Carlos Magno: Fundador da Europa católica

Carlos Magno difundiu a cultura, favorecendo a formação de mosteiros onde se formava a Literatura. Foi coroado Imperador pelo Papa, em Roma. Ele aparece na História como um gigante que, ao mesmo tempo, liquida todos os elementos de deterioração e de agressão, e começa a implantar o que hoje é a Europa.

 

A certa altura da História do Ocidente, Carlos Magno aparece como evangelizador dos povos habitantes das regiões que constituíam, então, o centro histórico ocidental, ou seja, toda a orla do Mediterrâneo, compreendendo a Europa, Ásia Menor e África.

Bárbaros pedem licença para se fixarem dentro do Império Romano

O equilíbrio das situações e das forças era completamente diferente. A Ásia era o continente cultivado, florescente, com as grandes tradições, a grande cultura, a grande arte, os grandes impérios,  etc. A Grécia, que ainda era um foco de civilização nos primeiros séculos de nossa era, havia entrado em decadência, tinha sido invadida por outras populações, já não era mais o que fora. A Itália e toda a Europa aquém do Reno e do Danúbio estavam invadidas por bárbaros. Esses bárbaros eram germanos, depois normandos – de uma origem germânica também –, hunos que deram origem  aos atuais húngaros magiares, invadiram a Europa por vários lados.

O Império Romano do Ocidente, que cobria a Europa Ocidental, resistiu durante muito tempo. Mas com o luxo, a degradação dos costumes, etc., o desejo de batalha dos romanos do Ocidente foi  caindo. Eles foram pondo uma resistência cada vez menor aos bárbaros que queriam invadir. Em determinado momento, os bárbaros, situados para além do Reno e do Danúbio, mandaram  comunicar aos chefes militares romanos, colocados ao longo do Reno e do Danúbio, que eles estavam fugindo por sua vez de um invasor mais bárbaro, o qual vinha por detrás. Não sabiam quem  era – tratava-se dos hunos –, mas estava vencendo e acossando a eles. Então, a fim de poderem fazer uma resistência eficaz, pediam licença aos romanos para atravessarem o Reno e o Danúbio e  se fixarem dentro do Império Romano. Assim, eles ficariam protegidos pelos rios e poderiam lutar contra os hunos mais facilmente.

Os bárbaros invadem o Império Romano…

Os romanos acharam que isso era muito inteligente, porque os bárbaros, os germanos, lutariam contra os hunos. Uns aniquilariam outros, e os romanos ficariam sem combater uns e outros.

Estas são as falsas espertezas dos civilizados apodrecidos, muito parecidas com as falsas espertezas dos burgueses de hoje, diante da investida do socialismo, do comunismo. É a mesma  mentalidade. A mentalidade do podre, do decadente, é assim. Eles não só consentiram, mas os soldados romanos ajudaram a estabelecer pontes de madeira para que os bárbaros, os quais tinham sido, durante séculos, mantidos para além dos rios, os atravessassem.

Eles então invadiram o Império, e os hunos, em vez de entrarem pelo Reno, vieram pela Hungria e invadiram o Norte da Itália, o território que seria hoje a Áustria, e foram até Roma. Átila ia  destruir Roma, e o Papa foi de encontro a ele e lhe pediu, como Vigário de Cristo – o chefe dos hunos não era católico, nem mesmo cristão –, que poupasse a cidade de Roma. E Átila contou que  viu no ar uma figura majestosa, venerável, poderosa – era São Pedro –, a qual com espada o ameaçava se fosse por cima de Roma.

Então ele teve medo e voltou atrás. Foi o único fator que conseguiu fazer com que Átila recuasse. O Papa regressou a Roma e a cidade foi poupada.

Vejam, então, a podridão do Império Romano. Os romanos não conseguiram reter os bárbaros, São Pedro conseguiu. E a aparição do primeiro Papa, no ar, fez com que Átila gradualmente se  retirasse da Itália e voltasse para a Panônia – a antiga Hungria –, e se afundou naquelas terras.

…e não queriam que seus filhos estudassem, pois ficariam moles como os romanos

Portanto era a hora de os bárbaros irem embora também. Mas nem se falou disso, pois eles estavam estabelecidos e abancados lá. Então o que fazer? Os governadores e os soldados romanos  tiveram medo dos bárbaros e todos fugiram. Mas da Santa Sé veio uma ordem para todos os bispos e padres não abandonarem seus postos.

Deveriam permanecer nos cargos e continuar a exercer seu ofício, tentando converter os bárbaros. É uma coisa extraordinária realmente. Resultou daí uma situação assim: muitos bárbaros eram  tão bárbaros que eles não conseguiam dormir nas cidades romanas, porque diziam que sentiam falta de ar devido às casas que havia em volta. Aquelas casas tiravam o ar deles. Então iam para o  mato ou o campo, durante a noite, para dormir; e pela manhã voltavam para fuxicar na cidade, o que eles achavam naturalmente interessante, agradável. De um lado.

De outro lado, não queriam que os filhos deles estudassem, porque diziam que se o fizessem ficariam moles como os romanos. E que para ter meninos guerreiros, a fim de tocar a eterna guerra  deles, o único jeito possível era que não estudassem. Eles queriam conservar a barbárie porque tinham horror à civilização; confundiam civilização com podridão. Não eram católicos, mas pagãos.

Para terem ideia de como se foram espalhando pelo Império, eles entraram na França, cobriram essa nação, invadiram a Espanha, Portugal, transpuseram o Mediterrâneo, entraram pela África e  cobriram quase todo o Norte desse continente.

Foi, portanto, uma população imensa que se transmudou, mas que destruiu tudo na sua passagem. A administração romana se retirando, os bárbaros ficaram governando.

Constantinopla e  Alexandria

Podem imaginar o que era governo de bárbaros. As estradas romanas eram as melhores do mundo. Começaram a cair, porque de estrada é preciso cuidar. Se não tem quem cuide,  começa a nascer vegetação na estrada, acontece de tudo. Como esses bárbaros nem tinham ideia de como organizar a proteção de uma estrada, isso tudo ia se deteriorando. As pontes caiam, eles  não consertavam. Ficavam aqueles  abismos, não se podia transitar. Grupos de bandidos circulavam de um lado para outro, não havia polícia. Era o caos mais completo que pode haver.

Para abreviar a narração, os  romanos começaram a se casar com as bárbaras, os bárbaros com as romanas, e foi se formando uma sociedade composta de civilizados podres e bárbaros insuportáveis. Pairava sobre esse caos a  bênção da Igreja, ensinando, batizando, distribuindo os sacramentos quanto podia, dando exemplos de virtude, suscitando Santos que, vivendo no meio deles, iam gradualmente amansando a barbárie e corrigindo a podridão.

De toda esta história apareceu uma população mista, semibárbara, incomparavelmente mais atrasada do que o mundo oriental que tinha sua grande capital em Constantinopla – depois Bizâncio  –, que era a sede do Império Romano do Oriente. Não confundir com o Império Romano do Ocidente, que tinha sede em Roma, às vezes em Milão, enfim, na península itálica. Constantinopla,  lindíssima cidade do Estreito de Bósforo, com uma parte construída na Europa e outra na Ásia.

 E depois os povos da Ásia Menor, dos quais muitos eram ricos e altamente civilizados. Isto ia até o Egito. E a outra grande cidade oriental, não europeia, com civilização, portanto, oriental,  influência grega muito forte, era Alexandria, no Egito. Eram as duas grandes cidades famosas no mundo inteiro. Para esse pessoal dos Bálcãs e do Sul do Mediterrâneo, prevalecia a ideia de que a Europa era uma caipirada. Tinham razão. Uns bárbaros, uns cafajestes, com os quais não havia grande coisa a fazer.

Invasões dos maometanos e dos vikings

No meio de tudo isso, com acontecimentos históricos que seria muito longo narrar, foi gradualmente aparecendo a nação que é a primeira da Europa contemporânea a nascer das mãos da Igreja, a  rança. Depois as outras nações foram se convertendo, a ação dos Santos, da Hierarquia, foi apaziguando esses povos, e se podia supor que as coisas relativamente começassem a melhorar, quando outras circunstâncias imprevistas vieram perturbar tudo isso. As circunstâncias foram tríplices.

Em primeiro lugar, uma invasão maometana. Maomé – também é outra coisa interminável para se contar – fundou uma religião nova, segundo a qual Jesus Cristo era apenas um profeta. Dizia  Maomé que existia um só Deus, Alá, e Jesus Cristo, mero profeta de Alá, não era Homem- -Deus unido hipostaticamente à Segunda Pessoa da Santíssima Trindade. Maomé estava animado por  um ódio terrível aos católicos.

Essa religião começou a atuar no Oriente Próximo, mas depois se estendeu pelo Egito e todo o Norte da África. Os maometanos destroçaram o que restava de romano católico e de bárbaro católico.  Invadiram a Espanha e, de invasão em invasão, chegaram até o coração da França, em Poitiers.

Mais ou menos ao mesmo tempo, uma parte dos bárbaros, que não tinha atravessado o Reno e o Danúbio, começaram a invadir de novo as terras católicas, a França, a Alemanha, etc. E o que agravava mais a situação era que um povo muito estranho, como até então não tinha aparecido na História, principiou a agredir a Europa.

Era um povo pagão, de origem germânica, cuja característica principal estava no seguinte fato: o povo inteiro – os famosos vikings – migrou em barquinhos pequenos com proas lindas, e os vikings eram navegadores excelentes. Puseram-se a atacar o litoral europeu e descer pelos rios franceses até o coração da França.

De maneira que tudo era novamente um caos. Primeiro ocorreu a invasão dos árabes, depois a dos germanos. Mas houve também uma ação gloriosa: os convertidos germano-romanos, animados por missionários, sobretudo irlandeses, empreenderam a penetração pacífica, mas muito mais perigosa que todas as outras, no território germânico para converter os germanos.

Surge Carlos Magno

Aquilo que era um renascer do mundo católico se encontrava exposto a terríveis perigos. Foi então que apareceu a figura famosa de Carlos Magno. O que fez Carlos Magno? Ele impôs sua  autoridade a todos que eram descendentes de gauleses, romanos e germanos, essa mistura. Levou sua autoridade até a ponta da Espanha.

No Norte da Espanha, em Santiago de Compostela, visitando a catedral, me falaram de uma capelinha construída por ordem de Carlos Magno, em estilo românico, que fica encaixada na
escadaria da catedral. Eu fiz questão de visitá-la, porque queria prestar homenagem a essa reminiscência do Imperador Carlos e o meu culto a Deus Nosso Senhor, que assim foi glorificado por esse grande homem.

De outro lado, Carlos Magno entrou na Itália e apaziguou a ferro os bárbaros que lá havia. Ele apoiava os missionários e, segundo notícias que desconfio serem falsas – não tive tempo de estudar a  fundo –, punha para os bárbaros germanos esta alternativa: quem se converte está bom; quem não se converte vai morrer. E assim organizou matanças que, notem bem, a Igreja não aprovou. Ele  empregava processos drásticos.

Um desses processos era o seguinte: os germanos, que estavam além do Reno, acreditavam estupidamente na divindade de um carvalho que havia ali, chamado Irmensul, o qual eles diziam que  deitava raízes até o centro da Terra.

Carlos Magno disse: “Vou mostrar a vocês o que é esse carvalho ‘divino.’” Mandou arrasar a árvore. “Olhem o deus de vocês.” Arrasado o carvalho, os germanos não tinham nada que fazer, estava  liquidado o caso.

Um protetor ardorosíssimo da Igreja Católica

Por sua valentia, sua personalidade extraordinária, seu heroísmo, Carlos Magno de tal maneira adquiriu prestígio sobre aquela gente, que foi reconhecido como o soberano aquelas regiões.

Numa noite de Natal, rezando na Basílica de São João de Latrão, que é a Catedral dos Papas em Roma, o Pontífice o coroou como Imperador do Ocidente, fundando assim o Sacro Império Romano que durou exatamente mil anos.

No começo, Carlos Magno não queria, mas afinal de contas, vendo ser vontade do Papa, aceitou. Terminada a Missa, foi aclamado por todo o povo como Imperador do Ocidente, do império que só  terminou no século XIX, quando Napoleão o declarou extinto. Carlos Magno foi um protetor ardorosíssimo da Igreja Católica. Defendeu-a contra os invasores maometanos e bárbaros. Nos últimos
anos de sua vida, os germanos estavam começando a invadir o seu império, e ele ainda lutou contra eles.

Pouco depois ele morreu, tendo levado uma vida carregada de méritos. Esse homem extraordinário difundiu  a cultura, favorecendo a formação de mosteiros onde se estudava e se formava a  Literatura. Ele tinha por conselheiro um monge, Alcuíno, homem muito capaz que começou a fundar a cultura europeia. Então Carlos Magno aparece na História como um gigante, que ao mesmo  tempo liquida todos os elementos de deterioração e de agressão, e começa a implantar o que hoje é a Europa. É o Pai da Europa católica, apostólica, romana, que limpou de invasores grande parte da Europa. Por exemplo, Espanha e Portugal ele defendeu muito contra os árabes, mas em todo caso não bastou; somente no século XV os árabes foram expulsos da Espanha. Seja como for, a luta  foi-se efetuando e o núcleo da Europa de hoje foi ele quem fez.

Por causa disso ele é o Fundador da Europa, mas da Europa católica, que defendeu a população necessária para que a Europa fosse Europa. Ao mesmo tempo, Carlos Magno sobretudo defendeu e expandiu a Fé Católica.

E começou um movimento missionário que foi, ao longo dos séculos, até o Norte da Rússia, convertendo os povos do Mar Báltico. Por esta forma se constituiu a maior semente de cultura existente  o mundo, que foi, na História cristã, o continente europeu.

Ele foi Santo?

Uma vez que ele tinha tais méritos, pode-se perguntar qual foi seu papel diante da Igreja. Ele foi um Santo? A resposta que me parece melhor para dar a essa pergunta é: se um Santo tivesse feito  isto, ter-se-ia dito que é uma obra típica de um Santo, e de um grande Santo. De um dos maiores Santos da História da Igreja.

De outro lado, se ele tivesse sido um homem pecador – não que vive em estado de pecado mortal, mas que de vez em quando peca mortalmente –, dir-se-ia que não poderia realizar esta obra.  Porque é uma obra de apostolado insigne. E segundo Dom Chautard, no famosíssimo livro A alma de todo apostolado – que explica a doutrina da Igreja –, quem não possui vida de piedade intensa, não tem Fé, Esperança e Caridade intensas – são as virtudes teologais –, depois as virtudes cardeais, este não pode fazer uma obra de apostolado fecunda. Então, como Carlos Magno pôde fazer uma das maiores obras de apostolado de todos os séculos se não fosse muito virtuoso? Evidentemente é muito difícil explicar isso.

É verdade que há pontos nebulosos na história de Carlos Magno. Ele se casou com uma princesa da Lombardia – onde havia um povo bárbaro, que tinha ocupado o Norte da Itália –, depois se  separou dela e casou com uma outra. Houve uma anulação de casamento regular? Havia nulidade mesmo de casamento, ou isto foi uma transgressão do princípio através do qual o casamento é  indissolúvel?

Certas matanças feitas por ele a Igreja censura. Realmente não é fácil justificá-las. Dizer a um indivíduo “ou tu crês ou te mato” não se pode fazer. Nem obrigar uma pessoa a crer, ou a dizer que  crê, quando ela não acredita. E Carlos Magno, agindo desta forma, fez mal. Mas qual era o grau de conhecimento que ele tinha de que isto era ruim? Há uma porção de problemas a este respeito.

Católico, guerreiro e monarca por excelência

O fato é que a figura de Carlos Magno se projetou sobre toda a Idade Média. Ele foi o grande pró-homem da Idade Média, quer dizer, homem por excelência, católico por excelência, guerreiro por  excelência, monarca por excelência, Carlos Magno. “Magno” é a palavra latina que quer dizer “grande”: Carlos o Grande. Mas o adjetivo “magno” ficou de tal maneira colado ao nome dele que, mesmo nas nações onde o termo “magno” quase não se usa ou desapareceu de todo, ainda ninguém diz dele “Carlos o Grande”, mas “Carlos Magno”. Há uma magnitude que está inerente a ele.

 Em Aix-la-Chapelle, ele ia tomar águas. Devido a um incômodo qualquer de natureza gástrica, bebia essas águas que lhe faziam muito bem. E até hoje, em Aix-la-Chapelle, há uma fonte de água  mineral, chamada Fonte de Carlos Magno, onde as pessoas doentes da cidade a tomam gratuitamente.

Essa fonte jorra água noite e dia. As pessoas vão com garrafões e os enchem com aquela água. Bebem, faz bem para muita gente pelas suas propriedades químicas, não é uma água milagrosa. Foi  feita a análise química. Essa água fazia bem no tempo de Carlos Magno, e faz bem até hoje em dia. Na cidade de Aix-la-Chapelle ele tinha um palácio, do qual restam lindos vestígios. E mandou  construir a catedral onde assistia ao Ofício num trono, o qual se conserva até hoje e que nós tivemos a felicidade de oscular.

Nesse povo se manteve a ideia de Carlos Magno como um Santo. Desde os primeiros tempos do Imperador até nossos dias, em algumas cidades da zona, se celebra Missa em louvor do que eles  chamam o Bem-aventurado Carlos Magno, com permissão da Igreja. Comemora-se uma festa oficial naquela região, da qual toma parte todo o povo.

“Chanson de Roland”: uma das mais bonitas obras poéticas de todos os tempos

É extremamente improvável admitir a hipótese de que Carlos Magno não esteja no Céu. Porque, embora não tenha sido canonizado, a Igreja autoriza um culto a ele; é impossível imaginar que  esteja no Inferno. Entretanto, a Igreja ainda não se pronunciou a respeito da heroicidade de suas virtudes.

Só mediante um pronunciamento da Igreja infalível é que se pode generalizar o culto dele a todo o orbe católico.  Mas o modo como são tratadas as relíquias dele nessa catedral é como se tratam as relíquias de um Santo.

A vida de Carlos Magno inspirou uma das mais bonitas obras poéticas de todos os tempos, que é a “Chanson de Roland”. Roland, o sobrinho dele, seu principal guerreiro e braço direito, formava,  com outros onze guerreiros, os doze pares de Carlos Magno. Eram seus doze grandes guerreiros, seus grandes sustentáculos, que o ajudaram a fazer essa obra extraordinária de defesa e de  conquista.

Episódios da luta deles foram cantados na canção de gesta de Roland, que é uma verdadeira maravilha. Essa canção de gesta projeta a beleza da figura de Carlos Magno de modo extraordinário, e  contribuiu para formar uma atmosfera de respeito verdadeiramente religioso, por vezes tributado até por pessoas laicas.

Plinio Corrêa de Oliveira (Extraído de conferência de 9/12/1988)