Tudo acabou: “Consummatum est”.
Vossa cabeça pende inerte. Uma paz majestosa, suavíssima e divina se mostra em todo o vosso Corpo. Estais cheio de paz, ó Príncipe da Paz!
Mas em torno de Vós tudo é aflição e perturbação. Aflição extrema no Coração de Maria e no pugilo de vossos fiéis. Perturbação no universo inteiro: o Sol se obscurece, a terra treme, o véu do Templo se cinde, os algozes fogem.
Mas Vós estais em paz. Sim, porque tudo se consumou. Porque a iniquidade patenteou sua infâmia até o fim, e porque Vós patenteastes até o extremo vossa divina perfeição.
Pelos méritos superabundantes de vossa Paixão e Morte é dado aos homens reconhecer toda a beleza da luz e todo o horror das trevas. Para que sejam filhos da luz e irredutíveis inimigos das trevas.
Ao pé da Cruz está Maria. Que sublimes meditações se dão no íntimo d’Aquela de quem narra o Evangelho (cf. Lc 2, 51) que, já nos albores de vossa vida terrena, guardava no seu Coração todas as coisas que vos diziam respeito!
Imaculado Coração de Maria, Sede da Sabedoria, comunicai-me uma centelha, por pequena que seja, de vossa lucidíssima e ardorosíssima meditação sobre a Paixão e Morte de vosso Filho, meu Redentor, para que eu a guarde como fogo sagrado e purificador no íntimo de minha alma.