Se possível fosse reunir numa única mãe as perfeições de todas as mães que houve e haverá até o fim do mundo, e constituir em seu espírito o mais requintado equilíbrio das virtudes maternas, fazendo dela um modelo de bondade e paciência, de força e solicitude extraordinárias — essa mãe ainda nada seria em comparação com a Mãe por excelência, Maria Santíssima, da qual nasceu Jesus.
Virgem e Mãe
Não há título maior que o de Mãe de Deus, nem foi dado a uma criatura ser elevada a uma honra superior à conferida pela maternidade divina.
Contudo, Nosso Senhor Jesus Cristo preza tanto a virgindade que desejou fosse sua Mãe, além de imaculada e adornada de todos os dons do Céu, igualmente virgem. Para isso, operou em favor dEla um estupendo milagre que excede à nossa imaginação: Maria permaneceu virgem antes, durante e depois do parto. Segundo a bela comparação que fazem os teólogos, assim como Nosso Senhor saiu do sepulcro sem esforço, assim deixou Ele o claustro materno, sem detrimento da inviolada virgindade de Maria Santíssima.
Nunca se ouviu dizer….
Mãe da Igreja e Rainha do mundo
São Luís Maria Grignion de Montfort diz que os Santos dos últimos tempos estarão para os das eras anteriores como carvalhos em comparação com graminhas. Isso por causa das orações extraordinárias que Nossa Senhora fará nessa ocasião.
Ela, como Mãe da Igreja, Rainha dos homens, Rainha do mundo, estará ainda mais associada ao curso dos acontecimentos. Suas orações também penetrarão como nunca até então, no âmago da História.
E enquanto o Inferno vomitar os mais horrendos monstros, Maria Santíssima suscitará, pelos desígnios da Providência sobre a História e a humanidade, esses homens extraordinários diante dos quais Moisés, Elias e outros Santos ficariam deslumbrados.
Mãe da Igreja e Rainha do mundo
São Luís Maria Grignion de Montfort diz que os Santos dos últimos tempos estarão para os das eras anteriores como carvalhos em comparação com graminhas. Isso por causa das orações extraordinárias que Nossa Senhora fará nessa ocasião.
Ela, como Mãe da Igreja, Rainha dos homens, Rainha do mundo, estará ainda mais associada ao curso dos acontecimentos. Suas orações também penetrarão como nunca até então, no âmago da História.
E enquanto o Inferno vomitar os mais horrendos monstros, Maria Santíssima suscitará, pelos desígnios da Providência sobre a História e a humanidade, esses homens extraordinários diante dos quais Moisés, Elias e outros Santos ficariam deslumbrados.
Plinio Corrêa de Oliveira (Extraído de conferência de 1/11/1994)
Revista Dr Plinio 212 (Novembro de 2015)
Incansável e maternal proteção
Nossa Senhora está presente na ininterrupta luta que cada homem trava contra seus defeitos, para adquirir maiores virtudes. E ainda que não nos lembremos d’Ela, Maria intercede por nós no alto do Céu, com uma misericórdia que nenhuma forma de pecado pode esgotar.
Nossa Senhora não é um refúgio apenas os que tenham cometido faltas leves, mas também para os autores de pecados de gravidade inimaginável e para os culpados das ingratidões inconcebíveis. Pois é próprio da grandeza da Mãe de Deus, na qual tudo é admirável e extraordinário, ser um imenso e perfeito refúgio. Desde que o pecador se volte para Ela, a Virgem Santíssima cheia de bondade o protege, concede-lhe toda espécie de perdão, limpa-lhe a alma, dá-lhe forças para praticar a virtude e o transforma de filho pródigo em homem bom e fiel.
Plinio Corrêa de Oliveira
Cristo Rei
Nosso Senhor Jesus Cristo é Rei da Igreja. E, antes da Revolução Francesa, o Divino Redentor era considerado Rei também da sociedade civil; de tal modo que as leis da Igreja eram automaticamente leis do Estado. Há quase cinquenta anos, Dr. Plinio percebia as negações ou as tímidas afirmações da Realeza de Cristo. O que recomendava ele naquela ocasião?
A ideia da realeza de Nosso Senhor Jesus Cristo veio desde a vida terrena d’Ele mesmo; interrogado por Pilatos se era rei, Jesus disse: “Sim, Eu sou Rei” (Jo 18, 37).
Encontramos manifestações várias e títulos diversos de Cristo como Rei, já na Igreja primitiva. Temos até a figura do Cristo Pantocrator, ou seja, Cristo Rei, porque Pantocrator quer dizer Senhor de todas as coisas. Ele está sentado sobre um trono que é o arco-íris, o sinal da aliança de Deus com os homens. E do alto desse trono Ele governa todas as coisas: a Igreja gloriosa, a Igreja padecente e a Igreja militante, como o Rei esperado por todos os séculos, Nosso Senhor Jesus Cristo dominando tudo e Senhor de tudo.
Rei por direito de nascimento e por direito de conquista
Essa ideia de Cristo Rei envolve uma noção que é a seguinte: não só de todas as coisas, mas especialmente de todos os homens Nosso Senhor Jesus Cristo é Rei. E é Rei no sentido de que, enquanto Filho de Deus encarnado e nosso Redentor, Ele adquiriu um direito verdadeiro da realeza sobre nós. E esses dois títulos não se confundem um com o outro.
O primeiro título, poder-se-ia dizer, é por direito de nascimento. Porque há um princípio que estabelece o seguinte: na hierarquia dos seres, quando um deles é imensamente superior ao outro, adquire uma autoridade sobre esse outro. E com fundamento nisto Ele, que é homem verdadeiro, ligado por união hipostática à Segunda Pessoa da Santíssima Trindade, tem uma superioridade infinita sobre todos os seres do universo. E não só como Deus, mas na sua humanidade, Jesus é Rei de todos os homens porque é a cabeça do gênero humano, a mais alta criatura existente no gênero humano. Nosso Senhor é Rei do gênero humano pela união hipostática e na sua humanidade santíssima.
Ele é Rei também como Redentor, porque conquistou o gênero humano, sacrificou-se, se imolou na Cruz, e essa imolação salvou a humanidade do Inferno, abriu as portas do Céu para os homens. Com seu Sangue, Jesus conquistou a humanidade, adquiriu sobre ela um direito régio.
De maneira que a realeza de Cristo tanto pode ser contemplada meditando-se Nosso Senhor sobre um trono, quanto no alto da Cruz. Porque do alto da Cruz, por direito de conquista, Ele se tornou Rei de todo o gênero humano.
A realeza de Nosso Senhor na sociedade espiritual e temporal
Qual é a conclusão disto?
O gênero humano pode ser considerado como pertencendo a duas espécies de sociedades: a espiritual e a temporal. Nosso Senhor Jesus Cristo é Rei da sociedade espiritual, a Igreja Católica. Se o Papa reina na Igreja, é como Vigário de Cristo, quer dizer, como representante de Cristo. Porque o verdadeiro Rei da Igreja Católica, no sentido pleno da palavra, é Nosso Senhor Jesus Cristo.
A Igreja é uma instituição monárquica, antes de tudo porque ela tem um Rei, que é Nosso Senhor Jesus Cristo. O Papa, como Bispo de Roma, é indissolúvel e definitivamente o Vigário de Cristo, reina sempre em nome de Cristo, e o poder das chaves exercido pelo Papa é um poder que Cristo deu a seu Vigário. O verdadeiro Rei da Igreja Católica é Nosso Senhor Jesus Cristo.
Devemos analisar a realeza de Nosso Senhor Jesus Cristo sobre a sociedade temporal. A esse respeito, fazem-se as seguintes considerações sobre a separação entre a Igreja e o Estado que não são muito exatas:
A Igreja tem uma finalidade espiritual, o Estado uma finalidade temporal. A Igreja conduz os homens ao Paraíso, e o Estado mantém a vida terrena. A partir disso, fica-se com uma ideia de que Nosso Senhor Jesus Cristo é Rei da Igreja, mas que o Estado não tem verdadeiro Rei, e sobretudo os Estados católicos não devem reconhecer Cristo como Rei.
Esse princípio é profundamente falso. O Estado, enquanto Estado, tem Nosso Senhor Jesus Cristo como Rei. E o efeito concreto disto é a obrigação que tem o Estado de aplicar as leis de Nosso Senhor Jesus Cristo; e se não as aplica se coloca em estado de revolta contra o seu verdadeiro Rei.
E qual é a aplicação dessas leis de Nosso Senhor?
Antes de tudo, reconhecer a Igreja Católica como a única Igreja verdadeira e oficial; aplicar todas as leis da Igreja como sendo automaticamente leis do Estado. É o que se fazia antes da Revolução Francesa. De maneira tal que não era preciso que uma lei da Igreja fosse ratificada pelo rei do país, pelo Poder Público; entrava em vigor pelo simples fato de que a Igreja as tinha promulgado. As autoridades eclesiásticas eram objeto de continências e honras oficiais, porque eram autoridades públicas, e autoridades públicas porque autoridades da Igreja verdadeira do Deus verdadeiro que era Rei do Estado.
Toda a vida civil se organizava no terreno cultural, artístico, e em todos os aspectos, de acordo com a lei de Nosso Senhor Jesus Cristo; isto era uma aplicação do princípio de que Cristo é Rei da sociedade humana.
Verdadeiros soldados de Cristo Rei
Isto, que entre nós são noções tão familiares, se esquece, e de vez em quando é preciso lembrar porque tudo quanto se ouve não só tende a fazer esquecer essas verdades, mas até a negá-las. De maneira que ficamos habituados à ideia de que o Estado é leigo, de que por sua própria natureza nada tem a ver com religião e por causa disso ignora, desconhece Nosso Senhor Jesus Cristo.
Então qual é a razão de lembrar essas noções?
Uma coisa é ter na mente esses princípios teoricamente. Outra é ter disso um senso vivo e contínuo, como algo que está à flor da pele. De tal maneira que em todas as ocasiões da vida civil em que notarmos estar sendo negada a realeza de Cristo, isso deve nos causar dor, tristeza e indignação.
Esse laicismo que caminha para um positivo ateísmo em todas as coisas, deve nos ferir de forma a vivermos na sociedade de hoje num estado de exilados, como alguém que reside num lugar onde tudo está posto de cabeça para baixo, e vive num protesto interno e contínuo disto. É assim que por toda a parte anda o fiel vassalo, o fiel militante de Cristo Rei.
É só assim que nós podemos ser verdadeiros soldados de Cristo Rei. Não adianta ter na cabeça, no “mundo da lua”, uma porção de ideias de Cristo Rei, sem que a todo o momento não estejamos percebendo as negações, ou as palidíssimas e timidíssimas afirmações da Realeza de Nosso Senhor Jesus Cristo.
Lembro-me de que, quando fui constituinte em 1934 — depois isto se repetiu nas outras constituições, com estes ou aqueles termos —, vi um exemplo claro disso no preâmbulo proposto por um deputado católico muito ardoroso e muito aplaudido: “O povo brasileiro, pondo sua confiança em Deus e constituído em assembleia soberana, resolve tal coisa.” Como quem dissesse: “Deus, você é um Guaçu que está lá em cima e pode me estragar ou ajudar muito as coisas. Quero, portanto, que você seja um amigo. Mas “ex auctoritate propria” eu faço o que desejo. E ponho minha confiança para que você faça dar certo.”
No próprio instrumento em que se afirma confiar em Deus, está negada a Realeza de Deus. Isto é uma coisa que um católico possa ver sem amargura? Não pode. E quando ele vê sem amargura, não é um verdadeiro devoto de Cristo Rei.
O modo mais autêntico, elevado e sublime de realizar o Reino de Cristo
O carregar dia e noite, a todos os momentos, em todas as ocasiões, essa amargura, essa tristeza — mas tristeza militante! — de que a realeza de Nosso Senhor Jesus Cristo está sendo subestimada aqui, negada lá, injuriada acolá, isto nos deve caracterizar.
E na festa de Cristo Rei devemos ter muito em vista essas considerações para compreendermos bem qual é a formação que precisamos adquirir; devemos ter aqui a atitude e a postura de exilados. E lembrar que, para além dessa tristeza, Nosso Senhor Jesus Cristo Rei tem uma promessa para nós: a realização do seu Reino do modo mais autêntico, mais elevado, mais sublime que se possa imaginar, que é por meio da Realeza de Maria Santíssima. É o Reinado de Nossa Senhora, que na fímbria do horizonte se anuncia na promessa de Fátima: “Por fim o meu Imaculado Coração triunfará”.
Então precisamos ter um horror da situação atual e um desejo ardente da situação para a qual estamos sendo solicitados, e que nos é dado como uma promessa. Este deve ser o nosso estado de espírito contínuo, em todas as ocasiões e em todos os momentos.
Ter isto bem em vista e pedir a Nossa Senhora a graça da presença contínua dessa ideia é algo que convém muito rogar em nossas orações a Cristo Rei.
Plinio Corrêa de Oliveira (Extraído de conferência de 20/10/1964)
O universo e a ordenação da alma humana
Ao recordar como sua alma de menino foi se abrindo para a compreensão da ordem posta por Deus na criação, tendo o homem como seu elemento central, Dr. Plinio refuta a ideia — latente em muitas correntes de pensamento atual — do “universo fechado”, no qual o Criador não interviria, ausentando-se dele, quase como um estranho…
Em geral se toma contato nos cursos secundários com a ideia de que o universo no qual existe o planeta Terra em que vivemos, e os corpos celestes que gravitam em torno dele, é ordenado de modo a formar um todo. Essa noção é verdadeira.
Um erro freqüente: “o universo é fechado”
Porém, não raro se introduz um equívoco nessa concepção, ao se afirmar que esse todo é regido única e exclusivamente pelas leis da ciência, e quem as conhecesse, saberia tudo a respeito do universo. Ou seja, tratar-se-ia de um todo fechado, onde nunca penetra a influência nem a ação de seres extrínsecos — portanto, dos anjos e de Deus Nosso Senhor.
Segundo essa visão, o Altíssimo teria criado o universo, atirando-o depois no espaço, estabelecendo para ele determinadas leis. Deus foi o motor primeiro que fez com que todo o universo começasse a se mover, conforme a ordenação divina. Em seguida, o Criador se retira do panorama e não mais intervém. Cabe então às ciências descreverem as leis que Ele comunicou à criação.
E essas leis são tais que, se Deus e os anjos não existissem, a marcha e a ordem do universo continuariam as mesmas. Assim, sempre conforme essa concepção errônea, parafraseando um dito italiano, “Deus é uma coisa com a qual ou sem a qual, o mundo vai tal e qual”…
Não creio que algum professor tenha defendido explicitamente esse erro, mas ao lecionar suas matérias, fazem-no como se aceitassem e propugnassem essa ideia errada. Donde quase nunca uma pergunta de Ciências Naturais ou de História, por exemplo, chegar até Deus. E se surge uma notícia da interferência divina por meio de um milagre ou de uma ação extraordinária, ela é considerada alheia a qualquer aula, mesmo de Religião, pois não se é obrigado a crer — como se se tratasse de um dogma — que tal fato foi miraculoso.
Aliás, já no meu tempo de aluno, a “máquina” de ensino não considerava qualquer referência a Lourdes, embora se pudesse provar que os milagres ali operados eram autênticos.
Outro ponto. Na batalha de Lepanto deu-se um grande milagre em favor da armada cristã. Se um professor muito católico tratasse desse episódio, diria: “Terminado o confronto, consta terem os soldados comentado entre si que, no fragor dos acontecimentos, Nossa Senhora lhes apareceu”. Consta, porque a História não pode registrar uma aparição como um fato verídico, pois é matéria religiosa.
Em suma, o mundo é fechado. Deus o criou e depois as leis da ciência o explicam. E episódios da própria história da Igreja são por muitos considerados sob esse ângulo. Por exemplo, nas vésperas da batalha de Ponte Mílvia, Constantino viu no céu uma Cruz envolta pelos dizeres (que, aliás, durante algum tempo figuraram no brasão do Brasil imperial): “In hoc signo vinces” — Com este sinal vencerás! Ora, se narrarem a história de Constantino, escreverão: “Durante um sonho ele viu tal coisa”. O fato foi autêntico ou não? Não explicam e fica-se no terreno dos sonhos e da irrealidade.
A Fé, um “rationabile obsequium”
Cumpre salientar que uma adequada explanação desse tema é de grande alcance para a formação católica, pois relegá-lo a uma espécie de meio-silêncio, habitua as pessoas a terem dúvidas a respeito da verdade religiosa, leva-as a uma diminuição da fé e das certezas absolutas. Ora, os fatos a que me referi ocorreram para favorecer as certezas da Fé. Esta se adquire mediante a adesão ao que está revelado por Deus no Antigo e no Novo Testamentos e é ensinado pela Igreja. São Paulo qualifica a Fé de “rationabile obsequium” (Rm 12, 1), ou seja, uma homenagem, um obséquio da razão que, analisando os motivos, crê.
Pelas demonstrações filosóficas e pelos milagres, Deus nos oferece um imenso acervo de razão para se crer, e Ele quer que a nossa maior certeza na vida seja a Fé, a ponto de chegarmos a dizer: “Tudo bem pensado e maturado, a certeza de que a Igreja Católica é a verdadeira vem a ser mais plena do que a própria evidência”. Se eu utilizar bem as regras do raciocínio, convenço-me da existência de Deus e de seus predicados, da eternidade, santidade, de que a Revelação é autêntica e, portanto, de que há uma Igreja infalível, pois Nosso Senhor Jesus Cristo o revelou. Se isso não é assim, o raciocinar humano está errado.
Não creem porque não querem mudar de vida
Contudo, poder-se-ia objetar: por que algumas pessoas raciocinam e não chegam a essas conclusões?
Tal sucede, não em virtude de uma lógica errada, e sim porque se acham de má fé e rejeitam a influência da graça divina que as iluminaria para chegarem às conclusões acertadas. No fundo, julgam penoso admitir que a Igreja Católica é verdadeira, pois são obrigadas a cumprir uma série de mandamentos — para elas — desagradáveis. Portanto, não creem porque não querem mudar de vida.
Ora, para se provar a existência de Deus e a divindade da Igreja Católica, bastaria considerar o universo.
A ordem humana necessita de uma Igreja infalível
A esse propósito, recordo-me de quando era menino, e ouvia pessoas comentarem ao contemplar um céu estrelado: “Que coisa linda! Vejam como tudo está bem organizado!”, etc. E na medida que era possível ao intelecto de uma criança formular considerações dessa natureza, no meu espírito infantil vinha o seguinte pensamento: “Essa ordem no firmamento é realmente bela; mas, neste nosso mundo, onde está a organização? Em geral, cada pessoa se acha em desacordo com outra. E se, de fato, salvo nas vias da graça, não se consegue convencer ninguém a praticar a virtude, como explicar que tudo no universo foi feito maravilhosamente, mas o elemento central dele, que é o homem, esteja em desordem?”
Imaginemos um quadro pintado de modo primoroso, que pretende representar uma linda fisionomia, a qual entretanto possui o nariz em forma de batata. Ora, se o centro do rosto são o nariz e os olhos, aquela deformidade acaba desqualificando o artista. Assim, se no elemento central da criação visível há desordens, como vou me extasiar com a ordem existente no firmamento? Eu me arrasto no caos interno das minhas impressões, volições, dos meus pensamentos, e a ordem está posta lá no alto, nas estrelas?
Seria como se eu mostrasse a uma pessoa faminta, maltrapilha, um palácio todo iluminado e lhe dissesse: “Ali se realiza um magnífico banquete que você deve admirar”. A resposta dela viria imediata: “Como assim?! Estou morrendo de fome, e você quer que eu admire um banquete do qual não posso participar?”
Quer dizer, é um contra-senso. Portanto, ou o Criador concebeu algo para pôr em ordem a mente e a alma do homem, sua obra-prima, centro de todo o universo, ou Ele deixou ali uma “batata”, o que seria absurdo admitir.
A solução nos aparece com a Igreja infalível, fundada por Nosso Senhor Jesus Cristo, que ordena a alma e o pensamento humanos. Desde São Pedro até o Papa reinante, há uma linhagem de pontífices que ensina infalivelmente a verdade. Não apenas quando manifestam a vontade de definir, mas também através do magistério ordinário quando, pela continuidade dos ensinamentos papais, esta mesma continuidade torna um ensinamento infalível.
Se acreditarem nessa infalibilidade da Igreja, todas as pessoas ficam com suas mentes ordenadas a respeito do essencial. Esta ordem é superior a todas as outras, e confirma a supremacia da obra-prima da criação visível.
O universo não é fechado
Quando tomei conhecimento do dogma da infalibilidade pontifícia, fiquei entusiasmado e pensei: “Agora me sinto como um homem que andava sobre penhascos, com medo de cair e, de repente, avisam-lhe que há um corrimão no qual pode se apoiar. Que alívio! Posso contemplar o panorama sem receios e respirar tranquilamente. Sinto minha própria falibilidade, mas a existência de uma instituição natural e sobrenatural, que desde Jesus Cristo até nossos dias ensina sempre a mesma Fé, sem nenhum erro, dá-me segurança, explica-me tudo.”
Se eu não tivesse fé e, analisando todas as religiões, notasse que apenas uma dissesse de si mesma ser infalível, nela eu acreditaria. Pois esta é a Santa Igreja Católica Apostólica Romana. Creio que — para me valer de uma comparação — o contentamento de Colombo ao descobrir a América não é nada perto da alegria que senti quando encontrei a infalibilidade pontifícia!
Deus, ao instituir uma Igreja verdadeira, tinha de fazê-la infalível. A Igreja Católica é como uma coluna forte que resiste a todas as investidas. Interrogando-a, ela emite um som de bronze e nos dá uma resposta sublime. Então, nos ajoelhamos, encantados por termos sido convencidos.
Chegamos, pois, à conclusão de que o universo não é fechado. Há o mundo visível e o invisível, os quais necessariamente se relacionam. Veremos, noutra oportunidade, como se efetua esse relacionamento e as belezas que dele se depreendem.
(Continua em próximo artigo)
Plinio Corrêa de Oliveira (Extraído de conferência em 10/8/1979)
Razão de nossa perseverança
Se é verdade que devemos sempre invocar o maternal auxílio da Santíssima Virgem, com maior razão cumpre fazê-lo em vistas à nossa perseverança final. Conforme a súplica que repetimos amiúde na Ave-Maria, peçamos a Ela interceda por nós, pobres pecadores, na hora de nossa morte, e nos conceda a graça de sermos fiéis no último momento de nossa existência. Ninguém sabe como são as batalhas interiores, as tentações derradeiras que afligem uma alma prestes a se separar do corpo. Nesta ocasião, nada pode nos valer mais do que o socorro da Mãe de misericórdia, a razão de nossa perseverança em meio aos graves perigos espirituais que corremos. E ela o é, sobretudo, no último.
Plinio Corrêa de Oliveira (Extraído de conferência em 16/2/1971)
Arautos e escravos de Maria
Saudando um grupo de jovens que se haviam consagrado à Santíssima Virgem como escravos de amor, segundo o método de São Luís Maria Grignion de Montfort, Dr. Plinio, chamando-os de “arautos de Nossa Senhora”, os incentiva a ir por toda a Terra, cheios de confiança, proclamar as grandezas da Rainha do Universo.
Caríssimos arautos de Nossa Senhora! Vós sabeis, sem dúvida, que os arautos eram aqueles que os reis antigos mandavam a todos os lugares para proclamarem as suas ordens. Naqueles tempos não havia imprensa, nem rádio, nem televisão, e os monarcas, para comunicarem suas ordens, precisavam enviar homens especializados para isso.
Símbolo, porta-voz e transmissor das ordens do rei
Esses homens chegavam aos lugares principais das cidades, montando corcéis fogosos, trajando um hábito especial, e às vezes tocavam algum instrumento para avisar à cidadezinha adormecida que eles lá estavam. Todo mundo deixava as suas ocupações, a rotina tranquila e um pouco sonolenta da vida de todos os dias, para ouvir as ordens e as novidades que o arauto transmitiria.
Ele traria notícias de guerra ou de paz? Viria anunciando um nascimento ou uma morte na família real? Comunicaria um decreto lançado pelo rei, uma anistia ou uma condenação feita por um tribunal em nome do monarca?
Sem dúvida, ele vinha transmitir as vontades do rei, e por isso o arauto era objeto de grande respeito por toda parte por onde passava. Ele era o porta-voz do monarca, que transmitia suas ordens, como que um embaixador e símbolo do rei. Então, símbolo, porta-voz e transmissor das ordens: esses eram os aspectos principais da função de arauto.
O nome “arautos de Nossa Senhora” não é um título qualquer. Nenhum homem sério usa uma designação para dizer algo superficial, mas para significar alguma coisa que tenha sentido e importância. E se, há pouco, fostes chamados, a plenos pulmões, “arautos!”, ou este termo tem uma aplicação ao vosso caso, ou então as palavras não significam mais nada.
A preocupação do arauto não é a de evitar a morte, mas de cumprir sua missão
Ora, a verdade é a verdade, o bem é o bem, o belo é o belo, o erro é o erro, o mal é o mal, e a hediondez é a hediondez. Os campos estão separados e os arautos de Nossa Senhora vão pelo mundo afora para anunciar os direitos d’Ela, proclamar a vontade de Deus que se exprime através da Santa Igreja Católica Apostólica Romana, da qual vós sois não porta-vozes, mas filhos, que conheceis, amais e venerais os ensinamentos dela, e por causa disso os difundis por toda parte por onde ides.
É lindo ser arauto, realmente! Mas eu vos pergunto o que é mais bonito: ser arauto durante o dia, na hora em que todo mundo está acordado, em que o arauto é cercado de homenagens; ou é ser arauto durante a noite?
Noite negra, espessa, cheia de nuvens, onde não brilham nem sequer as estrelas; tem-se a impressão de que a Lua deixou de existir, do Sol nem se fala, a natureza parece toda ela dominada pelas trevas. Numa circunstância assim, atravessando obscuridades cheias de ciladas, de perigos, de incertezas, galopa um homem com coragem: este homem é o arauto.
Se, por ventura, surgirem inimigos, ele tem uma espada bem temperada, um braço forte e, sobretudo, uma Fé fecunda, e combate! Se ele morrer, como no caso de Roland, aparece São Miguel para ajudá-lo a ir para o Céu. A preocupação dele não é a de não morrer, mas de cumprir sua missão.
O arauto chega ao seu destino; é noite, todo mundo está adormecido. Ele toca a sua corneta, faz soar o sino da igreja, mas a população não se levanta. Entretanto, ele campeia de tal maneira em grandes e heroicas cavalgadas pela cidade, que alguns acabam acordando: assoma-se a uma janela um velho de carapuça na cabeça para olhar o que está acontecendo lá fora; depois, acorda a mulher, os filhos…: “É o rei que mandou um arauto, vamos ouvir o que ele diz!” Dali a pouco todos vêm, e é proclamada a vontade do rei.
Em meio às trevas do campo, o arauto abandona a cidade rumo a outros lugares. Ele desperta, coliga, faz com que as vontades se ordenem para cumprimento dos desígnios do rei.
O arauto proclama a aurora do Reino de Maria
Eis vossa missão nesse mundo que se encontra na meia-noite do pecado, nessas trevas densas onde quase tudo é corrupção, imoralidade, terror. Vós percorrereis, como arautos, as ruas, as praças e os ambientes que vós frequentais, para dizer:
“Ouvi a grande nova! Os filhos de Nossa Senhora vão se multiplicando pelo mundo. Acabou-se a época em que apenas o vício tinha coragem de existir. Fugi trevas, o sol do Reino de Maria está começando a se levantar! Por toda parte Maria Santíssima está suscitando seus filhos que A aclamam bem-aventurada! Esses filhos têm cânticos de Fé, de pureza, de coragem, de esperança e de alegria. Chegou a hora em que eles se multiplicam pelo mundo, e tu, impiedade maldita, prepara-te para fugir!”
Esta é a razão de serdes arautos de Nossa Senhora. E para que transmitais bem o pensamento d’Ela, as pulsações de seu Coração materno e imaculado — ordenado, nos dizem as Escrituras, “como um exército em ordem de batalha”1 —; para este efeito vós, bem unidos a Ela, acabais de vos consagrar como escravos de amor à Sabedoria Eterna e Encarnada, pelas mãos de Maria.
Ir para a frente, lutando contra o inimigo externo e o interno.
O que quer dizer “escravos de amor”? São aqueles que não se fizeram escravos por medo, por imposição, mas livremente; consideraram o que a Igreja ensina a respeito da Santíssima Virgem e, ajoelhados diante de uma imagem d’Ela, disseram:
“Minha Mãe, Vós sois tão admirável, medianeira tão certa, tão direta e tão necessária por vontade de Deus, junto a Nosso Senhor Jesus Cristo, que eu dobro os meus joelhos. E, por ser batizado, já estou consagrado a vosso Divino Filho, mas ratifico hoje, em vossas mãos, esta consagração. Ficai com tudo quanto é meu, minha Mãe, tomai conta de minha inteligência, de minha vontade, de minha sensibilidade, para que minha inteligência, robustecida e esclarecida nas vias da Fé, creia em Vós com toda a força; minha vontade, que concorre para o ato de Fé, seja firme e decidida; para que, nos momentos de dificuldades, eu tenha força e vá para a frente, quer seja diante do inimigo externo que caçoa de minha pureza e de minha Fé, ao qual enfrento com serenidade, quer seja o inimigo interno — muitas vezes mais perigoso — e que me oferece os seus presentes imundos.”
A verdadeira vida é viver e morrer por Nossa Senhora, para que Ela tome nosso ser e o santifique, dando-lhe dons, glórias e graças que por si mesmo jamais teria, e o apresente a Nosso Senhor Jesus Cristo.
Metáfora da maçã na bandeja de ouro
São Luís Grignion de Montfort nos propõe a famosa metáfora da bandeja de ouro e da maçã. Na Europa, a maçã é uma das frutas mais comuns. Este santo imagina, então, um pobre que não tem outra coisa para oferecer ao rei a não ser uma maçã, e não tem coragem de oferecê-la diretamente ao soberano, porque vê que ela não vale nada. Então, procura a mãe do rei e lhe diz:
“Senhora, por favor, eu não ouso me apresentar a ele, mas apresentai vós este pobre presentinho meu: é uma maçã, minha mãe!”
O Rei é Deus, glorioso, três vezes Santo; é Nosso Senhor Jesus Cristo, Segunda Pessoa da Santíssima Trindade encarnada; e a Mãe é a Virgem Maria que, com pena, manda um Anjo trazer uma salva de ouro, na qual põe a maçã e, irradiando as virtudes que em grau tão excelso só Ela possui, se dirige ao seu Divino Filho e diz:
“Meu Filho, é uma maçã; é tão pouco, e Vós tendes tanto mais. Mas, neste momento, quero Vos oferecer isso.”
Por ter vindo pelas mãos de sua Mãe Santíssima, na salva de ouro que são os méritos d’Ela, o Rei no Universo recebe a maçã comprazido, como se fosse um fruto do Paraíso.
Assim são as nossas orações. O que elas valem? Contudo, ao pedirmos a Nossa Senhora que as apresente a seu Divino Filho, Ela Lhe dirá: “Meu Filho, essa oração é tão pouco, mas aquele que a ofereceu Eu o quero como a um filho. Fazei de conta que é um grande dom”.
E Jesus responde:
“É um grande dom, pois veio por vossas mãos, minha Mãe!”
Portanto, confiai sempre! Por menor que sejam os dons que tenhais a oferecer a Nossa Senhora, oferecei-os. Mais ainda — serei arrojado no que vou dizer —, se pecardes, não ofereçais o vosso pecado, pois é um fruto do Inferno, mas dizei: “Minha Mãe, dai-me arrependimento, por favor! Um arrependimento como teve São Pedro, que chorou a vida inteira por ter renegado a Nosso Senhor três vezes. Minha Mãe, dai-me arrependimento, e a primeira lágrima que eu chore, peço-Vos, ponde na salva de ouro e ofertai a Ele!” Ela o fará certamente.
Essas palavras conduzem à confiança, à alegria e à luta pela virtude. Confiança, alegria e luta são os estados de alma que eu vos desejo neste grande dia. Arautos, ide e proclamai por toda a Terra Nossa Senhora, Rainha do Universo!
O boletim do Colégio São Luís
Acabo de falar em confiança. Eu sei de um menino que era aluno do Colégio São Luís, e que fez uma falsificação de um boletim. Esse menino, tão longe de ser menino hoje, vos está falando neste momento. No colégio, davam-se duas notas para cada matéria: aproveitamento e comportamento.
Minha mãe costumava dizer-me, para me formar, e eu tomava muito a sério: “Eu não faço tanta questão de nota de aproveitamento. Se você não aproveitou as aulas — os professores são dos melhores de São Paulo —, é porque você é burro, e ninguém tem culpa de ser burro; seria como se eu tivesse um filho doente; não há culpa em ser doente. Se você fosse burro, eu teria pena, olharia para você e diria: ‘Pobre Plinio, é burro!’ Mas eu tocaria a vida com o Plinio burro. Agora, nota baixa em comportamento, não! Porque significaria que você é ruim, e isso eu não tolero; ruim não pode ser”.
E quando distribuíram meu boletim no colégio, veio com boas notas de aproveitamento. Depois, em comportamento, 10 em todas as matérias — era a nota máxima —, mas em Geografia, seis. Tratava-se de um professor com quem eu não simpatizava muito, meio caprichoso, e eu sabia não merecer aquela nota, porque era um aluno bem comportado. Então pensei:
“É, aquele homem, que me olha atravessado, não gosta de mim e percebeu que eu também não gosto dele, e me bateu esse seis na cabeça. E agora, como vou me arranjar? A minha mãe vai ficar indignada comigo e eu não tenho culpa!” Não tive dúvida, peguei a minha caneta e escrevi por cima, 10.
Vendo o que havia feito, refleti: “Minha mãe não vai acreditar nisso, eu fiz uma bobagem. Ela vai ver o que estava escrito embaixo e será pior”. Eu tinha uns dez ou onze anos. Estava chovendo e ocorreu-me, então, a seguinte ideia: “Já sei o que fazer: vou levar este boletim na chuva e deixar cair água em cima deste infortunado 10; assim borra tudo isso, o que eu escrevi e o que estava embaixo. Quando ela me perguntar, vou dizer que abri a minha caderneta na chuva e que a página se encheu de água.”
Então fui para a chuva e abri o boletim. Mas não havia meio de cair uma gota d’água na referida nota. Afinal, caiu uma gota, mas fez um riacho ali, e ficou uma coisa indescritível!
Indignação de Dona Lucilia
Dona Lucilia sabia que era o dia da distribuição de boletins. Cheguei a casa procurando disfarçar, distraí-la para ela não pedir o meu boletim. Mas foi em vão…
— Plinio, onde está o boletim? — perguntou-me.
— Está aqui — respondi.
Ela o abriu, olhou e exclamou:
— O que é isto?!
Não ousei chamá-la de “meu bem”, como de costume, e contei-lhe a verdade.
Ela me disse:
— Pelo que me conta, você é um estelionatário!
Estelionatário é quem falsifica documentos, mas a palavra me pareceu uma chicotada no ar. Pensei: “Estelionatário, que crime horrível, com nome tão pesado! Amanhã eu entro no São Luís e os meus colegas vão apontar: ‘Aqui está o estelionatário’, e se afastam todos de mim”.
Mamãe acrescentou:
— Fique sabendo que, na segunda-feira, vou mandar seu pai ao Colégio São Luís para verificar qual foi a sua nota. Se você realmente mereceu esse seis, você vai para o Colégio Caraça, em Minas Gerais.
O Colégio Caraça era um excelente colégio, mas tinha em São Paulo uma fama, completamente injusta, de ser um estabelecimento de ensino severíssimo, uma espécie de penitenciária para meninos. Eu fiquei horrorizado. Imaginem: Caraça… E, depois, longe de mamãe!
”Salve Rainha, Mãe de misericórdia…”
Eu estava assim, nessa angústia, quando chegou o domingo e fui à Igreja do Coração de Jesus, onde eu costumava assistir à Missa. Comecei a rezar e, de repente, meu olhar fixou-se na imagem de Nossa Senhora Auxiliadora. Vendo-a tão nobre, tão afável, tão amável, vieram-me aos lábios as palavras “Salve Rainha”. Salve, em latim, quer dizer “eu te saúdo”, mas eu tinha a impressão de que significava “salvar”, “agarrar-me”. E pensei:
“Aqui está o que eu preciso! Salve Rainha, Mãe de misericórdia… Mãe, e Mãe de misericórdia, que coisa boa, hein! Mamãe é tão boa, mas Nossa Senhora é incomparavelmente melhor do que mamãe. Ah! vou arranjar esse caso com Ela.” Rezei a Salve Rainha inteira, várias vezes.
Não tive uma visão nem revelação, mas ficou-me a impressão de que a imagem me olhava e dizia: “Olhe, eu arranjo isso, meu filho”.
No dia seguinte, meu pai foi falar com o reitor do colégio que, depois de averiguar a nota nos registros, afirmou:
“Isso foi uma criancice sem nome do Plinio! Ele tinha a nota 10, porém o funcionário que copia as notas errou e escreveu seis. Se seu filho dissesse que se julgava objeto de uma injustiça, eu teria mandado verificar e eu mesmo poria a nota certa no boletim dele.”
Meu pai contou isso à minha mãe, que me disse:
“Está bem desta vez. Mas nunca mais repita isso, senão, da próxima vez… Caraça.”
Pensei, aliviado: “Nossa Senhora me ajude para eu não fazer uma outra bobagem desse gênero.”
Encerremos, portanto, nossa reunião, rezando a Salve Rainha.
Plinio Corrêa de Oliveira (Extraído de conferência de 10/10/1987)
Revista Dr Plinio 188 (Novembro de 2013)
1) Ct 6, 10.