O Anjo das Escolas

Nos últimos dias de sua vida, estando hospedado em uma Cartuxa, São Tomás de Aquino fez um comentário ao “Cântico dos Cânticos”, Livro da Bíblia que canta o amor divino.

Ele, que era o Anjo das Escolas, morreu ensinando a perfeição do amor de Deus a esses religiosos, almas puríssimas, todas feitas para o amor de Deus, cuja função não é tanto de meditar sobre a ciência quanto sobre a caridade, suscitadas para se separarem de tudo no mundo e viverem apenas pensando no divino amor.

Que bela cena: as últimas palavras de São Tomás de Aquino engrandecendo o amor de Deus, e aqueles monges reverentes, bebendo aquelas palavras como se cada um sorvesse uma gota descida do Céu!

Assim se fechou, no extremo da contemplação e do isolamento de todas as coisas do mundo, a vida desse grande Doutor da Igreja.

Plinio Corrêa de Oliveira (Extraído de conferência de 6/3/1967)

Meditação na festa de São Tomás de Aquino

Ao nos apresentar São Tomás de Aquino como o grande luzeiro suscitado por Deus para esclarecer e confortar as almas ao longo dos séculos, Dr. Plinio nos exorta a pedir a intercessão do Doutor Angélico a fim de que alcance para nós um senso católico e uma pureza da sabedoria semelhantes ao deste Santo, sempre submetidos e unidos à Sé de Pedro.

Em todos os recantos do globo celebrou a Santa Igreja (…) a festa de São Tomás de Aquino. Nas basílicas suntuosas da Capital da Cristandade, tanto quanto nos altares improvisados dos missionários perdidos nas selvas, nos mosteiros silenciosos das Ordens contemplativas tanto quanto nas trincheiras das linhas de combate, foi o Santo Sacrifício oferecido inúmeras vezes a Deus, naquele dia, em louvor do grande Doutor que Ele se dignou dar à Igreja. Pelas colunas dos jornais, do alto das cátedras universitárias, através do microfone das rádio-emissoras, através de todos os meios de que o homem dispõe para externar seu pensamento, o Santo recebeu as homenagens da Cristandade agradecida.

A um tão grande número de louvores não é supérfluo que o Legionário some os seus, embora seja pobre como o óbolo da viúva, que Deus recebeu com agrado pela intenção humilde e respeitosa com que era oferecido.

Inteligência possante e piedade ardente

São Tomás de Aquino foi um grande luzeiro posto por Deus no meio de sua Igreja a fim de esclarecer, confortar e animar as almas pelos séculos afora para que mais galhardamente resistissem às investidas da heresia.

Enfrentando com sua inteligência possante e sua piedade ardente todos os problemas que em seu tempo estavam franqueados à investigação da mente humana, percorreu ele as mais áridas, as mais obscuras e as mais traiçoeiras regiões do conhecimento, com uma simplicidade, uma clareza, uma energia verdadeiramente sobrenaturais.

Superando não apenas a sabedoria humana dos filósofos pagãos, mas a própria sabedoria dos Doutores da Igreja que o antecederam, compôs ele entre outras obras a Suma Teológica, em que deixou registradas todas as suas vitórias sobre a heresia, a ignorância ou o pecado. Sua doutrina se conservou sempre tão pura, que a Santa Igreja a aponta como fonte indispensável de toda a vida intelectual verdadeiramente católica.

Inteira submissão à Santa Igreja

Se houve um intelectual que nunca teve a menor mácula de heresia, esse intelectual foi São Tomás de Aquino. Seu senso católico foi prodigioso. Ele, de um lado, nunca colidiu com as verdades já definidas pela Santa Igreja em seu tempo. Por outro lado, resolveu um sem número de questões sobre as quais a Santa Igreja ainda não se tinha pronunciado, e, por sua solução, preparou e apressou o pronunciamento infalível da Esposa de Jesus Cristo.

Finalmente, a nota característica e constante de sua vida foi uma submissão tal à doutrina católica que, ainda mesmo que a Igreja viesse a definir ulteriormente, em sentido contrário ao de São Tomás, alguma verdade, ele se tornaria imediatamente o paladino mais humilde, mais amoroso e mais caloroso do pensamento que impugnara, e o adversário mais irredutível do erro que houvesse ensinado como verdade.

Admirável senso católico

Assim, São Tomás realizou plenamente os três graus do senso católico. Há católicos que pensam de modo diverso da Igreja e cuja Fé é tão fraca que é a custo e penosamente que se submetem às determinações que ela estabelece. Outros há, que não sentem relutância em admitir o que a Igreja ensina, mas, postos em presença de um problema qualquer, dificilmente atinam com a verdadeira solução, se não estiverem informados previamente do pensamento católico. Finalmente, o mais alto dos graus consiste em aceitar prontamente e com facilidade amorosa tudo o que a Igreja ensina, em estar tão imbuído do espírito da Igreja que se pensa como Ela ainda mesmo que, no momento, não se conheça o pronunciamento das questões. E, por fim, se pense de tal maneira sobre os assuntos que Ela ainda não definiu, que, quando Ela os definir, estejamos prontos a modificar nossa opinião, o que, aliás, raramente será necessário, porque teremos sabido pressentir na grande maioria dos casos o pensamento da Igreja.

Assim, se há uma virtude que devemos admirar em São Tomás, que devemos procurar imitar, e cuja obtenção devemos ardentemente pedir a Deus por intermédio do grande Doutor, esta virtude é a do senso católico.

Quanto mais unidos estivermos à vinha, maior a seiva que teremos em nós

Todos sabemos como devemos amar a pureza, e qual a magnífica promessa com que a galardoou o Senhor no Sermão das bem-aventuranças. Ninguém ignora a dileção ardentíssima com que o Coração de Jesus ama as pessoas que nunca se macularam com o pecado da impureza. Basta pensar no amor que Ele teve a Nossa Senhora e a São João Evangelista, o apóstolo virginal, para que se compreenda o que significa, para Nosso Senhor, a pureza.

Mas se existe uma pureza que, segundo nosso estado, devemos conservar íntegra em nosso corpo e em nosso coração, existe também uma pureza virginal de inteligência, que devemos cultivar ciosamente, e que certamente agrada de modo incomensuravelmente a Nosso Senhor. É a pureza da inteligência verdadeiramente católica, templo vivo e imaculado do Espírito Santo que nunca sentiu atração e nem deu apoio a qualquer doutrina herética, que detesta a heresia com todo o vigor indignado com que as almas puras detestam a luxúria, e que se preserva de toda e qualquer adesão a um pensamento que não seja o da Igreja, com cuidado com que as almas castas sabem manter longe de si todas as impressões impuras.

Disse Nosso Senhor que Ele é a vinha, e nós os sarmentos. Quanto mais unidos estivermos à vinha, tanto maior será a seiva que teremos em nós. Ora também se pode dizer que a Santa Igreja é a vinha, e nós os sarmentos, e que quanto mais estivermos unidos a ela, tanto maior será a seiva que teremos em nós. E como estaremos tanto mais unidos à Igreja quanto mais unido estiver a ela nosso pensamento, tanto mais intensa será nossa vida espiritual, quanto mais completo for nosso senso católico.

Incondicional obediência ao Trono de São Pedro

Não convém, entretanto, que nos conservemos em generalidades. Na época de confusão em que vivemos, não basta que se fale em submissão à Igreja. Convém ser explícito, e falar desde logo na infalibilidade papal. A pureza virginal de nossa inteligência só pode decorrer de nossa afetuosa e incondicional obediência ao Trono de São Pedro. Se estivermos inteiramente com o Papa, estaremos inteiramente com a Igreja, com Jesus Cristo e portanto com Deus.

Que na festa do grande Doutor, nosso senso católico encontre o apoio de graças sempre mais vigorosas, e que estas graças recebam de nossa vontade uma cooperação sempre mais entusiástica: esta deve ser a conclusão prática de nossa meditação.

Plinio Corrêa de Oliveira (Extraído do “Legionário”, nº 391, de 10/3/1940)

Arautos do maravilhoso

Guiados por uma estrela, nimbados de uma atmosfera de esplendor extraordinária, os três Reis Magos eram almas particularmente preparadas pela Providência para se abrirem ao maravilhoso que Nosso Senhor Jesus Cristo trazia ao mundo.

Quiçá terão recebido graças especiais junto ao Divino Infante para anteverem tudo quanto de belo e magnífico a Igreja e a Cristandade realizariam ao longo da História. E terão retornado aos seus  respectivos povos para irradiar entre eles esse desejo de maravilhoso, predispondo-os assim para a futura evangelização dos Apóstolos e seus sucessores.

 

Plinio Corrêa de Oliveira

São Paulo, o Apóstolo das Gentes

São Paulo é o modelo da argúcia, intrepidez, capacidade de realização, postas ao serviço do apostolado. Depois do Príncipe dos Apóstolos, ninguém o excedeu, em nenhum sentido, entre os que evangelizaram o mundo.

As virtudes desse grande Santo tem uma atualidade perene na Igreja, que o honra de todos os modos. Um esplendido monumento em seu louvor é a grandiosa Basílica de São Paulo, construída em Roma, de que nosso clichê fixa um aspecto.

Sejam o seu exemplo e as suas preces um auxílio para que os católicos, e especialmente os desta sua Arquidiocese, se esmerem mais e mais no serviço da Igreja.

O que mais chama a nossa atenção na vida de São Paulo é a sua decisão, sua atitude integral, diante de um ideal. Quando o apóstolo quer alguma coisa, ele a quer deveras. Vive integralmente por um ideal, e tudo é sacrificado pela realização do mesmo.

O perseguidor da Igreja

Enquanto moço em Jerusalém, o ideal de sua vida era o Judaísmo, e é no Cristianismo que ele descobre o inimigo mais perigoso do mesmo. Sem medir fadigas, dedica-se então a extirpar pela raiz este inimigo. É um entusiasta! Não de um entusiasmo platônico e gesticulador que nada vale, e sim de um entusiasmo interior e profundo que constantemente se traduz em atos: “Saulo, respirando ameaças e morte contra os discípulos do Senhor”. E como tal era conhecido até em Damasco, duzentos e cinquenta quilômetros distante de Jerusalém. Ele mesmo escreve aos Galatas (1, 13): “Certamente ouvistes dizer do meu modo de vida de outrora no Judaísmo, com que excesso eu perseguia a Igreja de Deus e a expugnava. E avantajava-me no Judaísmo a muitos dos meus companheiros de idade e nação, extremamente zeloso das tradições de meu país”.

Um entusiasmo sadio e verdadeiro traduz-se em obras e São Paulo entrega-se deveras à perseguição da Igreja: “Respirando ameaças e morte…” Espírito perspicaz e de vistas largas, ele compreende logo que a extirpação eficiente deve começar nos grandes centros de irradiação mundial. A cidade de Damasco, para onde fugiram muitos cristãos, é um tal centro perigoso. E, como vive inteiramente para o seu ideal, não mede esforços nem perigos, não quer saber de medidas incompletas e pusilânimes, e espontaneamente se dirige ele mesmo a Damasco, viagem de mais ou menos uma semana (250 kms), a fim de “levar presos para Jerusalém a quantos homens e mulheres achasse desta doutrina cristã”.

O Apóstolo

Convertido ao Cristianismo, São Paulo devia tornar-se um grande apóstolo. Mudou de ideal, mas não de mentalidade e caráter e com o mesmo entusiasmo produtivo procura a realização de seu novo ideal – Cristo. O mesmo zelo, ardor, perspicácia, constância, destemor. As mesmas medidas completas e enérgicas, o mesmo gosto pelo essencial que de preferência o faz procurar os grandes centros de irradiação mundial. A mesma dedicação incondicional! A vida apostólica de São Paulo, um verdadeiro prodígio e assombro, é uma prova constante e cabal desta afirmação.

Para mim, viver é Cristo

Com esta mentalidade purificada ainda pela graça, vive perpetuamente com o ideal “Cristo” diante de seus olhos. Mais ou menos 330 vezes aparece o nome de Jesus nas suas epístolas. Sem a menor hesitação escreve: “Mihi vivere Cristus est”. Ou então: “Vivo … iam non ego, vivit vero in me Christus”. Textos que provam seu amor, sua identificação com o ideal da sua vida: Cristo. Tudo está subordinado a este ideal, e enumerando, por exemplo, seus honrosos títulos de judeu, escreve: “Tudo isto tenho por perdas pelo eminente conhecimento de Jesus Cristo, Meu Senhor, pelo qual tenho tudo perdido e eu avalio por esterco, a fim de ganhar a Cristo” (Fil. 3).

É desta fibra que se fazem os grandes apóstolos, os heróis de Jesus Cristo.

Outro característico digno de nota é que São Paulo soube unir a espontaneidade e ao ardor da sua alma um raciocínio severo e uma dialética rigorosa.

“E eu me fiz tudo para todos”… – Mais outro belo característico do grande apostolo, também muito pronunciado, é a sua bondade, a delicadeza para com os que o rodeiam. A sua compaixão para com os que sofrem, com quanto interesse e dedicação ele cumpre a sua missão de angariar esmolas para os pobres de Jerusalém e da Palestina (Rom. 15, 25; Cor. 16, 1 ss; 2 Cor., 8 e 9).

Com quanto engenho ele inventa piedosos artifícios para aumentar estas coletas pelos pobres!

Acha tempo, no ardor das lides apostólicas, para escrever uma bela e delicada carta de recomendação em favor de um pobre escravo fugitivo, pedindo que o senhor novamente o aceite com bondade e espírito de perdão, sem os castigos de costume. Também não recua em granjear o próprio sustento com o trabalho de suas mãos a fim de não incomodar a ninguém.

É com grande delicadeza que trata dos fiéis de todos os lugares. Com uma fineza admirável sabe descobrir as boas qualidades dos homens, elogiando-os alegremente na prática do bem. Em cada carta aparecem os traços inconfundíveis desta bondade e lhaneza de trato. Com grande instância recomenda sejam seus colaboradores bem tratados nas igrejas, e com muita e santa alegria, toma nota dos bons resultados por eles alcançados.

Numa palavra, todos os que entravam em contato com o grande Apóstolo, do maior ao menor, sabiam e sentiam constantemente que São Paulo se interessava por eles, que não eram para o Apóstolo um mero número, que ele se lembrava todos os dias de cada um, até do mais humilde, que São Paulo jamais se esquecia de um serviço prestado, fosse à sua própria pessoa ou aos seus. Todos enfim percebiam que São Paulo era um verdadeiro amigo, um pai para cada um.

Assim também compreendemos que, dando vazas aos seus sentimentos de amor, São Paulo escrevesse a frase quase incompreensível: “porque eu mesmo desejara ser anátema quanto a Cristo, por amor de meus irmãos que são os meus parentes segundo a carne, os israelitas” (Rom. 3, 3). E enumerando os seus trabalhos e fadigas pela causa de Cristo, compreendemos que em último e mais importante lugar enumere os seus cuidados de pai: “além das coisas extenues, há o que pesa sobre mim cada dia, o cuidado de todas as igrejas (“instantia mia quotidiana: sollicitudo omnium ecclesiarum)”.

 

Plínio Corrêa de Oliveira – Legionário, 20 de janeiro de 1946, N. 702, pag. 1

 

São Paulo e a glória do estado eremítico

Ao estado eremítico é inerente a profundidade e a ordem do pensamento, a elevação do espírito, a familiaridade com as mais altas cogitações da mente humana, que são as de caráter religioso. E isto lhe confere uma alta respeitabilidade que constitui o seu maior adorno.

As seguintes considerações a respeito da festa de São Paulo, primeiro eremita e confessor, são feitas por Dom Guéranger(1).

Do fundo de sua caverna, acompanhava as lutas da Igreja

Não devemos pensar, entretanto, que esta vida passada no deserto, esta contemplação sobre-humana do objeto da beatitude eterna fizessem Paulo desinteressar-se da Igreja e de suas lutas gloriosas. Ninguém se encontra seguro de estar no caminho que conduz à visão e à posse de Deus se não se mantém unido à Esposa que Cristo escolheu e estabeleceu para ser a coluna e o sustentáculo da Verdade.

Ora, entre os filhos da Igreja, aqueles que devem mais estreitamente unir-se e abraçar-se a seu coração são os contemplativos, porque eles percorrem vias sublimes e árduas, onde muitos encontram perigo.

Do fundo de sua caverna, Paulo, esclarecido por uma luz superior, seguia as lutas da Igreja contra o arianismo. Ele se mantinha unido aos defensores do Verbo Substancial ao Pai e, a fim de mostrar sua simpatia por Santo Atanásio, o valente atleta da Fé, Paulo Eremita pediu a Santo Antão, a quem deixava sua túnica de folhas de palmeira, para enterrá-lo com uma manta que lhe fora dada de presente pelo Patriarca de Alexandria, que amava ternamente o Santo Abade.

Neste trecho, Dom Guéranger põe em foco o seguinte aspecto da nobreza do estado eremítico:

Ao eremita, vivendo no deserto e entregue essencialmente a considerações elevadas, parecem alheias a movimentação das paixões humanas e, portanto, também a luta do bem contra o mal e da verdade contra o erro. Quer dizer, o combate das paixões ordenadas orientadas pela razão, contra as paixões desordenadas dirigidas pelo demônio. No fato de um eremita, afastado assim de todas essas lutas, entretanto ter uma visão tão clara do mérito de estar no mundo, lutando pelos interesses da Igreja, vê-se a harmonia destas duas concepções de vida: a ativa e a contemplativa.

São Paulo Eremita, do fundo da caverna onde ele se encontrava completamente isolado e meditando as coisas de Deus, seguia em espírito as lutas do grande Santo Atanásio. E, ao morrer, quis ser revestido da manta deste magnífico Doutor da Igreja, como uma manifestação de seu ardente entusiasmo por aquele varão que, nas lutas deste século, estava sustentando a causa da Santa Igreja contra o arianismo penetrante.

Alta respeitabili­dade do estado eremítico

Esta consideração mostra bem como o apostolado está ligado à vida interior, e como a vida mista — contemplativa e ativa — está relacionada com a vida puramente contemplativa. Há, entretanto, outra consideração a respeito do estado eremítico a ser feita a propósito desta ficha.

Em geral, quando se fala a respeito do estado de vida eremítico, põe-se em relevo a força e o sacrifício realizados pelo eremita para se separar de todas as coisas desta Terra e isolar-se.

Então, o grande mérito do ermitão seria de ficar sozinho e vencer a vontade torrencial de falar, inerente a todo homem, sobretudo quando está só. Porque nós, homens, somos feitos assim: quando estamos muito tempo no meio dos outros, queremos ficar quietos e isolados; mas, quando permanecemos muito tempo quietos, queremos estar no meio dos outros.

Logo, nesta vitória sobre si mesmo estaria uma das maiores glórias do estado eremítico.

Na realidade, uma das belezas desse estado encontra-se na profundidade de pensamento intrínseca a ele. A nobreza do estado eremítico não vem do fato de o ermitão estar quieto, mas de que, estando silencioso, ele fala com Deus. E falar com Deus não significa ter continuamente aparições ou revelações, mas é também entreter o espírito a respeito das coisas sobrenaturais.

O espírito é tocado pela graça, com a qual a pessoa consegue entreter-se com as coisas de Deus, ou seja, com os temas mais profundos, mais elevados, mais nobres.

Então, a vida eremítica é, por excelência, um estado ao qual é inerente a profundidade e a ordem do pensamento, a elevação do espírito, a familiaridade com as mais altas cogitações da mente humana, que são as de ordem religiosa. E isto confere exatamente ao estado eremítico uma alta respeitabilidade que constitui o seu maior adorno.

O contrário da mentalidade “hollywoodiana”

Este é, debaixo de certo ponto de vista, o estado em que se pratica mais altamente a virtude do respeito. O eremita pensa, medita, elucubra; para ele nada é pequeno, nada é sem importância, nada é trivial. Ele compreende as altas razões de todas as coisas e o caráter sagrado e augusto que, a seu modo, cada criatura e cada fato apresenta. Ele está constantemente com o espírito posto nas coisas de Deus, e sua voz, quando fala, é como o som de um sino de bronze, grave, sério, que chama os homens para os temas mais elevados e para as cogitações mais profundas.

Eis o sentido do estado eremítico.

Como o mundo de hoje necessita disso! Se pensarmos na mentalidade difundida pelo cinema de Hollywood, veremos que o homem por ela formado é inteiramente desprovido disso, não tem a virtude da respeitabilidade em nenhum grau. E como esta mentalidade difundiu-se pelo mundo inteiro, compreende-se o quanto essa virtude está desertando — ou acabando de desertar — do mundo.

A trivialidade, a superficialidade, a banalidade de espírito, o engolfar-se apenas nas coisas visíveis e passageiras, com as quais o indivíduo se distrai, mas que não têm um sentido profundo, tudo isto é inerente à mentalidade “hollywoodiana” e corresponde ao contrário do caráter nobilíssimo da condição eremítica que, como tal, é um estado no qual os homens são como tochas ardentes dessa gravidade de espírito, desse respeito para com Deus e para com todas as criaturas enquanto espelham a Deus. Este estado de seriedade, de sobranceria, de distância psíquica(2) e de auto equilíbrio é exatamente a glória do estado eremítico.

Feitas essas considerações, resta-nos a pedir a São Paulo Eremita que reze por nós para nos conseguir a compreensão e a apetência dessa virtude, porque sem ela, entendida e praticada, não existe perfeição moral, nem verdadeiro santo.

Plinio Corrêa de Oliveira (Extraído de conferência de 14/1/1966)

 

1) GUÉRANGER, Prosper. L’Année Liturgique. Tomo II. 3ª ed. Paris: Henri Oudin, Libraire-éditeur, 1873. p. 354.
2) Expressão utilizada por Dr. Plinio para significar uma calma fundamental, temperante, que confere ao homem a capacidade de tomar distância dos acontecimentos que o cercam.

São Paulo Apóstolo

São Paulo soube pôr a serviço da maior das causas, a de Cristo e da sua Igreja, um idealismo abrasador, uma energia inexaurível, uma combatividade invencível, uma audácia viril e realizadora.

O Apóstolo das Gentes não concebia limites para sua atividade evangelizadora. 0 mundo inteiro era pequeno para a grandeza de seu ardor apostólico. Nem a distância dos lugares, nem a dificuldade dos empreendimentos, nem a diversidade dos povos, puderam conter-lhe o passo vigoroso e a palavra de fogo.

 

Plinio Corrêa de Oliveira

São Francisco de Sales: Como devemos combater os nossos vícios

Quando São Francisco de Sales morreu, resolveram fazer a autópsia. Para surpresa geral, encontraram seu fígado endurecido, como se fosse de pedra…

De fato, embora tivesse um gênio péssimo, ele se dominou de tal maneira que ficou famoso por sua doçura: era considerado o santo da doçura.

Assim devemos ser: se possuímos dificuldade de trato, procuremos ter gênio angélico; se somos inclinados à preguiça ou temos medo de lutar, procuremos ser heróis ao serviço de Nossa Senhora. A exemplo dos santos, sejamos exímios no combate aos defeitos que julgamos mais difíceis de vencer.

Para isso, devemos examinar nossos atos implacavelmente, sem nunca pensarmos em atenuantes. Porque nós só os reconheceremos se formos implacáveis, analisando-os com lupa, um por um.

 

Plinio Correa de Oliveira – Extraído de conferência de 11/11/1989

São Francisco de Sales – Doutor da doçura e da suavidade

São Francisco de Sales foi o anti-calvinista, o anti-jansenista por excelência. Lutou contra aquela forma hirta de piedade protestante que nos queria apresentar um Deus justo, entretanto mau, e que está louco para dizer: “Agora te peguei! Você pecou e vai pagar, está compreendendo?!” Daí todos os rigores horrorosos do calvinismo, o qual fez um grande mal à Europa.

Doutor da doçura e da suavidade, São Francisco de Sales tinha um verdadeiro carisma para fazer sentir os aspectos doces da Religião Católica e levar as almas, através da doçura, a realizar verdadeiros sacrifícios, maiores e mais numerosas penitências do que os jansenistas impunham aos seus sequazes.

Plinio Corrêa de Oliveira (Extraído de conferência de 27/2/1966)

São Paulo, prefigura dos apóstolos dos últimos tempos

Para Dr. Plinio, ao Apóstolo São Paulo dever-se-ia aplicar a descrição feita por São Luís Grignion de Montfort sobre os missionários a serem suscitados por Deus nos últimos tempos: “Pregarão com grande força e virtude, e tão grande, tão esplêndida, que hão de comover todos os espíritos e todos os corações nos lugares em que pregarem; a eles haveis de dar vossa palavra, à qual nenhum dos vossos inimigos poderá resistir”.
Acompanhemos os comentários de Dr. Plinio sobre o episódio da conversão de São Paulo.

O Apóstolo, digno desse título pelo seu zelo e heroísmo extraordinários na evangelização dos povos, sobrepujando talvez a dedicação dos primeiros escolhidos pelo próprio Nosso Senhor. São Paulo se transformou nesse ardoroso discípulo de Cristo, após uma espetacular conversão, cuja festa a Igreja celebra em 25 de janeiro.

No caminho de Damasco

Para recordá-lo, creio ser oportuno ler e comentar o seguinte trecho dos Atos dos Apóstolos:
Enquanto isso, Saulo só respirava ameaças e morte contra os discípulos do Senhor. Apresentou-se ao príncipe dos sacerdotes, e pediu-lhe cartas para as sinagogas de Damasco, com o fim de levar presos a Jerusalém todos os homens e mulheres que achasse seguindo essa doutrina. Durante a viagem, estando já perto de Damasco, subitamente o cercou uma luz resplandecente vinda do céu.

Caindo por terra, ouviu uma voz que lhe dizia: Saulo, Saulo, por que me persegues? Saulo disse: “Quem és, Senhor?” Respondeu ele: “Eu sou Jesus, a quem tu persegues. Duro te é recalcitrar contra o aguilhão”. Então, trêmulo e atônito, disse ele: “Senhor, que queres que eu faça?” Respondeu-lhe o Senhor: “Levanta-te, entra na cidade. Aí te será dito o que deves fazer.”

Os homens que o acompanhavam enchiam-se de espanto, pois ouviam perfeitamente a voz, mas não viam ninguém. Saulo levantou-se do chão. Abrindo, porém, os olhos, não via nada. Tomaram-no pela mão e o introduziram em Damasco, onde esteve três dias sem ver, sem comer nem beber. Havia em Damasco um discípulo chamado Ananias. O Senhor, numa visão, lhe disse: “Ananias!” — “Eis-me aqui, Senhor”, respondeu ele.

O Senhor lhe ordenou: “Levanta-te e vai à rua Direita, e pergunta em casa de Judas por um homem de Tarso, chamado Saulo; ele está orando.” (Este via numa visão um homem, chamado Ananias, entrar e impor-lhe as mãos para recobrar a vista.) Ananias respondeu: “Senhor, muitos já me falaram deste homem, quantos males fez aos teus fiéis em Jerusalém.E aqui ele tem poder dos príncipes dos sacerdotes para prender a todos aqueles que invocam o teu nome”.

Mas o Senhor lhe disse: “Vai, porque este homem é para mim um instrumento escolhido, que levará o meu nome diante das nações, dos reis e dos filhos de Israel. Eu lhe mostrarei tudo o que terá de padecer pelo meu nome”.

Ananias foi. Entrou na casa e, impondo-lhe as mãos, disse: “Saulo, meu irmão, o Senhor, esse Jesus que te apareceu no caminho, enviou-me para que recobres a vista e fiques cheio do Espírito Santo”. No mesmo instante caíram dos olhos de Saulo umas como escamas, e recuperou a vista. Levantou-se e foi batizado. Depois tomou alimento e sentiu-se fortalecido. Demorou-se por alguns dias com os discípulos que se achavam em Damasco.

Imediatamente começou a proclamar pelas sinagogas que Jesus é o Filho de Deus. Todos os seus ouvintes pasmavam e diziam: “Este não é aquele que perseguia em Jerusalém os que invocam o nome de Jesus? Não veio cá só para levá-los presos aos sumos sacerdotes?”

Saulo, porém, sentia crescer o seu poder e confundia os judeus de Damasco, demonstrando que Jesus é o Cristo.

Um homem decidido

Essa história é tão rica em pormenores saborosos, que não se tem quase o que lhe acrescentar. Porém, para tecermos alguns comentários, seria interessante destacar um dos traços curiosos da narração, presente em suas linhas gerais e nas principais passagens: é a força.

Saulo nos é apresentado como um homem decidido. Ele toma a iniciativa de pedir aos líderes religiosos cartas de autorização para perseguir os cristãos. Percebe-se que tais autoridades estavam um tanto encostadas e ele era o zeloso, disposto a acabar com aquela — no entender dos fariseus — seita propagadora de doutrina errônea e perigosa. Ou seja, é ele quem desencadeia a ação de exterminar os vários núcleos da pseudo-heresia nascente.

Como dizem os Atos dos Apóstolos, “respirando ameaças e morte”, munido dessas carta, dirige-se a Damasco, pois queria prender ali todos os seguidores da nova “seita”.

Esse indivíduo era famoso pela sua rijeza, o que se confirma pela resposta de Ananias a Deus: “Muitos já me falaram deste homem, quantos males fez aos teus fiéis em Jerusalém”. Saulo era tido, portanto, como um inimigo capital dos católicos.

Vem a propósito observar os termos curiosos empregados pela Sagrada Escritura em sua narração: “Durante a viagem, estando já perto de Damasco…”. Tratava-se de trajeto um pouco longo, e tem-se a impressão de que, avançando no seu caminho, a raiva dele se tornava cada vez maior, até acontecer de se aproximar da cidade. Então, àquele homem duro sucede um duro fato. Envolto por uma luz celeste, ele ouve uma voz que o interroga: “Saulo, por que me persegues?”

A ordem das coisas invisíveis se abria para ele. E a pergunta importa numa forte censura, pois ele estava resistindo a intensas graças anteriormente lhe concedidas, como se infere das palavras seguintes: “Duro te é recalcitrar contra o aguilhão”. Quer dizer, as graças eram como um aguilhão a incidir sobre Saulo, mas este as rejeitava. Em razão disso, para dar à ponta a sua máxima penetração, Deus empregou uma força ainda maior e o derrubou na estrada.

A cegueira, aflição para o poderoso

E Saulo sentiu o impacto!
— Senhor, que queres que eu faça?

A essa queda seguiu-se uma severidade ainda maior: a cegueira. Para um homem de temperamento como o de São Paulo, ser privado da visão é a pior coisa possível, pois uma das carências humanas mais incompatíveis com o vigor é a cegueira. E ele, outrora repleto de agilidade e empreendimento, para caminhar tinha de ser conduzido pela mão. Não havia outro remédio…

Certamente a notícia desse acontecimento circulou célere na comunidade católica de Damasco, e muitos foram ver e falar com Saulo. Compreende-se que o episódio tenha produzido essa efervescência, enquanto o protagonista passou a se tratar de modo veemente: durante três dias entregou-se a um rigoroso jejum, sem comer nem beber. Pouco depois lhe caíram as escamas dos olhos e ele recuperou a vista, alimentou-se e recobrou igualmente as forças. Ou seja, não se achava nem um pouco alquebrado: tão logo lhe deram o necessário, empertigou-se, alçou-se de novo e se dispôs à luta.

Operou-se nele uma mudança completa e estrepitosa, pois de líder anticristão passou a pregar nas sinagogas e lugares públicos o nome de Jesus, contra o Qual se levantara.

O prêmio do bom combate

Esse homem de importância capital para o desenvolvimento da Igreja nascente, atuará na posição chave daquela época, que era o mundo mediterrâneo. Tomando a palavra de Deus como um gládio de dois gumes — para usar sua própria expressão — que atinge a junção da alma com o espírito, operava conversões extraordinárias, quer pela qualidade, quer pela quantidade de pessoas atraídas à Fé cristã. De tal modo que ele abriu um sulco sobre o qual a Igreja Católica prosperou, além de dar o primeiro passo essencial para a derrubada do paganismo no Império Romano.

E no final de sua vida, fez ele uma prece que tem algo de santamente forte em relação a Deus Nosso Senhor. Ele se dirige a Jesus com palavras que certos hagiógrafos piegas qualificariam de falta de humildade, mas nada objetam em se tratando de uma afirmação de São Paulo. Aproximando-se da morte, seria tão legítimo que ele dissesse: “Senhor, tende piedade de mim e, segundo a multidão de vossas misericórdias, apagai meus pecados”. Porém, sua oração foi outra: “Senhor, combati o bom combate, só me resta agora receber de Vós a coroa da justiça!”

Tais palavras constituem uma espécie de atestado brilhante de sua própria fidelidade, como se declarasse: “Senhor, o cheque está preenchido, e estou perto do guichê. Pagai-me. Minha vida valeu o prêmio que vossa justiça me prometeu”. E com sua consciência tranquila, ele se apresentou diante de Deus.

Tudo isso é bem exatamente o contrário de uma das facetas que a pieguice manifesta. Pois esta não se compraz com conversões veementes, nem lhe agrada cogitar na mudança de vida de homens sábios ou dos que alteram o rumo dos acontecimentos. Ela não considera o corpo da Igreja nem a sociedade temporal como um conjunto no qual há homens-chaves. Aprecia apenas umas conversões pequenas, individuais, narradas assim: “Fulano estava com a alma muito agitada. E, num momento de suavidade, às seis horas da tarde, quando ouvia pela rádio a Ave-maria mesclada com uma música melosa, ele se converteu. Ficou então em paz, recolheu-se, afastou-se do bulício, desinteressou-se por todas as coisas humanas e agora não faz senão rezar…”

Não discuto a autenticidade e a oportunidade de uma conversão assim, posto serem muitos os caminhos de Deus para as almas. Contudo, não me parece legítimo apresentá-la como sendo a única digna de consideração.

Voltemos nossos olhos para o exemplo de São Paulo: logo depois de convertido, desferiu trombadas nos adversários da Igreja, primeiro nos ambientes que ele próprio frequentava quando perseguidor dos cristãos, e em seguida pelas vastidões do Império romano. Bem ao contrário do que lhe recomendaria um desses piegas…

O espírito dos apóstolos dos últimos tempos

Seria o caso, então, de nos perguntarmos o quê devemos pedir a São Paulo nesta festa de sua conversão.

Nossa Senhora lhe obteve o dom de uma santa firmeza, porque à frente dele se erguiam muitos obstáculos a serem derrubados. Era uma época de luta, na qual se tornava necessário extirpar o paganismo. Creio que seria de todo conveniente pedirmos para nós esse santo vigor, em todos os sentidos da palavra, a fim de batalharmos contra nossos defeitos morais e más inclinações, assim como para enfrentarmos a Revolução, hoje em seu auge e muito mais poderosa do que foi o paganismo no tempo do Império Romano.

Donde poder-se compreender que os apóstolos dos últimos tempos tenham uma rigidez a la São Paulo. Aliás, é curioso, mas sob alguns aspectos este pode ser considerado uma prefigura deles. Lendo-se a Oração Abrasada de São Luís Grignion de Montfort, e aplicando-a ao Apóstolo dos Gentios, percebe-se que as analogias são imensas e uma série de coisas se reportam umas às outras, admiravelmente.

Aí temos algumas considerações a respeito de São Paulo, e ser-nos-ia lícito acrescentar mais uma.

É significativo que, numa cidade fundada no dia da conversão dele e batizada com seu nome, haja surgido nosso movimento e daqui se irradie para outros países. Tem-se a impressão de ser desejo do Apóstolo São Paulo que os nascidos nessa cidade tomem tal iniciativa.

Por outro lado, o que outrora se chamou “espírito paulista” possuía qualquer coisa do vigor, da força, intrepidez, iniciativa, do senso organizativo próprio àqueles que devem desenvolver uma ampla e firme ação num certo sentido universal. Os bandeirantes, assim como os autênticos paulistas, manifestavam qualidades naturais que eram símbolos daquelas que um membro de nosso grupo deve ter no plano sobrenatural.

Não convém tirar disso grandes conclusões, porque tais coincidências na História não são raras. Mas, em todo o caso, pode-se fazer uma interrogação ou conjectura: não haverá nisso um pouco mais do que uma coincidência? É bem possível.

Lembremo-nos, portanto, de rezarmos de modo muito particular a São Paulo nessa sua festa, rogando-lhe alcançar-nos o espírito dele, ou seja, o espírito dos apóstolos dos últimos tempos.

 

Plinio Corrêa de Oliveira

Preparando os caminhos…

Embora a Escritura empregue apenas o termo “magos”, segundo a tradição eles eram reis magos. Trata-se de uma tradição tão bonita que deve exprimir a verdade, pois geralmente a mentira não inventa coisas lindas.

Creio que a missão essencial dos três Reis Magos foi preparar seus reinos para a vinda dos Apóstolos ou de seus sucessores. De maneira que quando esses lá chegassem, a população estivesse aberta para acolher sua pregação, e os portadores da palavra de Cristo recebessem uma formidável confirmação na Fé, porque lá encontravam os traços dos Reis Magos.

Quando encontraram a Sagrada Família, imagino que o Menino Jesus, por mais que já soubesse falar — Ele é a Sabedoria Encarnada —, não conversou com os monarcas. Mas, por meio de flashes(1), Ele deve ter tornado mais ou menos presente aos reis magos tudo quanto a Cristandade faria de belo na humanidade, com a promessa de que nas regiões deles isso se realizaria, se seus povos fossem fiéis.

Plinio Corrêa de Oliveira (Extraído de conferência de 22/12/1989)

1) Flash [do inglês: brilho, lampejo], palavra usada por Dr. Plinio em sentido metafórico, indicando maravilhamento ou percepção enlevada de alguma realidade.