Instado por jovens discípulos a relacionar seu encanto pelo mar com seu filial afeto por Dona Lucília, Dr. Plinio demonstra o quanto a contemplação do olhar de sua bondosa mãe o incitava a admirar, ainda mais, o mar de perfeições postas por Deus em Maria Santíssima.
Pensando sobre o mar, múltiplas vezes lembrei-me de mamãe. E o por onde ela mais me recordava o mar, era o olhar. Olhar amplo, profundo, sereno, mas ao mesmo tempo firme e movimentado como o dela, poucas vezes em minha vida eu encontrei; se é que encontrei…
Lembro-me perfeitamente daquela fotografia dela, sentada sobre um banco de madeira e com a mão no rosto, numa atitude evidentemente contemplativa. O vaivém de seus pensamentos me davam a impressão do movimento nobre e sereno das ondas do mar, quando estão fora da tempestade, mas o mar não está parado.
O mar é bonito, sobretudo quando não está parado nem agitado. Mas quando movimentado, ele tem vida e é belo. E ao contemplar o olhar profundo, escuro, mas cheio de claridade de mamãe, eu gostava enormemente de pensar no mar.
Na última vez que estive junto ao mar, havia diante de mim uma linda fotografia de Dona Lucília, em tamanho quase natural, representando-a sentada num banco, como há pouco referi. E eu pensava: “A mente e o coração dela são grandes como o mar!”
Portanto, considerando o mar, mais de uma vez — ainda agora — pensei nela. Olhando para ela, quantas vezes pensei no mar!
Que ela reze por vós, e vos dê também a compreensão de tudo quanto havia de providencial, de belo, de enlevado que Nossa Senhora pôs na alma dela, para que sejam soldados do mar da Contra-Revolução, nesses dias de agitação. Soldados de Nossa Senhora é o que acima de tudo queremos ser.
Meus caros, tenho que ir andando. Mas eu vos vi um pouco, e já me deu satisfação. O mar é assim: quando passamos por ele e olhamos um pouco, já vimos muito.
Agora, o que me resta é rezar convosco por vós, ante Maria que é o mar, o oceano incomensurável no qual Nosso Senhor colocou qualidades perfeitas e magníficas. v
Plinio Corrêa de Oliveira (Extraído de conferência de 23/10/1993)
Revista Dr Plinio 185 (Agosto de 2013)
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