Oração para combater as afeições meramente terrenas

Minha Mãe e Senhora minha, quão grande foi o elogio que de Vós fez o Evangelho ao afirmar que — depois das inefáveis emoções da Anunciação, da Natividade, da Visita dos Reis Magos e da Apresentação no Templo — consideráveis todos estes fatos meditando-os em vosso Coração. Assim, nas emoções mais intensas que podíeis ter, Vós meditáveis.

Eram emoções indizivelmente ordenadas, e por isto em nada empanaram, antes favoreceram o exercício incomparavelmente lúcido de vossa meditação. Ordenadas, não apenas porque vossa natureza sem mancha não tinha a menor desordem, mas também porque vossas emoções resultavam da Fé e eram todas embebidas de Esperança e Caridade.

Olhai, suplico-Vos, para este filho tão diferente de Vós. Concebido com as desordens do pecado, agravado por toda espécie de infidelidades, ele nem de longe é tão sobrenatural quanto quisera, e por isso encontra-se tiranizado pelas impressões, sensações e tentações.

Fazei com que uma graça, vinda do mais íntimo de vosso Imaculado Coração, toque a alma deste vosso filho, separando-a dos aspectos terrenos, orientando-a exclusivamente para Vós e extinguindo, assim, os ardores das paixões que tanto a nublam, perturbam e tiranizam. Amém.

(Composta por Dr. Plinio em outubro de 1966)

Como um par de asas puríssimas

Peçamos a Nossa Senhora muito, e sempre. Sobretudo devemos pedir, por intermédio d’Ela, que Deus nos envie novamente em abundância o Espírito Santo, para que as coisas sejam novamente criadas, e purificada por uma renovação a face da Terra.

Diz Dante, na Divina Comédia, que rezar sem o patrocínio de Nossa Senhora é a mesma coisa que querer voar sem asas. Confiemos a Nossa Senhora este anelo em que vai todo o nosso coração. As mãos de Maria serão para nossa prece um par de asas puríssimas por meio das quais chegará certamente ao trono de Deus.

Plinio Corrêa de Oliveira (Extraído do “Legionário” de 23/5/1943)

Vínculo inestimável

Nossa Senhora está para seu Divino Filho assim como, no ostensório, o cristal posto diante da Sagrada Hóstia está para o Santíssimo. Vemos Nosso Senhor através desse cristal, sem atentar para o fato de que esse material se interpõe entre nosso olhar e Jesus Eucarístico.

De igual modo, não podemos separar a devoção a Nossa Senhora de Nosso Senhor. Um dos comentários centrais  que nos ocorre a propósito desse vínculo indissociável é que o prêmio excede a toda linguagem. Ao amor de seus devotos, Nossa Senhora retribui com aquilo que tem de melhor: o próprio Cristo Jesus, a Sabedoria Eterna e Encarnada, a nossa recompensa demasiadamente
grande.

Plinio Corrêa de Oliveira

O belo e o prático – I

A Revolução, fundamentalmente materialista, propaga a ideia de que o importante é o lado prático das coisas, pois proporciona conforto para o corpo, enquanto que o belo nem deve ser considerado. Dr. Plinio desmonta esse sofisma.

 

Diante de tantas coisas bonitas dos tempos antigos que foram sendo destroçadas, e tantas coisas hediondas instauradas nos dias de hoje em nome do prático, põe-se a pergunta: o prático não é um precursor da feiura e o belo um inimigo do prático?

Rapidez e comodidade

Para analisar esta questão, consideremos alguns meios de transporte.

Toda coisa é perfeita na medida em que atinge o seu fim. Ora, o fim de uma carruagem, por exemplo, é transportar; e se ela transporta nas condições ideais, realizou a sua perfeição.

Quais são as condições ideais do meio de transporte? Ele deve ser, entre outras coisas, rápido e cômodo. Entretanto, o conceito de cômodo é muito amplo, porque uma é a comodidade que se pode querer ter em um automóvel que transpõe a distância de alguns quarteirões; outra é a comodidade exigida desse veículo fazendo uma longa viagem. São distâncias muito diferentes em que o corpo e o próprio espírito humano pedem graus e modos de conforto diferentes.

Há outras circunstâncias que condicionam a comodidade de um veículo, como, por exemplo: um molejo adequado para transitar em superfícies irregulares; arranque suave e silencioso do motor; estabilidade pela qual o passageiro sinta-se bem e seguro, mesmo em alta velocidade, etc.

Chegamos, assim, à conclusão de que o espírito prático deve ser adaptado a várias circunstâncias.

Beleza ou conforto?

A beleza interna de um veículo é uma condição de conforto? Evidentemente sim. Porque tudo que lisonjeia os sentidos, de algum modo, é condição de conforto. É muito confortável viajar em uma carruagem e ver o sol entrando pelos cristais das janelas e incidindo sobre sedas, damascos, veludos, “brincando” naqueles tecidos de luxo. Portanto, estaria de acordo com o espírito prático — que deve procurar o conforto de um veículo — tornar bonito o interior de uma carruagem.

Mas também deve estar de acordo com o espírito prático que um automóvel tenha um compartimento com um pequeno refrigerador contendo líquidos gelados para que, no auge do calor, sem ter de diminuir a velocidade do carro, o dono possa servir-se de um refresco.

Havendo tudo isso, pode-se dizer que o espírito prático obteve uma vitória. Mas torna-se impossível fabricar uma bela carruagem com essas comodidades. Onde colocar a geladeira e as supermolas compatíveis com a supervelocidade? Onde instalar um mecanismo por onde baste apertar um botão para as janelas subirem e baixarem fazendo um ruído prestigioso? Essas coisas cabem nos produtos modernos, não nos antigos. Então, o que escolher: a beleza da carruagem ou o conforto do automóvel?

Alma do homem e pulcritude

Até pouco tempo atrás, os homens não tinham perdido a noção do belo, mesmo passando da era da bela carruagem para a do automóvel. Tomemos, por exemplo, automóveis do tipo Mercedes. Eram bonitos veículos, com cores lindas, reluzentes. O homem tinha a impressão de entrar em uma pedra preciosa, de tal maneira aquela lataria toda era ornada. Dentro havia couros de primeira ordem, espaço amplo, enfim, todos os agrados dos transportes de luxo se encontravam reunidos ali.

Isso obedecia ao seguinte princípio: há uma razão para, tanto a carruagem quanto o automóvel, serem belos.

Todos os argumentos dados até agora a favor do espírito prático valem para o corpo. Mas o homem tem só corpo? Ele é principalmente corpo? O homem não é principalmente alma? E se a alma é o elemento principal do ser humano, do que vale o belo para a alma? Neste caso, ter beleza não seria o principal componente que um transporte deveria possuir?

Lindos cavalos, belas carruagens

Analisemos o papel do belo.

Primeiramente, a pessoa que está em uma carruagem ou qualquer outro meio de transporte, ainda que seja simplesmente um cavalo, apresenta-se aos olhos do público de modo a chamar a atenção. Porque um indivíduo que atravessa uma rua dentro de um veículo ou montado em um animal, atrai muito mais a atenção do que quem vai a pé, e forma um todo psicológico e artístico aos olhos dos transeuntes.

Ademais, o homem tem interesse em ser conhecido pelo que ele é, para que se lhe dê o valor ao qual tem direito. Se ele é um verdadeiro cavaleiro, descendente, por exemplo, dos cruzados, convém que monte um lindo cavalo de raça.

E montar, não é estar sobre o animal como estaria um saco de batatas. É preciso cavalgar com elegância, altaneria e dignidade. O cavaleiro deve dar a impressão de tal domínio sobre o cavalo, que o oriente simplesmente pelo movimento das pernas. As rédeas servem mais como um elemento ornamental.

Além disso, o animal precisa estar belamente ajaezado com uma bonita sela, belos arreios. Tudo isso forma a moldura com que o homem se apresenta em público.

É de acordo com a dignidade do homem que ele queira cavalgar esplendidamente um lindo cavalo. Isso não é vaidade, mas o reto exercício do instinto de sociabilidade, não com pretensão, mas com a naturalidade com que uma pessoa quer mostrar o rosto limpo para os outros.

Tratando-se de pessoas de uma condição inteiramente excepcional, como um rei e uma rainha, que ocupam no Estado e na sociedade o primeiro lugar, é natural que, por uma necessidade da alma, se façam ver e reverenciar pelo que eles são, utilizando uma carruagem à altura de seu cargo.

Para eles, mais importante do que a grande velocidade e todas as comodidades é ter um coche, no qual se apresentem como dentro de uma linda moldura.

Por isso as altas situações são tratadas pelos artistas — no caso concreto, pelos fabricantes de coches — de maneira a serem realçadas. A arte se empenha em apresentar o rei, a rainha, os príncipes da casa real, os nobres, os titulares de altas dignidades da Igreja, do Poder Judiciário, das Forças Armadas, etc. de modo a serem naturalmente respeitados, proporcionando-lhes outra modalidade de conforto: a comodidade de governar.

Então, é uma vantagem do Estado que haja lindas carruagens. Quanta revolta é evitada, quanta guerra interna é poupada a um país porque o povo se habituou a respeitar quem o governa!

O Bucentauro e a ponte sobre o Tâmisa

A República de Veneza tinha um presidente do Conselho dos Nobres intitulado Doge, palavra derivada do vocábulo latino “dux”, chefe.

Para navegar pelas águas fabulosas da Laguna de Veneza, o Doge dispunha de uma embarcação, toda esculpida, folheada a ouro, lindíssima, que por uma reminiscência mitológica chamava-se “O Bucentauro”.

Na ocasião máxima do Estado Veneziano, o Doge partia no Bucentauro acompanhado de centenas de barcos, gôndolas com aquelas proas lindas, gente tocando instrumentos, cantando, etc., laguna adentro, até o Mar Adriático. E, quando estavam no alto mar, o Bucentauro parava e o Doge jogava nas águas um anel precioso: era o casamento de Veneza com o mar.

Veneza era uma grande república comercial e dominava os mares naquele tempo, sendo, por isso riquíssima. O casamento da República de Veneza com o mar representava uma espécie de união entre o Estado veneziano e seu destino histórico.

Evidentemente era útil para o Estado veneziano ter um barco assim.

Portanto, nem sempre a beleza tem essa incompatibilidade com o prático que apresentávamos no início desta exposição. Para a vida da alma, para o intercâmbio de relações entre as almas, para a formação da política e da cultura de um povo, o belo tem uma importância maior do que o prático. E quando há incompatibilidade, quase sempre o belo prevalece sobre o prático.

Dou um exemplo de nossos dias: o Rio Tâmisa, em Londres, com aquela ponte levadiça. Aquilo é lindo, mas já não necessário, porque com os meios modernos poder-se-ia construir uma ponte alta que substituísse aquela. Por que se mantém a ponte atual? Porque é bela!

Há, portanto, um prático de categoria inferior que encontramos ao olhar automóveis bem equipados. Mas há um prático mais elevado que toma em consideração que o homem é mais espírito do que matéria, e que as coisas do espírito têm muito mais importância do que as da matéria. Por isso, deve-se dar mais valor ao belo do que ao prático. v

 

(Continua no próximo número)

(Extraído de conferência de 4/10/1986)

 

A beleza ungida pela graça

Nas belas obras de arte produzidas na Idade Média, observa Dr. Plinio, deve-se considerar, acima da excelência do talento medieval, a riqueza da graça de Deus que inspirou os autores dessas maravilhas. A mesma graça que, para o espírito de um observador atento, parece ecoar ainda hoje nos ambientes outrora iluminados por sua presença.

 

Quando fazemos uma viagem durante a qual nosso espírito recolhe uma série de impressões, é normal que as reflexões e os pensamentos a propósito de tudo que se viu não aflorem imediatamente. Deixa-se repousar as impressões e as análises e, mais tarde, as conclusões se evolam de tempos em tempos, mais ou menos como as flores que demoram a exalar todo o seu perfume. Assim se dá com as recordações de viagem: há várias exalações consecutivas de diversos significados, de bons aromas que se apresentam e se formulam à medida que o tempo passa.

Daí vem o fato de que, somente alguns meses depois de minha última visita à Europa, eu tenha conseguido explicitar o pensamento que procurarei explanar aqui, oriundo da comparação entre esta e as anteriores viagens que fiz ao Velho Continente.

A ação da graça favorece uma obra católica

Imaginemos, por exemplo, um escritor como São Bernardo de Claraval. Ele redige seus sermões sobre Nossa Senhora e, por se tratar de uma obra feita com espírito católico e com a intenção de servir a Santa Igreja e a Civilização Cristã, supõe-se que a graça incide sobre esse ato, favorecendo-o de modo especial. Por isso, quando lemos um sermão de São Bernardo, temos duas impressões.

Uma, natural e humana: o autor é um escritor exímio, de grandes vôos literários.

 Mas, como tudo foi escrito com amor de Deus e movido pela intenção de despertar pensamentos sobrenaturais, inspirados pela Fé e tendentes à glória divina, têm-se a segunda impressão: a graça presidindo àquela obra, pois ninguém, nem São Bernardo, é capaz de pensar algo com base na Doutrina Católica, nem de querer um benefício para a Igreja ou para a glória de Deus, sem ser inspirado e auxiliado pela graça. Sem o socorro desta, o homem é incapaz de proceder a essas operações intelectuais e volitivas.

Há, portanto, uma operação de origem sobrenatural que se soma à operação natural da inteligência, vontade e sensibilidade, pela qual ao lermos aquele sermão, percebemos belezas novas, de caráter absolutamente superior e extraordinário.

Valores sobrenaturais simbolizados nos monumentos europeus

Ora, isto que se pode dizer de um texto, aplica-se também a monumentos, edifícios, catedrais, imagens, obras de arte. Por exemplo, pode-se dizê-lo das estalas superiormente bem esculpidas de um convento, de um vitral, de peças elaboradas com espírito sobrenatural, para o serviço de Deus, e também para uma finalidade natural. Quem vê aquilo é visitado por uma graça que lhe faz compreender as analogias que o objeto tem com valores sobrenaturais. Donde o grande apreço que o homem nutre por aquilo que ele contempla.

Por exemplo, um castelo com suas torres, ameias e barbacãs, pode nos transmitir uma impressão sobrenatural, proporcionada pela graça, resultante do fato de que sua arquitetura simboliza a virtude da fortaleza enquanto praticada por amor a Deus. Nisto se encerra a beleza superior do castelo, como de outros monumentos europeus, muitos deles construídos na plena era do amor de Deus, isto é, no apogeu da Idade Média, ou em épocas posteriores ou mesmo anteriores, quando o estilo românico já continha algo do sorriso cheio de afabilidade, de majestade e de uma discreta melancolia do gótico.

Mais ainda: a graça pode, inclusive, conceder ao observador um especial discernimento do espírito com que determinado monumento foi construído. Por exemplo, diante da praça do Paço Municipal de Siena, pode-se compreender o espírito dos senenses daquele tempo, e como a graça atuava em suas almas para engendrarem aquelas belezas.

O passado revive em locais visitados pela graça

Essas considerações me levam a crer que os lugares onde se passaram os grandes acontecimentos, os grandes atos de coragem, de virtude, de renúncia, de amplitude de horizonte sobrenatural, da história da Cristandade, tornam-se locais particularmente dignos de reverência. Tem-se a impressão de que as cenas neles ocorridas, como que ainda estão se passando ali. Portanto, aquele passado todo revive, e para quem visita aquele lugar, sente um prolongamento, uma continuidade misteriosa que o emociona.

Naturalmente, digo que é uma impressão, pois não corresponde à realidade do momento. Trata-se de outra realidade: onde fatos dessa magnitude se deram, foram acompanhados de graças também insignes. E assim como a graça visita a alma de quem lê, com oitocentos anos de diferença, um livro de São Bernardo de Claraval, ela visita a alma de quem, com cinco séculos de diferença, contempla um lugar de grande importância histórica.

Tem-se, pois, uma degustação da graça atinente àquela atmosfera do local que ela ungiu primeiro, e nos permite, hoje, como que entrar numa misteriosa intimidade com os fatos ali passados. Essa impressão me parece ser altamente benfazeja para o espírito, e enriquece o sentir, o saborear do homem que contempla esse ou aquele monumento.

A Catedral de São Marcos

Tomemos, por exemplo, a Catedral de São Marcos, em Veneza. Diante dela, discernimos o desejo de maravilhoso, de grandioso, inspirado pelo espírito de Fé com que, em louvor de São Marcos, ela foi construída. É uma das mil cintilações deslumbrantes do espírito católico que se manifesta ali, de maneira que, ao contemplar a catedral, alguém poderia exclamar: “Igreja Católica é isto. Ó Igreja Católica!”

Agora, dentro dessa catedral se passaram fatos históricos da maior importância, que determinaram rotações na história das nações ribeirinhas do Mar Adriático, na história de Veneza, da Itália e na história da Cristandade. Então, pelo auxílio da graça, ao analisarmos a Catedral de São Marcos, não temos apenas uma percepção do espírito de Fé que a edificou, mas temos também uma idéia dos mil episódios que ali ocorreram.

A última visita do Patriarca Sarto à sua Catedral

Um desses fatos, por exemplo, deu-se no começo deste século [XX].

O futuro Papa São Pio X era Cardeal e Patriarca de Veneza, quando faleceu o Pontífice Leão XIII e, como de costume, foi convocado o Conclave para eleger seu sucessor. Conta-se que o Patriarca Sarto comprou passagem de trem, de ida e volta para Roma, pois não considerava a hipótese de que pudesse ser o escolhido.

Seja como for, podemos imaginar a última visita do Patriarca à Catedral de São Marcos, pouco antes de tomar a gôndola que o levaria à estação ferroviária, de onde partiria para o conclave. Com sua figura esguia, revestido de trajes vermelhos de Cardeal, o cabelo já branco, e ele alvíssimo — uma pincelada branca no meio das púrpuras que o rodeavam —, seguido e acompanhado de seus secretários, de monsenhores, de prelados, atravessando o corredor e indo se ajoelhar no presbitério, para rezar.

Essa seria a cena de Veneza despedindo-se do mais recente dos Papas canonizados. Quem passeia sob as colunas do átrio de São Marcos, ou transpõe suas portas, pensando nesse acontecimento histórico, não tem a impressão de que São Pio X está ali, rezando junto ao altar? Não revive um pouco daquele episódio?

De fato ele não está. O que ainda se acha presente, como acima dissemos, é um eco daquela graça que iluminou e ungiu com sua ação o acontecimento histórico, e que torna especialmente sagrado, especialmente belo e digno de reverência, o lugar onde ele se passou. v

 

Plinio Corrêa de Oliveira (Extraído de conferência em 11/1/89)

 

Insondável solicitude

De uma perfeição, santidade e formosura incomparáveis, Nossa Senhora considera a cada um de nós, seus filhos, como enfermos de uma doença chamada pecado original, e tem para conosco solicitudes insondavelmente maiores do que manifesta uma mãe terrena por seu filho doente.

Ela se compadece de nossos defeitos, e nos obtém as graças necessárias para vencê-los, para nos curar.

A voz nos some na laringe, e nossos olhos perdem todas as outras coisas de vista, ao pensarmos n’Aquela que é nossa vida, doçura e esperança…

Plinio Corrêa de Oliveira (Extraído de conferência em 30/7/1994)

Circuncisão

Sobre a Circuncisão há uma coisa que maravilha todos os teólogos e que nos deixa ver um pouco os hábitos de Deus, ou o que se poderia chamar a psicologia de Deus: o Sangue vertido na Circuncisão teria sido suficiente para resgatar todo o gênero humano.

Uma simples gota do Sangue preciosíssimo de Jesus Cristo tem valor infinito. Ora, Deus, por um desígnio misterioso e a respeito do qual os teólogos não chegam a ver o fundo, Ele não quis que a Redenção se desse nesse momento; Ele quis que o mérito desse Sangue como que ficasse suspenso, e que a Redenção só se operasse efetivamente depois do “dilúvio” de sangue vertido por Nosso Senhor Jesus Cristo no alto da Cruz.

Plinio Corrêa de Oliveira (Extraído de conferência de 1/1/1966)

Oração para combater as afeições meramente terrenas

Minha Mãe e Senhora minha, quão grande foi o elogio que de Vós fez o Evangelho ao afirmar que — depois das inefáveis emoções da Anunciação, da Natividade, da Visita dos Reis Magos e da Apresentação no Templo — consideráveis todos estes fatos meditando-os em vosso Coração. Assim, nas emoções mais intensas que podíeis ter, Vós meditáveis.

Eram emoções indizivelmente ordenadas, e por isto em nada empanaram, antes favoreceram o exercício incomparavelmente lúcido de vossa meditação. Ordenadas, não apenas porque vossa natureza sem mancha não tinha a menor desordem, mas também porque vossas emoções resultavam da Fé e eram todas embebidas de Esperança e Caridade.

Olhai, suplico-Vos, para este filho tão diferente de Vós. Concebido com as desordens do pecado, agravado por toda espécie de infidelidades, ele nem de longe é tão sobrenatural quanto quisera, e por isso encontra-se tiranizado pelas impressões, sensações e tentações.

Fazei com que uma graça, vinda do mais íntimo de vosso Imaculado Coração, toque a alma deste vosso filho, separando-a dos aspectos terrenos, orientando-a exclusivamente para Vós e extinguindo, assim, os ardores das paixões que tanto a nublam, perturbam e tiranizam. Amém.

(Composta por Dr. Plinio em outubro de 1966)

Mares do Brasil

Através da contemplação de um dos elementos mais belos da natureza, o mar, Dr. Plinio nos convida a saber analisar o que se passa interiormente em algo muito mais vasto que os panoramas marítimos.

 

Como há mar e mar! Não há nada mais parecido com o mar do que outro mar. Não há nada mais diferente de um mar do que outro mar.

Viajando, simplesmente, pelo litoral brasileiro, nota-se como os mares são diferentes. Por exemplo, o mar de Cabo Frio é diferente do mar de Santos; e o mar do Rio é diferente do mar de Guarujá. Mas como todos esses são diferentes do mar da Bahia ou do mar de Fortaleza! Todos são diferentes, e que efeitos diferentes causam!

José Menino e Guarujá

Para mim, é sempre um privilégio contemplar um panorama marítimo.

As minhas circunstâncias de vida não me dão tempo de olhar o mar, mas eu o contemplei muito e o carrego dentro da alma.

Penso nele e o tenho em mente. Analisei detidamente, em várias situações e em vários aspectos, o mar da minha — quase diria — nativa praia do José Menino, em Santos.

Quem foi esse José Menino? Não sei. No recôncavo, as ondas entram ordenadas e fazem dentro do seu curso, em ponto pequeno, uma “bataille rangée”, e também um pouco de “bataille mêllée”(1) sobre si mesmas para se divertirem. Elas espumam um pouco, vão para frente, para trás, quando chegam à praia ficam enormes e se estendem sobre a areia; depois começa o refluxo e elas voltam para recomeçar; tudo feito numa serenidade, numa dignidade encantadora.

Na praia de Guarujá, em que o mar é mais claro, tem-se a impressão de que a luz do Sol é mais reluzente também; a água é glauca, entre azul e verde, e aquilo já é dado para mar alto. As ondas sobem e espumam! São eloquentes, fazem oratórias! Agitam cabeças, meneiam braços, assinalam distâncias por rumores. A onda quebra longe, provoca aquele rumor, o qual vai se aproximando.

Copacabana, Cabo Frio e Fortaleza

E a sensação magnífica de quem está em alto mar em Copacabana, no Rio de Janeiro! Colosso! Vastidão de mar, em que cada gota é uma pedra preciosa, formam-se espumas com as ondas que se quebram. E nunca raivoso nem indignado! Sempre com aquele bom humor, próprio ao Rio de Janeiro. Mas dentro desse bom humor amável há uma variedade, uma força que dá um encanto próprio a cada movimento das águas.

Não posso me esquecer das águas de Fortaleza, no Ceará, muito parecidas com as de Cabo Frio, no Estado do Rio de Janeiro. Não sei se no litoral brasileiro há águas mais bonitas. São propriamente águas-marinhas colossais que se movem sem forma definida. Olhando o mar, vê-se o fundo. Claro! Magnífico! Tem-se a impressão de que é uma água-marinha em lente de aumento. Estupenda!

O mar interno de nossa alma e o mar externo

Quando vemos esses vários movimentos da natureza marítima, nós nos regalamos e entretemos. Mas uma coisa é o entusiasmo; outra é a mania, que pode dar em qualquer desequilíbrio, pequeno ou grande. Na posição adequada do espírito, a pessoa vê, gosta e em certo momento, como que empurrando as sensações com a mão, diz: “Sensações, calai-vos! Eu quero que vós não entreis. As que entraram não sairão, as que estão fora não entrarão. Sensações que entrastes, desfilai! Essa, aquela, aquela outra, como é cada uma? Que relações elas têm entre si?” E faz a grande pergunta: “O que significam? O que em mim vibra vendo aquilo? Qual é a verdade, a retidão, a virtude que consona com aquilo? Qual é, por outro lado, o defeito que tende a aborrecer-se com aquilo? Pelo desígnio de Deus, aquilo significa o que há de reto, de bom, de semelhante a Ele. Plinio, analisa-te! Em função de outro mar, que é o vai-e-vem de tua alma, tu conferirás mar com mar, julgarás o teu mar interno à vista do mar externo, e julgarás o mar externo à vista do teu mar interno.”  v

 

Plinio Corrêa de Oliveira (Extraído de conferência de 8/11/1980 e 2/2/1983)

 

1) Bataille rangée, batalha em fileiras; bataille mêllée, batalha sem qualquer ordenação.

A grandeza da ordem do universo

Exemplificando com obras de arte de Velásquez e Van Dyck, e, no campo da História, com um detalhe de um fato ocorrido logo após a queda da Bastilha, Dr. Plinio mostra que, de um pormenor, pode-se tirar conclusões que levam às mais altas cogitações  a respeito da ordem do universo.

 

O universo é incomensurável! Como abarcá-lo? A ordem dele é ainda mais incomensurável do que ele. Porque se é verdade que o universo ocupa tão grande espaço, em cada ponto incidem nele e entram em harmonia milhares de elementos de ordem.

Pormenores de alguns quadros artísticos…

A ordem não é senão a disposição das coisas para o seu fim e de acordo com a natureza que têm. Mas para essa disposição entram em cada coisa tantos elementos, e todos eles precisando entrar em ordem, que se poderia dizer facilmente que há milhões de ordens para uma só ordem do universo. Nesse sentido poder-se-ia afirmar que há milhões de ordenações para um só ser.

Por exemplo, considerem a mão humana: quanto se pode dizer a respeito da ordenação dos vários dedos com a mão, dos dedos entre si!

Eu vi uma vez um álbum de pintura que reproduzia um quadro de Velásquez, de uma das Infantas, e retratava a princesa com uma saia-balão e todos os demais adornos. Mas o álbum estampava ao lado a fotografia só da parte do quadro, que representava a mão. E era uma mão alva, muito fina, que simplesmente fazia uma coisa: carregava um lenço, um longo lenço, espantosamente longo para os nossos hábitos de hoje, feito de uma espécie de tule de seda ligeiramente rosado. A mão da princesa se apoiava sobre a armação de sua própria saia-balão, e ali segurava o lenço que pendia como que ao acaso. Velásquez, grandíssimo pintor, fez de um pormenor de sua obra um quadro.

Portanto, interessei-me em ir decompondo assim vários quadros, analisando tal pormenor e tal outro. Se se emoldurasse só aquilo, que expressão daria?

Vê-se que todo grande pintor em cada pormenor de suas pinturas faz um quadro. E que verdadeiramente um quadro de boa categoria é um mosaico de quadros.

Uma das obras de arte que mais expressam isso é a gravura que representa o Rei Carlos I da Inglaterra, de Van Dyck. A posição de sua mão, apoiando-se ligeiramente sobre um castão, e o cotovelo do braço esquerdo… Eu já disse que é um arquicotovelo. Não conheço um cotovelo mais nobremente pontudo, mais altaneiro e mais leve do que aquele. É uma coisa maravilhosa!

Um pintor soube tirar isto de um cotovelo a respeito do qual um médico, um anatomista, um fisiologista diria cem outras coisas. Por quê? Porque num elemento só do corpo de um homem — o qual é um elemento da humanidade, o qual é um elemento rex, o elemento rei de toda a ordem do universo —, só a respeito disso se poderia escrever uma biblioteca.

…e também da História

Têm-se também uma noção disso quando se analisam os pormenores da História. Estudamos a História nas suas linhas gerais e o significado dos fatos apresentados. Mas depois, quando começamos a analisar os grandes povos, os grandes acontecimentos históricos, percebemos que os pormenores interessam muito; cada um deles acaba constituindo como que uma história especial.

Certas ondas, ao arrebentarem na praia, como que se voltam para trás e caem. Assim também são os acontecimentos históricos. Eles parecem nascer de quem os produziu, mas, aprofundando em seu estudo, vemos que foram causados por aqueles que eles vitimaram.

De um pequeno pormenor, podem-se tirar conclusões que levam às mais altas cogitações da História, e que esclarecem mais um aspecto num universo de fatos como a queda da Bastilha, a qual é um ponto do universo de acontecimentos que é a Revolução Francesa; a qual, por sua vez, é um ponto desse universo de catástrofes que são as Três Revoluções(1); e delas pode-se subir até à Redenção do gênero humano, à obra da Salvação.

Vê-se como a partir de um pequeno ponto as correlações se multiplicam e se avolumam. Às vezes, são detalhes ainda menores do que este que passo a narrar. 

Reação de Luís XVI face à notícia de que a Bastilha fora tomada

Li em certa ocasião que, no dia da queda da Bastilha, o Palácio de Versailles passou as horas em completa tranquilidade. Ninguém mandou avisar o que estava acontecendo em Paris. Nota-se o relaxamento, o abandono do senso de conservação, do senso da autoridade. O Rei Luís XVI foi dormir na hora costumeira e, mais ou menos à meia-noite, chegaram os mensageiros a Versailles, procedentes de Paris, trazendo as notícias do que tinha sucedido durante o dia.

Só então perceberam a gravidade do ocorrido, e os Ministros se perguntaram se era o caso de acordar o Rei. E esbarraram diante de um problema de protocolo, de etiqueta. Não havia precedentes de alguém acordar o monarca durante a noite. Afinal, o Duque de La Rochefoucauld entrou no quarto do Rei. Tudo isso eu já conhecia, mas existe um pormenor que até então me havia passado despercebido.

Naquele tempo, determinadas pessoas dormiam em camas de aparato, as quais tinham quatro colunas e se corria uma cortina, que formava um pequeno quarto dentro do quarto de dormir.

Ele abriu toda a cortina, acordou o Rei e comunicou:

— Sire, estamos recebendo notícias de Paris, houve tal coisa assim etc.

E Luís XVI, estremunhando de sono, disse:

— “C’est donc une révolte”?

— “Non Sire, c’est une révolution”(2).

Mas há um pormenor que eu ignorava dentro disso — porque a cena é conhecidíssima. O Duque abriu inteiramente as cortinas da cama do Rei, querendo dizer: “Eu espero que vós vos levanteis e tomeis uma atitude!” E esta esperança manifestada por La Rochefoucauld exprime bem o ambiente, a carga psicológica de como foi dada a notícia, e também o grau de modorra de Luís XVI. E o característico da cena ganha com um pequeno pormenor.

O homem vale mais que o universo material

Sendo assim a História, com uma maior ou menor abertura de cortina, imagine-se como é todo o universo!

Um grão de areia examinado no microscópio é um pequeno cosmo. E sobre ele se poderia fazer uma enciclopédia. Quanto mais o universo, o qual, entretanto, na presença de Deus não é senão um grão de areia!

Observemos outro aspecto. A Terra é como um grão de areia em relação ao universo, e este também o seria para os espaços incriados que o devem cercar. Entretanto, neste grão de areia, ou seja, a Terra, Deus fez o trono do rei de tudo, que é o homem. Pôs aqui o Paraíso e começou a conviver com o homem amorosamente.

Percebe-se, portanto, a reversibilidade tremenda. Como o universo é pequeno! Como a Terra é pequena! Como o homem é pequeno! Este é um pouco de lama que o Criador modelou e depois nele soprou o espírito. Mas como aquela lama é uma grande coisa para que Deus tenha Se servido dela para criar o homem. Ó lama histórica, bem-aventurada e feliz para que nela o Altíssimo se dignasse soprar incutindo o espírito! Como nesse instante essa lama ficou valendo mais do que o universo inteiro!

Primeiro, porque este boneco foi modelado por Deus. Em segundo lugar, porque neste molde Ele insuflou um espírito. A lama que se faz carne e começa a andar; o homem que recebe um espírito e inicia a pensar!

Eu me comprazo, às vezes, em pensar qual foi o primeiro instante de Adão. Deus manifestou-Se a ele no primeiro momento, ou só o fez mais tarde? Quando contemplou a Criação, que noção teve ele do Criador?

Somos tão egoístas que, quando imaginamos Adão começando a viver, pensamos que ele, tendo conhecimento de si e do que o cercava, se perguntava se era gostoso, agradável. Infelizmente, é o nosso primeiro movimento.

Mas esses são os pensamentos do homem moderno. A verdadeira pergunta é esta: “Que reflexo de Deus ele captou no primeiro momento?” Mas… aconteceu tudo o que sabemos.

Deus elevou tanto o homem, que o Verbo se encarnou e habitou entre nós

No novo Paraíso de Deus, que é Nossa Senhora, o Divino Espírito Santo, da carne imaculada da Virgem, fez formar-se a humanidade santíssima de Nosso Senhor Jesus Cristo. E no momento em que foi concebido, Ele começou a pensar.

Qual foi o primeiro momento da humanidade santíssima de Jesus com a Segunda Pessoa da Santíssima Trindade, unidas hipostaticamente? Como foram estas relações? Como foi a primeira adoração, o primeiro ato de amor? Como foi esta hora em que o Espírito Santo tornou-Se Esposo de Nossa Senhora e fez nascer Nosso Senhor Jesus Cristo? Quem pode cogitar essas coisas, tudo o que se passou nesse grão de poeira que é a Terra?

E o que se poderia perguntar quanto ao universo, se num grão de poeira cabe toda esta ordenação?

Certa vez assisti a uma palestra — não sei se o que se afirmava é inteiramente verdade — durante a qual o palestrante dizia que qualquer parcela de matéria é como um planeta em torno do qual gravitam — separados por distâncias que não percebemos, mas que a Ciência pode calcular — moléculas que são como planetas e representam pequenos universos. “Si non è vero, è bene trovato”(3). Estaria na verossimilhança das coisas que elas fossem assim.

Então, qual é esta ordem do universo, a inter-relação de todas as coisas? Consideremos que, na infinita sabedoria de Deus, cada grão de areia se identifica; Ele conhece a fundo o mundo, infinitamente mais do que nós podemos conhecer uns aos outros. De tal maneira que tudo está presente no Criador.  Ele fez tudo, conhece tudo e governa tudo. Ora, esta ordem assim é Deus que conhece.

O que se pode dizer a respeito disso? Vejamos algo que está nas excelências da obra feita por Deus. Ele eleva tanto esse grão de poeira, que o Verbo se encarnou e habitou entre nós, sofreu, morreu e salvou o gênero humano. 

Silêncio, murmúrio e exclamação

Se se pudesse dizer — a expressão não é corrente —: na História de Deus, que acontecimento extraordinário passa-se na Terra, a qual é então nobilitada ao máximo, ela que, entretanto, não é senão um grão de poeira! E parece ver-se a soberana sabedoria do Criador, olhando para isso, Ele mesmo encantado e exclamando: “De um lado tão pequeno e de outro tão grande. Que obra Eu faço!”

Esta diferença abismática, desconcertante, nós a encontramos em quase tudo o que marca a ordem do universo. Enormemente grande e enormemente pequeno; enormemente bondoso, enormemente justiceiro; enormemente autoritário, como um rei; mas de outro lado dando aos homens uma completa liberdade.

E assim são os contrastes da História. E nos extremos de todas as considerações encontramos o imenso. Na ponta de todas as “avenidas” está algo que, em linguagem humana, chamaríamos o monumental, mas que excede de fato imensamente o grandioso, o majestoso, o dominador, o ordenado e paira sobre tudo isso.

Mas nossa alma talvez pudesse ver como um pouco esmagadoras as perspectivas dessas avenidas, que são todas elas monumentais. Deus semeou essas simetrias com imprevistos. E há tanta fantasia, tanto inesperado no meio da ordem da Criação, que nos perguntamos: “Mas como isto é assim?” E no entrelaçar ordenadíssimo — se bem que muitas vezes fortuito dela — aparecem coisas que não entendemos. Quanta variedade, mas que monumental unidade!

Dir-se-ia que Deus quis ordenar as coisas de tal maneira que o homem, no último ponto de seu olhar, sempre divisa o grandioso. E se pelo sorriso do imprevisto, do leve, do gracioso, Deus o ajuda a andar rumo ao grandioso, Ele o convida, de surpresa em surpresa, a encontrar aquilo que deveria ter previsto, ou seja, o monumental, que arranca da alma humana exclamações.

Diante deste final, o homem tem três atitudes possíveis: o silêncio, o murmúrio e depois a exclamação, que correspondem a três formas de magnificência, de esplendor, a respeito de cada uma das quais eu poderia depois falar indefinidamente, de tal maneira tudo é grande, vasto, imenso; tudo nos fala da grandeza de Deus.

Se contemplarmos tudo isto com cuidado, encontraremos a ordem do universo.

 

Plinio Corrêa de Oliveira (Extraído de conferência de 12/9/1981)

 

 

1) O termo “Três Revoluções” é aqui empregado no sentido que lhe dá Dr. Plinio em sua obra “Revolução e Contra-Revolução”, escrita em abril de 1959.

2) – Isso é uma revolta?

– Não Majestade, é uma revolução!

3) Do italiano: Se não é verdade, é bem achado.