Concedei-nos a plenitude de vosso espírito

Ó Coração Sapiencial e Imaculado de Maria, imploramo-vos que torneis profunda a nossa formação e eficaz a nossa ação, para a vossa maior glória.
Assim, nós vos suplicamos que nos concedais a plenitude de vosso espírito, uma fidelidade inteira aos princípios da Contra-Revolução, e que nos abrais os olhos para conhecermos, rejeitarmos e combatermos as disposições de alma, os modos de ser, de pensar e de viver que caracterizam, no ambiente em que vivemos, a oposição à implantação do vosso Reino. Assim seja.

(Composta em 31/1/1967)

Sorrisos do alto da Cruz

Que Vos levaria, Senhor, a sorrir do alto da Cruz?
Vós vedes Maria. E ao lado da Virgem fiel, vedes os heróis da fidelidade: o Apóstolo virgem, as Santas mulheres, a fidelidade da inocência, e a fidelidade da penitência. Vosso olhar, para o qual tudo é presente, vê mais, pois se alonga pelos séculos, e Vos faz ver todas as almas fiéis que hão de Vos adorar ao pé da Cruz até o dia do Juízo. Vedes a Santa Igreja Católica, vossa Esposa. E por tudo isso sorris com o sorriso mais triste e mais jubiloso, o mais doce e mais compassivo sorriso de toda a História.
Entre as miríades de almas que seguindo a Maria estão ao pé da Cruz, e para as quais sorris, também está a minha, Senhor?
Humilde, genuflexo, sabendo-me indigno, entretanto eu Vos peço que sim. Vós que não expulsastes do Templo o publicano (cf. Lc 18, 6-20), pelas preces de Maria não rejeitareis para longe de Vós um pecador contrito e acabrunhado. Dai-me, do alto da Cruz, um pouco de vosso sorriso inefável, ó bom Jesus.
(Catolicismo, n. 148, abril de 1963)

Intimidade eucarística

Nunca seremos tão íntimos de alguém como de Jesus na Sagrada Eucaristia. Nem os mais altos Anjos do Céu têm com Ele a forma de união que nós, homens, temos recebendo a Comunhão. Um Anjo não pode comungar, pois não possui corpo. Ele goza da visão beatífica, está inundado de todas as graças do Céu, mas a Sagrada Eucaristia ele não recebe.
Aquele que é a Santidade condescende em vir até nós nas Sagradas Espécies. Que dom formidável permanecer trancado no sacrário o Homem-Deus, até o momento em que chegamos para comungar! Numa hora por nós escolhida, do modo como queremos, Ele vem e nos visita, mais intimamente do que a residência de Betânia, enquanto estava vivo na Terra. Porque naquela ocasião Nosso Senhor entrava na casa, mas não em Lázaro, Marta e Maria. Na Eucaristia, porém, Ele entra em nós.
Apesar da tibieza dos Apóstolos, que naquela mesma noite iriam abandoná-Lo, o Divino Redentor deu com alegria essa prova suprema de amor, e disse: “Desejei ardentemente comer esta páscoa convosco” (Lc 22, 15). Então, quando formos comungar, devemos pensar: “No sacrário, Nosso Senhor está desejando ardentemente ser recebido por mim, apesar de todas as minhas imperfeições. Com confiança irei para a Comunhão.”
(Extraído de conferência de 15/9/1973)

As virgens fiéis e as virgens loucas

As virgens loucas não se prepararam. As fiéis, sim. Desde quando estavam preparadas? A Parábola não o diz. Suponhamos que algumas o estivessem desde o primeiro instante e se foram quintessenciando até a chegada do Esposo. Oh, bem-aventuradas!
Algumas, de outro lado, se atrasaram? Certamente. Como, então, estavam prontas quando o Esposo chegou? A misericórdia baixou sobre elas; e porque estavam humilhadas e arrependidas, o azeite se renovou em suas lâmpadas.
Nossa Senhora dos humilhados e contritos!
Nossa Senhora dos confiantes filiais!
Nossa Senhora, Mãe de Misericórdia!
Rogai por nós!
(Anotações de Dr. Plinio. Domingo da Paixão de 1981)

Comungar em união com Nossa Senhora

Em virtude de uma extraordinária analogia, Nossa Senhora é o modelo de quem comunga porque, quando recebemos Nosso Senhor na Sagrada Eucaristia, passamos a ser, enquanto durar em nós a presença real, tabernáculos vivos do Santíssimo, como Maria o foi do Verbo Encarnado. Isto nos eleva a uma inimaginável dignidade.
Portanto, ao nos prepararmos para a Comunhão, devemos pedir à Santíssima Virgem que disponha nossos corações a receber convenientemente o Senhor Sacramentado: “Minha Mãe, vinde à minha alma, entrai em meu espírito e preparai-o para a visita de vosso Divino Filho! Concedei-me as disposições necessárias para comungar bem, ainda que de modo árido e insensível.”
Em seguida, peçamos que Ela esteja presente conosco no momento de oferecermos a Nosso Senhor Eucarístico os quatro atos de culto: adoração, ação de graças, reparação e petição. Que dizer a Jesus por meio de Maria? Por exemplo, isto: “Meu Senhor e meu Deus! Eu quereria vos amar muito mais do que vos amo; desejaria receber-vos neste instante com os faustos de um amor inexprimível, do qual, infelizmente, não sou capaz. Entretanto, como há em mim, ao menos, o pesar de não ser assim, peço-vos que aceiteis as adorações de vossa Mãe Santíssima como se minhas fossem. Eu A convidei à minha casa para que Ela vos recebesse em meu lugar. Portanto, sou eu que, de algum modo, vos recebo e pelos lábios de Maria vos adoro.”
E assim devemos proceder na ação de graças, na reparação e na petição, oferecidas a Jesus por intermédio da Santíssima Virgem. Deste modo faremos, com certeza, uma excelente Comunhão. Porque, ao entrar em nossa alma, Nosso Senhor encontrará, pelo menos, a lembrança de sua Santíssima Mãe, e o desejo de O receber em união com Ela. Este desejo e esta lembrança são imensamente eficazes para que Jesus se sinta bem acolhido. Porque Ele está bem onde se encontra Maria.
Este método de receber a Sagrada Eucaristia em íntima união com Nossa Senhora põe ao alcance de quem comunga todas as graças que Jesus Sacramentado proporciona a seus devotos sinceros.

(Extraído de conferência de 1/10/1966)

Para pedir um total desapego

Ó Coração Sapiencial e Imaculado de Maria, dotado dos maiores dons naturais e sobrenaturais, isento da mais leve sombra de defeito, Vós vos mantínheis desapegado de tudo, não querendo esses dons para aparecer aos olhos dos homens e nem sequer dos Anjos, mas exclusivamente para o amor, glória e serviço de vosso Divino Filho e da Santa Igreja, considerai o coração deste vosso filho, tão apegado às minhas qualidades reais ou imaginárias e até mesmo a meus míseros defeitos, e tende pena do estado de minha alma.
Vossa prece é onipotente. Alcançai-me, pois, a graça de uma transformação radical que me converta até os mais últimos fundamentos da minha alma, tornando-me totalmente desapegado de tudo e voltado para Vós, de sorte que eu alcance ser, por vossa misericórdia, um filho e escravo que prefira morrer a viver em uma Igreja devastada e sem honra, e viva da confiança de que a Revolução acabará e virá o vosso Reino. Assim seja.

(Composta em 12/10/1968)

Restauração da inocência

Sacratíssimo Coração de Jesus, por meio do Imaculado Coração de vossa Mãe Santíssima, nós vos pedimos perdão por todos os pecados e infidelidades que tenhamos cometido até o momento presente. Bem sabemos que eles devem ter maculado as nossas almas e diminuído o brilho alvíssimo e magnífico da inocência tão rica em flores e frutos da vida espiritual.
Certos de que essa inocência nos torna aptos a receber vossos reflexos, nós vos suplicamos, ó Jesus, por Maria, que restaureis na integridade e leveis até os últimos limites que desejardes a inocência outrora perdida. Assim seja.

(Composta em 1/10/1994)

Levai a bom termo a obra que encetastes!

Oh, minha Senhora e minha Mãe! Vosso Divino Filho ensinou que o homem sábio não para no meio de suas obras, mas, pelo contrário, leva-as a termo. É, pois, o oposto do estulto que principiou a construir uma torre e não pôde terminá-la.
Por obra vossa começou a se levantar em minha pobre alma, tão cheia de infidelidades e imperfeições, a torre do bom propósito de uma fidelidade inteira.
Como sois a Sede da Sabedoria, sem dúvida quereis levar a termo a obra que vossa misericórdia encetou. Mas – oh, apreensão! – esta edificação depende também de meu consentimento. E receio que, pelo peso de meus pecados, esta torre admirável fique inacabada.
Minha Mãe, tenho medo de minha liberdade. Tomai-a toda para Vós e disponde de minha alma de tal maneira que, por um extremo de vossa misericórdia, não me seja possível criar obstáculos à realização de vossos desígnios.
Fazei-me conhecer e amar o complemento misericordioso, e sem dúvida sublime, do que começastes a operar em mim, para que, sendo completa a vossa compaixão, seja também plena a minha entrega a Vós. Amém.
(Composta em 9/1/1968)

Súplica pela derrubada do poder diabólico no mundo

Ó Mãe e Rainha nossa, considerai como o vosso nome e o de vosso Divino Filho são ultrajados em toda a Terra pelas blasfêmias e violação contínua e ostensiva da Lei de Deus; como o imenso mar de impiedade já se estendeu por todo o orbe e ameaça cobrir as poucas ruínas da Cristandade que ele ainda não conseguiu abater inteiramente.
Considerai – oh, dor suprema! – que até na Santa Igreja Católica Apostólica Romana, nossa mãe infalível, indestrutível, santíssima e indizivelmente querida, o inimigo penetrou em proporções que aturdem e afligem nossas almas!
Olhai, ó Sede da Sabedoria, como tantas almas vão sendo devoradas pelo demônio nas trevas do erro!
Ó Mãe nossa, é vossa graça que nos inspira a indignação mais ardente, a rejeição mais profunda, a execração mais aguerrida contra o mal presente no mundo.
Ó Senhora, que sois terrível como um exército em ordem de batalha, vinde o quanto antes para derrubar esta ordem de coisas diabólica, atirar ao Inferno os demônios, ferir, dispersar e aniquilar em toda a face da Terra os sequazes de satanás e, por fim, implantar sobre a pedra angular da devoção a Vós a era bendita de vosso Reinado!
Humildemente imploramos que nos assistais com vossa força para sermos batalhadores terríveis e indômitos nos dias dos castigos que se aproximam. Assim seja.

Oração para a noite de Natal

Ó Divino Infante, eis ajoelhado diante de Vós mais um militante trazido pela graça obtida por vossa divina e celeste Mãe. Aqui está este batalhador, antes de tudo, para vos agradecer.
Agradeço-vos a vida que destes ao meu corpo, o momento em que insuflastes minha alma e o vosso plano eterno a meu respeito, segundo o qual eu deveria ocupar, por desígnio divino, um determinado lugar, mínimo que fosse, dentro da coleção dos homens para compor o enorme mosaico de criaturas humanas destinadas a subir até o Céu.
Agradeço-vos por terdes posto a luta no meu caminho, para que eu pudesse ser herói; todos os anos de minha vida passados na vossa graça, como também aqueles vividos fora dela, mas que foram encerrados por Vós num determinado momento em que abandonei o caminho do pecado.
Agradeço-vos, Menino Jesus, tudo quanto por vosso auxílio fiz de difícil para combater os meus defeitos, e por não vos terdes impacientado comigo, conservando-me vivo para que eu ainda tivesse tempo de corrigi-los até a hora de morrer.
Nesta noite de Natal, dirijo-vos esta prece, adaptando o Salmo que diz: “Não tireis a minha vida na metade de meus dias!” Não me tireis os dias na metade da minha obra, que meus olhos não se cerrem pela morte, meus músculos não percam seu vigor, minha alma não perca a sua força e agilidade, antes que eu tenha, por vossa graça, vencido todos os meus defeitos, atingido todas as alturas interiores que me destinastes a galgar e, por feitos heroicos realizados no vosso campo de batalha, vos tenha prestado toda a glória que de mim esperáveis ao me criardes!

(Composta em 23/12/1988)