 3), São Tomás pergunta se os sentidos do homem têm alguma alegria com a visão beatífica. E ele resolve com a mesma simplicidade, dizendo que os sentidos não podem conhecer a Deus, porque são aptos para conhecer a matéria. Ora, Deus não é matéria.

Entretanto, pondera que o homem forma um todo com a inteligência, a vontade e a sensibilidade. Assim, embora os sentidos não conheçam diretamente a Deus, o gáudio que a alma tem na visão beatífica reflui nos sentidos e os torna muito mais retos, perceptivos e capazes de se alegrarem na esfera própria.

O Doutor Angélico remete para o que ele diz a respeito da ressurreição (Cf. Supl. q. 82). O homem ressurreto, cuja alma vê a Deus, encontra-se num estado esplêndido; além da magnificência da reconstituição em si, está inundado pelos efeitos benéficos da alma que vê a Deus.

Na própria clareza e simplicidade dos raciocínios de São Tomás, temos um exemplo minúsculo da superioridade dos prazeres da alma sobre os do corpo, e como aqueles refluem sobre este. Basta pensarmos como esses raciocínios poderiam fazer bem para o corpo de um filósofo que tivesse algum problema a esse respeito e não soubesse como resolver. Ao ler na Suma Teológica essas considerações, ele se tomaria de uma alegria espiritual que lhe poderia aliviar, por exemplo, de uma enxaqueca.

Percebemos, por conseguinte, a maldade presente em tanta coisa da civilização moderna. Por exemplo, a televisão, absorvendo continuamente os sentidos, monopoliza a atenção e a impede de se voltar para coisas dessas. Resultado: a pessoa fica incapaz de se deleitar com esta superior forma de alegria que a alma sente ao considerar as coisas da inteligência, ou seja, da contemplação.

Vemos, assim, como a Revolução mente ao dar a entender que o prazer está na lubricidade, na impureza, na pressa. É o gosto de destruir, de se achincalhar, de se tornar hippie. Enquanto a Igreja leva o homem para ser Anjo, a Revolução leva-o para ser hippie.

Inteligência especulativa e inteligência prática

Outra pergunta posta por São Tomás: se a beatitude, vista enquanto ato do homem, é uma operação da inteligência especulativa ou da inteligência prática (Cf. I-II, q. 3, a. 5).

“Especulativa” vem de “speculum”, que significa espelho, em latim. A inteligência especulativa é aquela que se coloca diante da realidade e a absorve dentro de si, como o espelho recebe a imagem. Por esta razão é adequado se referir ao reflexo do espelho ou à reflexão do homem. Notem a proximidade das duas palavras.

A inteligência prática é aquela que, posta a reflexão, opera para que as coisas se ordenem como devem ser. Então, se vejo no céu um fenômeno qualquer que me agrada, por exemplo, um eclipse, minha inteligência especulativa apreende e eu penso sobre aquilo. A inteligência prática faz-me tomar a deliberação de acompanhar as evoluções da Lua para, quando houver outro eclipse, eu possa ver de novo. Para isso, deverei adotar uma série de atos que tendem a este fim.

Vê-se, portanto, ser evidente que a beatitude é uma operação da inteligência especulativa, e a pessoa nem compreende bem como é que São Tomás quer as provas disso.

Ora, esta seria a objeção de um preguiçoso. O homem que não tem preguiça de pensar procura exprimir em silogismos, em raciocínios, tudo quanto possa ser expresso. Ainda que seja evidente, tendo uma prova, o pensador se alegra.

Alguém diria: “O senhor não vive elogiando a intuição?”

Sim, porque a intuição liberta o homem da miopia de só ver o que o longo raciocínio aponta. Mas o espírito bem construído, depois de ter tido, pela intuição, uma visão panorâmica, gosta de percorrer, passo a passo, como um leão dominador, a estrada que ele sobrevoou como águia.

Consideremos, pois, as razões dadas por São Tomás, das quais pendem, à maneira de estalactites, conclusões fecundas para nós.

Ele diz que o objetivo da razão prática é dispor os meios para o fim. Ora, quem vê diretamente o fim não precisa de razão prática, apenas especula. Além disso, a mais alta atividade da inteligência é conhecer o Sumo Bem, o que é, por sua natureza, uma suma contemplação. Logo, a visão beatífica é uma suma contemplação.

Pela mera contemplação o homem se aproxima dos Anjos, porque o Anjo é puro espírito e contempla. Pela mera razão prática o homem se aproxima do animal, porque o animal, sem ter contemplado nada, dispõe por instinto as coisas de acordo com seu fim.

Para conhecer um ser, devemos considerar o que ele tem de ótimo

Temos na natureza exemplos tocantes: o ninho de um pássaro brasileiro – não sei se existe nas outras nações –, chamado joão-de-barro, que faz uma pequena casa de barro com um corredor meio sinuoso, onde ele mora no fundo. Só falta pôr para ele um sofá…

Em menino tive ocasião de observar ninhos, mas muito bem construídos de materiais que os pássaros pegam em qualquer canto. Eles fazem com aquilo um tecido que se tem a impressão de ter sido planejado por um engenheiro, de tal maneira é magnífico.

Nunca estive no alto de uma árvore para quebrar a casa do joão-de-barro e ver como é por dentro, mas percebe-se que aquilo é uma perfeição elaborada pelo instinto. É a boa disposição das coisas segundo um determinado fim, realizada, entretanto, por um bicho incapaz de contemplar.

O Doutor Angélico cita um princípio de Aristóteles que ordena o espírito magnificamente: “Cada ser é considerado, sobretudo, no que ele tem de ótimo” (Cf. Ethic., 1.9, c.8, n.6). Quer dizer, se eu quero conhecer um ser bem a fundo, devo considerar o que ele tem de ótimo. É a partir disso que explico todo o resto.

Em termos concretos, não quer dizer que ao conhecer um homem eu deva imaginar que ele é ótimo, mas trata-se de uma outra regra de Psicologia: para eu saber como aquele indivíduo é no momento, devo considerar o que sua natureza tem de melhor e, em algum sentido, o que ele poderia ser se fosse ótimo. Disso eu tiro a diferença em relação a como ele é agora, e deduzo no que devo amá-lo e no que preciso tomar precauções com ele. O primeiro voo é para o que ele poderia ter de ótimo, depois vem o resto.

Mas isto se dá considerando, sobretudo, a natureza do ser em questão: ser homem é uma grande coisa por tais razões; ser peixe é uma coisa menor por tais outras, mas é ótimo em certo ponto…

“Cântico das arquetipias”

Aquele hino de São Francisco às criaturas – ao irmão Sol, à irmã Lua, etc. – tem exatamente isso: Considera esses vários seres, embora materiais, no que possuem de ótimo, e forma um arquétipo de cada ser. Tal hino se poderia chamar o “cântico das arquetipias”. Não há quem leia aquilo sem ver a arquetipia das criaturas ali mencionadas.

Depois de ler aquele hino, ver que tal mar está poluído com matérias expelidas pelos navios que passam, corta o coração.

Nunca me esquecerei da ocasião em que, estando em Santos, notei haver no mar uma grande mancha de óleo. Mas o que tornava a cena ainda mais horrorosa era um enorme cacho de bananas verdes flutuando no meio daqueles detritos. Chocava-me ver aquelas frutas verdes e que deveriam maturar, portanto, algo vivo, feito para se desenvolver, comprimido na sua vitalidade e destinado à morte antes de se ter expandido, no meio dos detritos, da água suja, do mar grandioso, mas conspurcado.

Como cheguei a ter horror daquelas bananas verdes? Porque tive em mente o que há de ótimo na banana quando madura, e deduzi o horror existente nessa espécie de contenção da explosão vegetal da banana, e do mirramento de um processo belo que fica achatado e liquidado no meio da sujeira. Há nisso uma inversão que é horrorosa.

Como conheci esse horror? A partir do conhecimento daquilo que na banana é ótimo. Esse ponto de partida nos leva exatamente à sagacidade para o péssimo. Não é ingenuidade, isso leva à sagacidade.

A Fé nos torna mais inteligentes

Para concluir estas reflexões, levanto uma questão: Tudo isto é pensamento; entretanto, é “ploc-ploc”(4)? Qual a diferença entre o “ploc-ploc” e o verdadeiro pensamento?

Tomemos a contemplação puramente especulativa e reunamos a ela a contemplação de segundo grau, de caráter prático, e teremos o não “ploc-ploc”.

O homem verdadeiramente não “ploc-ploc” é aquele que, colocado diante de qualquer coisa concreta, sabe antes de tudo vê-la, conhecê-la. Ele presta atenção devagar no que os seus sentidos lhe mostram; põe a luneta para ver com seus próprios olhos, e estetoscópio para auscultar com seus ouvidos, pois quer conhecer a informação dos sentidos com cuidado, com contentamento, com enlevo. Depois ele raciocina, forma princípios e tem a facilidade de passar do princípio para a coisa concreta e desta para o princípio, com a naturalidade com que um raio sai do Sol e pousa na Terra. Quer dizer, o raio chega à Terra sem pressa, sem fadiga, sem torcida, não se atrasa nem se adianta. Quando atinge uma superfície qualquer, é sem preguiça nem corre-corre. Ele transpôs não sei que distâncias, chegou ali, pousa e brilha.

Assim deve ser o pensador: passa da consideração teórica para a prática, da prática para a doutrinária. Deus não é uma ideia, mas o Ser vivo por excelência. Não somos, portanto, adoradores nem seguidores de uma mera ideia.

Entende-se, assim, o Céu com a visão de Deus face a face, unida à cognição do Céu empíreo e de todas as maravilhas da Criação através dos sentidos. Como tudo é equilibrado e maravilhoso! Como ser católico eleva a alma!

Eu sustento que a Fé nos torna mais inteligentes. Raciocinar essas coisas faz com que a inteligência cresça. Oxalá isso seja para conhecermos mais a Deus, Nosso Senhor Jesus Cristo, Nossa Senhora, a Santa Igreja Católica e a Contra-Revolução.

 

Plinio Corrêa de Oliveira (Extraído de conferência de 30/1/1981)

Revista Dr Plinio 248 Novembro de 2018 (Reflexões Teológicas)

 

1) Dr. Gabriel José Rodrigues dos Santos.

2) Charles-Maurice de Talleyrand-Périgord (*1754 – †1838). Bispo, político e diplomata francês.

3) Cf. SÃO TOMÁS DE AQUINO, Suma Teológica. II-II, q. 180, a. 4.

4) Expressão onomatopeica criada por Dr. Plinio para designar o defeito de certas pessoas que, desprovidas de intuição, minoram a importância dos símbolos e negam o valor da ação de presença. Querem tudo explicar por raciocínios desenvolvidos de modo lento e pesado, à maneira de um paralelepípedo que, ao ser girado sobre o solo, emite o ruído “ploc-ploc”.

Oração para pedir a graça de jamais me afastar de Nossa Senhora

Ó Mãe boníssima, não me esqueçais quando eu de Vós me esqueça.

Não me abandoneis, quando eu Vos abandone.

Segui-me com vosso celeste olhar e chamai-me quando eu me afaste de Vós.

Procurai-me quando eu me esconda.

Ide ao meu encalço, quando eu fuja.

Atai-me, quando eu Vos resista.

Domai-me caso eu me ponha de pé contra Vós.

Levantai-me quando eu caia.

Reconduzi-me pelo vosso caminho quando eu me transvie. Amém

 

Plinio Corrêa de Oliveira