Maria… fora de comparação!

“De Maria nunquam satis”. Com esta curta mas expressiva frase, afirma São Bernardo que nunca se louvou, exaltou, honrou, amou e serviu suficientemente a Maria. Dr. Plinio demonstrou sempre grande entusiasmo por esta tese. Apesar de sua imensa capacidade de expressão, gostava ele de reafirmar a insuficiência do vocabulário humano para exaltar convenientemente a Rainha do Céu e da Terra.

 

Neste mês de Maio, mês de Maria, nossos leitores gostarão certamente de conhecer uma significativa amostra dessas manifestações de devoção mariana. Para tanto, transcrevemos um pequeno trecho de seus comentários sobre o “Tratado da Verdadeira Devoção à Santíssima Virgem”.

Sendo Deus “Aquele que é”, nunca se passou nada que, de longe, pudesse ser tão importante como a Encarnação do Verbo. Este é um fato relacionado com a própria natureza divina, e tudo que diz respeito a Deus é incomparavelmente mais importante do que tudo que diga respeito ao homem. A Encarnação de Deus a tudo transcende em importância.

Por este motivo, o papel de Nossa Senhora na Encarnação situa bem o papel d’Ela em todos os planos divinos, e precisamente no que eles têm de mais importante e de mais fundamental.

Achamos admirável, por exemplo, Nosso Senhor ter escolhido Constantino para tirar a Igreja das catacumbas. Mas o que é isto, perto de ter escolhido Nossa Senhora para n’Ela ser gerado?  Absolutamente nada! Admiramos muito o Pe. Anchieta, porque ele evangelizou o Brasil. Mas o que é evangelizar um país, em comparação com o cooperar na Encarnação do Verbo? Nada!

Digamos que se tratasse de salvar o mundo de sua crise atual e de restabelecer o reino de Cristo, e suponhamos que Nosso Senhor escolhesse um só homem para esta tarefa. Nós acharíamos esta missão algo de formidável, e com razão. Mas, o que seria isto em comparação com a missão de Nossa Senhora? Nada! Ela situa-se num plano que está fora de comparação com a missão histórica de qualquer homem. A respeito de Nossa Senhora é-se sempre obrigado a repetir a expressão: “fora de comparação”, porque Ela faz estalar todo o vocabulário humano. Há uma tal desproporção entre Ela e todas as demais criaturas, que a única coisa segura que se pode dizer é que é “fora de comparação”…

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Estava já em fase final de preparação este número de nossa Revista quando o Papa João Paulo II presenteou o orbe católico com a encíclica Ecclesia de Eucharistia (A Igreja vive da Eucaristia),  datada de 17 de abril, Quinta-Feira Santa. Nesse luminoso documento,  o Papa ressalta a suprema importância do Sacrifício do Altar, centro e ápice da vida cristã, e incita os fiéis do mundo inteiro  a darem todo o valor devido a este imenso dom de Deus, que é a presença real de Cristo na Eucaristia.

Por uma feliz coincidência, é este o tema da seção “Dr. Plinio comenta”: a grande alegria que dá a Jesus Cristo quem O recebe na Comunhão, ou ao menos faz uma curta visita ao Santíssimo  Sacramento, e a estreitíssima intimidade que Ele estabelece com a alma que O recebe.

Em consonância com os anseios manifestados pelo Santo Padre em sua valiosa encíclica, trataremos mais amplamente do tema da Eucaristia no próximo número, mês da festa do Corpo de Deus.

Plinio Corrêa de Oliveira

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