Quanto mais o homem ama a Deus, tanto mais fica sensível
ao bem e ao mal, tornando-se capaz de discernir a ação dos
Anjos bons e dos anjos ruins sobre si e sobre os ambientes.
Lutando contra o demônio, faz-se a mais prodigiosa
das guerras psicológicas contrarrevolucionárias.
A Comunicação Entre os Espíritos: Reflexões Sobre Anjos, Demônios e Almas
Um Conhecimento Puramente Espiritual
Tanto os Anjos quanto os demônios se conhecem e se veem de um modo puramente espiritual.
Mas como um puro espírito conhece outro? É difícil sabermos, mas podemos ter alguma ideia, considerando o seguinte:
Somos constituídos de corpo e alma. Não podemos ver a alma de outra pessoa diretamente, mas conseguimos conhecê-la, por exemplo, através do olhar.
O Olhar e Sua Simbologia Profunda
Que maravilha é perceber, em movimentos quase imperceptíveis, uma comunicação de alma a alma!
Esses movimentos submicroscópicos, quando bem interpretados, transmitem uma mensagem interior.
Ninguém vê diretamente a alma de outro, mas o olhar torna-se uma espécie de linguagem simbólica, por onde, nas menores contrações e expressões, se revelam:
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Estados de espírito
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Impressões psicológicas
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Sentimentos morais e artísticos
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Níveis culturais e espirituais
Tão poderosa é essa simbologia que se escreveu, sobre o olhar da imagem milagrosa de Nossa Senhora de Fátima, que chorou em Nova Orleans:
“Peregrinando dentro de um olhar.”
Essa expressão nos faz pensar que há olhares tão profundos e vastos, que podemos neles realizar uma verdadeira peregrinação espiritual.
Por outro lado, há olhares fechados, que dizem silenciosamente:
“Não me penetre, o que há aqui não é para você – talvez seja até contra você.”
Um Olhar de Alma a Alma
Através da forma como um olhar percebe outro, temos uma vaga ideia de como um espírito conhece outro.
É quase como se fosse um olhar direto de alma para alma.
Mas há também outro modo de percepção: uma certa vibração vital ou nervosa, mais evidente em uns, menos em outros, mas presente em todos.
Às vezes, uma única pessoa entra em uma sala — e enche o ambiente.
Outras vezes, entram cinco pessoas — e ninguém preenche nada.
Exemplo: Carlos Magno, Uma Alma Grandiosa
Carlos Magno trazia em si a Europa inteira.
Onde ele a trazia? Principalmente nos olhos, mas também:
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Nos braços poderosos
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Na sua alta estatura dominadora
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Na voz possante
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No modo de se expressar, sempre significativo, jamais vazio
Ele não apenas enchia uma sala — ele enchia um continente.
Era imperador, mais pelo poder de irradiar sua alma, do que por seu poder de comando.
O poder jurídico era secundário; o poder da personalidade era maior.
Afinidades e Repulsas Espirituais
Há um princípio latino que diz:
Similis simili gaudet — “o semelhante se alegra com o semelhante”.
Entre nós, isso se percebe quando sentimos afinidade ou rejeição com certas pessoas.
Entre os puros espíritos, isso ocorre de modo muito mais profundo e intenso:
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Anjos bons se atraem por suas semelhanças
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Demônios e anjos se repelem mutuamente
Como não há distância física entre eles, podem se perceber e se conhecer imediatamente.
As relações entre os espíritos são intensas — fortíssimas:
Eles se percebem, se atraem e se repelem, se amam ou se odeiam.
Essa é também a atitude deles para conosco.
Entre o que há de virtuoso em nós e o que há de santo nos Anjos, existe uma atração natural.
Quando a Presença dos Anjos se Faz Sentir
Às vezes, sentimos uma profunda alegria interior, uma sensação de paz e dever cumprido.
Esse bem-estar pode ser um sinal da alegria de um Anjo, talvez até uma manifestação de sua presença, permitida por Deus.
“Passou um Anjo por aqui” — essa expressão, tão popular, pode ter algo de verdade.
Anjos e Demônios em Ambientes Humanos
Em uma reunião, quando há uma graça coletiva, é como se um Anjo tivesse sobrevoado o local.
Por outro lado, há situações em que tudo parece confuso, disperso, sem foco.
Quando isso ocorre, podemos pensar:
“Não foi um Anjo que passou… foi uma presença pesada.”
Talvez um demônio tenha se insinuado, influenciando a atenção, o espírito e o ambiente, provocando distrações e desordem.
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