Ó Senhora Aparecida!

Neste momento rico em esperanças e glória, ó Senhora, vimos agradecer-Vos os benefícios que, Medianeira sempre ouvida, nos obtivestes de Deus onipotente.

Agradecemo-Vos o território de dimensões continentais, e as riquezas que nele pusestes.

Agradecemo-Vos a unidade do povo, cuja variegada composição racial tão bem se fundiu neste grande caudal étnico de origem lusa — e cujo ambiente cultural, inspirado pelo gênio latino, tão bem assimilou as contribuições trazidas por habitantes de todas as latitudes.

Agradecemo-Vos a Fé católica, com a qual fomos galardoados desde o momento bendito da Primeira Missa.

Agradecemo-Vos nossa História, serena e harmoniosa, tão mais cheia de cultura, de preces e de trabalho, do que desavenças e de guerras..

Agradecemo-Vos as nações deste Continente, que nos destes por vizinhas, e que, irmanadas conosco na Fé e na raça, na tradição e nas esperanças do porvir, percorrem ao nosso lado, numa convivência sempre mais íntima, o mesmo caminho de ascensão e de êxito.

Agradecemo-Vos nossa índole pacífica e desinteressada, que nos inclina a compreender que a primeira missão dos grandes é servir, e que nossa grandeza, que desponta, nos foi dada não só para nosso bem, mas para o de todos.

Agradecemo-Vos o nos terdes feito chegar a este estágio de nossa História, no momento em que pelo mundo sopram tempestades, se acumulam problemas,  terríveis opções espreitam, a cada passo, os indivíduos e os povos. Pois esta é, para nós, a hora de servir ao mundo, realizando a missão cristã das nações jovens deste hemisfério, chamadas a fazer brilhar, aos olhos do mundo, a verdadeira luz que as trevas jamais conseguirão apagar.

PRECE

Nossa oração, Senhora, não é, entretanto, a do fariseu orgulhoso e desleal, lembrado de suas qualidades, mas esquecido de suas faltas.

Pecamos. Em muitos aspectos, nosso Brasil de hoje não é o País profundamente cristão com que sonharam Nóbrega e Anchieta. Na vida pública como na dos indivíduos, terríveis germes de deterioração se fazem notar que mantêm em sobressalto todos os espíritos lúcidos e vigilantes.

Por tudo isto, Senhora, pedimo-Vos perdão.

E, além do perdão, Vos pedimos forças. Pois sem o auxílio vindo de Vós, nem os fracos conseguem vencer suas fraquezas, nem os bons alcançam conter a violência e as tramas dos maus.

Com o perdão, ó Mãe, pedimo-Vos também a bênção.

Quanto confiamos nela!

Sabemos que a bênção da Mãe é preciosa condição para que a prece do filho seja ouvida, sua alma seja rija e generosa, seu trabalho seja honesto e fecundo, seu lar seja puro e feliz, suas lutas sejam nobres e meritórias, suas venturas honradas, e seus infortúnios dignificantes.

Quanto é rica destes, e de todos os outros dons imagináveis, a Vossa bênção, ó Maria, que sois a Mãe das mães, a Mãe de todos os homens, a Mãe Virginal do Homem-Deus!

Sim, ó Maria, abençoai-nos, cumulai-nos de graças, e mais do que todas, concedei-nos a graça das graças. Ó Mãe, uni intimamente a Vós este Vosso Brasil.

Amai-o mais e mais.

Tornai sempre mais maternal o patrocínio tão generoso que nos outorgastes.

Tornai sempre mais largo e mais misericordioso o perdão que sempre nos concedestes.

Aumentai vossa largueza no que diz respeito aos bens da terra, mas, sobretudo, elevai nossas almas no desejo dos bens do Céu.

Fazei-nos sempre mais amantes da paz, e sempre mais fortes na luta pelo Príncipe da Paz, Jesus Cristo, Filho Vosso e Senhor nosso.

De sorte que, dispostos sempre a abandonar tudo para lhe sermos fiéis, em nós se cumpra a promessa divina, do cêntuplo nesta terra e da bem-aventurança eterna.

*    *    *

Ó Senhora Aparecida, Rainha do Brasil! Com que palavras de louvor e de afeto Vos saudar no fecho desta prece de ação de graças e súplica? Onde encontrá-las, senão nos próprios Livros Sagrados, já que sois superior a qualquer louvor humano?

De Vós exclamava, profeticamente, o povo eleito, palavras que amorosamente aqui repetimos:

— “Tu gloria Jerusalem, tu laeticia Israel, tu honorificentia populi nostro”.

Sois Vós a glória, Vós a alegria, Vós a honra deste povo que Vos ama.

(Plinio Correa de Oliveira, Folha de São Paulo, 16/1/1972, Prece do Sesquicentenário)

Oração para pedir o sofrimento restaurador

Ó Mãe do Bom Conselho, tende compaixão de mim nos desacertos e nas perplexidades em que minha alma culpada se encontra. No meio de todas as minhas misérias, vossa graça me dá a convicção de que é melhor qualquer sofrimento a continuar como estou. E se, portanto, a condição para deixar este infeliz estado é me fazerdes sofrer, com os joelhos dobrados em terra e com as mãos postas, de toda a alma, ó minha Mãe, peço-Vos que me deis o sofrimento que seja necessário para eu ser inteiramente vosso e, ao mesmo tempo, a força para suportá-lo.

Nesse sentido suplico-Vos que, se for possível, eu me una inteiramente a Vós sem ser necessário esse sofrimento, e que afasteis de mim esse cálice. Mas se não for possível, a exemplo de vosso Divino Filho, digo: Faça-se em mim a vossa vontade e não a minha. A “vossa vontade”, Mãe de misericórdia, pois Vós sois o canal necessário, por desígnio de Deus, para subirmos a Ele e para que as graças venham até nós.

Mãe do Bom Conselho, mais uma vez eu Vos peço: tende piedade de mim!

 

Plinio Corrêa de Oliveira

Oração: Confiança cega em Nossa Senhora

Santa Senhora do Amparo! Ponde na minha alma, totalmente carecedora de méritos e de forças, uma graça pela qual este vosso escravo confie em Vós cegamente durante a vida inteira. Que faça desta confiança cega o caminho pelo qual realize a minha vocação e chegue até Vós no Reino de Maria e no Reino dos Céus.

Bem sabeis como, incontáveis vezes, ser-vos-ei tão infiel que desmerecerei completamente o favor de ter sido chamado por Vós. Ponde, porém, em minha alma a convicção de que, de antemão, já perdoastes tudo, até o inimaginável, certo de que, depois de cada miséria, Vós abrireis para este filho as portas de uma misericórdia nova, mais rica e mais insondável do que a anterior.

Dai-me a graça de fazer um ato de confiança sempre que veja uma infidelidade em mim ou nos outros. De maneira que a vida deste filho e escravo vosso seja um longo e ininterrupto ato de confiança em Vós. Amém.

Prece a Nossa Senhora do Carmo

Meus olhos e minha alma se voltam hoje para Vós, Senhora do Carmo:

Vós que fostes a inspiradora de um grande veio de profetas, desde Elias até o carisma profético da Santa Igreja no Novo Testamento; Vós que ensinastes antes mesmo de existir, e fostes o modelo daqueles que creram no Salvador prometido pelas Escrituras; Vós que representastes o apogeu da esperança desses varões de Deus, pois fostes a nuvem da qual choveu o Redentor — Vós sois hoje a Arca da Aliança da qual há de vir a vitória para o mundo, conforme anunciastes em Fátima: “Por fim, meu Imaculado Coração triunfará!”

Inundai minha alma, ó Mãe, da certeza deste triunfo, e da coragem de estar de pé na derrota, na adversidade, esperando o dia de vossa glória.
Assim seja.

(Proferida por Dr. Plinio em 16/7/1971, Festa de Nossa Senhora do Carmo)

Fátima, profetismo e mudança de mentalidade

A devoção a Nossa Senhora de Fátima se desdobra em duas outras invocações: Nossa Senhora do Carmo e Imaculado Coração de Maria. Assim, naquele conjunto de fatos nos quais se inserem as aparições em Fátima, a Santíssima Virgem quer ser venerada também por meio desses dois títulos. Que relação têm eles com o assunto Fátima?

Nossa Senhora do Carmo está relacionada com o Monte Carmelo e, portanto, com o Profeta Elias e toda a família de almas que, passando por São João Batista e chegando  até São Luís Grignion de Montfort, representam o profetismo dentro da Igreja. Isso representa um convite a que tenhamos o espírito profético.

Outro é o significado de Nossa Senhora apresentar-Se sob o título de Imaculado Coração de Maria. O coração simboliza a mentalidade. Essa devoção supõe a renúncia à  nossa mentalidade revolucionária para assumirmos a participação na mentalidade do Imaculado Coração de Maria. Quer dizer, é o esmagamento do orgulho e da  sensualidade que são as duas raízes da Revolução. Sem dúvida, a Virgem Maria brilhou de um modo perfeito em todas as virtudes, mas aquelas que, a justo título, os  pregadores costumam pôr mais em realce são a humildade e a pureza. Isso corresponde, portanto, a assumir uma mentalidade contrarrevolucionária.

Há, pois, um sentido profundo na jaculatória que costumamos rezar: “Cor Sapientiale et Immaculatum Mariæ, opus tuum fac – Ó Coração Sapiencial e Imaculado de Maria,  realizai a vossa obra”.

O Coração Sapiencial de Maria é a mentalidade cheia de sabedoria da Mãe de Deus, oposta à demência revolucionária. Poder-se-ia dizer: “Coração contrarrevolucionário de  Maria”. “Opus tuum fac” significa que a completa mudança da alma para assumir a mentalidade de Nossa Senhora depende de uma iniciativa d’Ela. Corresponde, portanto, a pedir à Rainha dos corações que faça a obra específica de mudar a mentalidade dos homens.

Então, se quisermos ter uma devoção inteiramente refletida, ponderada a Nossa Senhora de Fátima, devemos desenvolver essa reflexão: Nossa Senhora de Fátima  acompanhada com uma impostação de alma rumo ao profetismo representado na Rainha do Carmo, e ao Sapiencial e Imaculado Coração de Maria enquanto Aquela que age nos corações dando às pessoas a verdadeira mentalidade que devem ter.

A realeza de Nossa Senhora, fato incontestável em todas as épocas da Igreja, veio sendo explicitada cada vez mais a partir de São Luís Grignion de Montfort, até aquele 13 de  julho de 1917, quando Maria anunciou em Fátima: “Por fim, o meu Imaculado Coração triunfará”. É uma vitória conquistada pela Virgem, é o seu calcanhar que outra vez  esmagará a cabeça da serpente, quebrará o domínio do demônio, e Ela, como triunfadora, implantará seu Reino. Portanto, devemos confiar em que Maria já determinou atender as súplicas de seus filhos contrarrevolucionários, e que Ela, Soberana do universo, pode fazer a Contra-Revolução conquistar, num relance, incontável número de almas. Nossa Senhora Rainha haverá de expulsar desta Terra os revolucionários impenitentes, que não querem atender ao seu apelo, de maneira que um dia Ela possa dizer: “Por fim o meu Coração Imaculado triunfou!”

Plinio Corrêa de Oliveira

Oração: Pedindo graças que fazem parte do segredo de Maria

Ó Maria Santíssima, Esposa do Espírito Santo, obtende-me d’Ele a graça necessária para que eu olhe de frente a minha alma, fazendo um exame implacável e verdadeiro de tudo quanto nela se contém. Obtende-me amar o que ali puseste de bom e odiar o que há de mau. De sorte que, expulso dela o mal, triunfe o bem, e comece em mim aquela aurora do Reino de Maria, pelo qual devemos viver, lutar e morrer. E se tal for a minha fraqueza e falta de generosidade que eu não consiga corresponder às vossas graças, dai-me graças ainda maiores, aquelas que fazem parte do vosso segredo e das quais diz São Luís Grignion que o homem, como que, não lhes pode resistir.

Plinio Corrêa de Oliveira (Composta em 25/7/1970)

Coração Sapiencial e Imaculado de Maria

A principal alegria de Nosso Senhor durante a vida terrena estava numa lâmpada acesa na casa de Nazaré: o Coração Sapiencial e Imaculado de Maria, cujo amor excedia o de todos os homens que houve, há e haverá até o fim do mundo.

Plinio Corrêa de Oliveira (Extraído de conferência de 7/4/1984)

Prece ao Imaculado Coração de Maria

Dai-nos, ó Mãe, uma união com vosso Sapiencial e Imaculado Coração, de maneira tal que sejamos para convosco como uma gota d’água lançada no mar.

Nós Vos pedimos que nos concedais uma devoção intensa à Sagrada Eucaristia, ao Sagrado Coração de Jesus, ao vosso Sapiencial e Imaculado Coração e, ó Mãe, em meio às tristezas de todas as crises contemporâneas, dai-nos cada vez mais devoção ao Papado, à Santa Igreja Católica, Apostólica, Romana, com seu caráter hierárquico, ordenado por vosso Divino Filho, sem as abominações com as quais seus inimigos procuram desfigurá-la.

Que se cumpra, minha Mãe, tudo quanto previstes em Fátima. E, sobretudo, que venha o vosso Reino, no qual desejamos ser os vossos escravos mais atentos, humildes e amorosos.

Estes pedidos nós Vos apresentamos por meio de nossos Anjos da Guarda, ó Sapiencial e Imaculado Coração de Maria!

Obra-prima da Inocência

Nascida de um conjunto de circunstâncias e, sobretudo, de graças especiais, a Sainte Chapelle não foi concebida apenas por um artista, mas por um ambiente e um modo de ser que caracterizou a alma medieval.

 

Lembro-me de quando, há muitos anos atrás, visitei por primeira vez a Sainte Chapelle, edificada por São Luís Rei a fim de abrigar uma preciosa relíquia: espinhos da coroa de Nosso Senhor Jesus Cristo. Ao entrar, fiquei encantado!

O recinto sagrado possuía dois patamares, sendo o inferior reservado aos servidores e empregados da corte.

Zeloso pelo bem espiritual de seus súditos, o Rei se comprazia em assistir à Santa Missa em presença de todos eles. Celebrava-se, então, o Santo Sacrifício na parte superior da capela para a corte, e, concomitantemente, na inferior para os criados.

Chamaram-me a atenção as proporções da parte inferior, que são inteiramente diversas do que encontramos habitualmente. Quando nos indagamos se o ambiente é alto, logo chegamos a uma conclusão negativa; porém, se nos perguntamos se ele é baixo, percebemos que tal afirmação seria exagerada. Esse ambiente possui uma proporção especial para quem nele se detenha a rezar, que poderia ser definido assim: um ambiente elevado, porém muito íntimo, como que o mais íntimo gabinete de Deus, ou sua mais interna sala. Esta atmosfera produz na alma uma perspectiva que concilia a elevação com a intimidade.

Como se consegue produzir essa sensação? É possível notar que todas as colunas são muito esguias e tênues, não demonstrando força rústica. Elas desabrocham como palmeiras, cujas folhas se encontram no teto. Abrem-se de modo tão harmonioso, gradual e perfeito, que causam a impressão de que o teto está a uma grande altura, onde acabam as folhas das palmeiras, ao mesmo tempo em que esta altura pode ser alcançada pelo homem. Fica-se assim misteriosamente elevado. Na intimidade sente-se uma grande elevação, e na elevação uma grande intimidade. O homem mede toda a grandeza de Deus, mas se sente atraído até Deus. Afetuosamente e carinhosamente elevado.

Doce e suave penumbra

Ao subir ao andar superior, vemos que a iluminação do ambiente emana dos belos vitrais, de tal forma que uma doce e suave penumbra era o elemento dominante desse recinto. Havia um presbitério com o altar para as celebrações litúrgicas, e as naves laterais onde permaneciam os fiéis. O ambiente fora feito para receber muitas pessoas em um pequeno espaço, ou ao menos causar a ideia de que o local era pequeno.

Porém o conjunto era melhor…

As ogivas exercem o seu incomparável fascínio sobre os espíritos. Nota-se como são belas; entretanto, vistas em conjunto, são mais bonitas do que cada uma em particular, à semelhança da Escritura quando diz que Deus, ao criar o universo, repousou no sétimo dia, considerando a obra que tinha realizado. E que se Lhe tornou patente que cada coisa era bela, entretanto o conjunto era superior a cada coisa em particular. Bem se pode aplicar esse princípio à Sainte Chapelle. Todas as colunas são belas, as pinturas as tornam ainda mais belas, mas o conjunto é muito superior a tudo. O mais belo é o conjunto.

Toda a leveza, delicadeza e elevação da Sainte Chapelle fazem-se notar não apenas no teto ou na torre, mas também num detalhe: um florão, no qual pousou um anjo. A figura do anjo está numa tal proporção com o florão, que se diria que, ao menor movimento dele, o florão vergava e ele perderia o equilíbrio. É semelhante a um pássaro que pousasse sobre uma flor

O ângulo formado por ambas as partes das ogivas causam a impressão de que o teto está apertado. Entretanto, essa forma esguia aumenta o efeito de leveza. Pois quanto mais o teto é espaçoso, tanto mais causa a impressão de rude, enquanto que, tanto mais estreito, maior é a impressão de que vai atirar-se ao céu. Também a torre do campanário é como um gráfico do desejo do homem medieval de subir até Deus. O próprio colorido do céu aumenta a beleza da Sainte Chapelle, pois ela seria mais bonita imaginada no meio das nuvens e construída no céu, do que nesse vale de lágrimas.

Monarca guerreiro para um reino de paz

A imagem de São Luís proporciona uma ideia real do que poderia ter sido esse santo rei. Vê-se nele uma indiscutível majestade real. Não a majestade de um rei agressor e anexador de terras que não lhe pertencem, mas de um monarca defensor, firme e tranquilo de seus direitos, seguro de terras que recebeu e sobre as quais tem o direito de mandar. Um rei guerreiro, que combate se necessário, por ser o seu dever, para manter a integridade do seu reino. Sua fisionomia traduz uma determinação e uma decisão admiráveis.

A atitude e a fisionomia de São Luís causam a impressão de calma, segurança, e de uma determinação a qualquer extremo, no caso de ter de lutar, que demonstram bem o rei cruzado e batalhador que teve guerras para sustentar, mas que soube orientar essas guerras de tal modo que não só saiu-se vitorioso, mas proporcionou a seu povo um reinado de paz.

O irrealizável feito realidade

Poder-se-ia afirmar que a Sainte Chapelle é feita de vitral, de tal forma o que há de pedra é o estrito necessário para sustentar os vitrais e escorar o teto. O restante é todo feito de cristal ou de vidro tão bem trabalhado na diversidade de cores, na precisão dos desenhos e na elegância das formas, que chega a tocar no inimaginável.

Ao entrar nessa capela, tem-se a impressão de que o irrealizável tornou-se realidade, e o que surge à mente é a seguinte ideia: “Não pensava que fosse possível, com os elementos desta terra, realizar uma coisa tão semelhante ao Céu.” Realmente, isso se tornou possível devido à Fé.

Caso esse edifício não fosse concebido por almas elevadas à vida sobrenatural pela graça — remidas e resgatadas pelo sangue preciosíssimo de Nosso Senhor Jesus Cristo, que lhes abriu as portas do Céu e lhes infundiu a abundância da graça —, e construído em séculos de Fé, por sua própria capacidade o homem jamais cogitaria uma maravilha como essa.

Extraordinária inocência

A Sainte Chapelle deixa entrever uma extraordinária inocência de alma, o que permitiria chamá-la a Capela da Inocência. Para conceber algo assim, a alma precisa ser profundamente inocente. A Sainte Chapelle é a obra-prima da temperança, nela tudo é lindo, magnífico e arrebatador. Porém, com um equilíbrio que permite à inocência atingir o auge de seu entusiasmo. Auge sereno, calmo, refletido, o qual frutifica em meditação e contemplação.

 

Plinio Corrêa de Oliveira, (Extraído de conferência de 12/4/1989)

Oração: Mãe também dos pecadores

Ó Deus, infinitamente bom e justo, tendes o direito de estar irado contra mim, que tanta ofensa Vos fiz. Entretanto, vossa Mãe é também a minha, e Ela conserva para comigo solicitudes, cuidados e paciências que todas as verdadeiras mães têm para com seus filhos. E nesta incansável misericórdia de Maria, tenho eu posto todas as minhas esperanças. Sede, pois, ó Senhor, paciente para comigo, porque assim o é vossa Santíssima Mãe!

Plinio Corrêa de Oliveira (Extraído de conferência de 22/4/1992)