Oração: Mãe também dos pecadores

Ó Deus, infinitamente bom e justo, tendes o direito de estar irado contra mim, que tanta ofensa Vos fiz. Entretanto, vossa Mãe é também a minha, e Ela conserva para comigo solicitudes, cuidados e paciências que todas as verdadeiras mães têm para com seus filhos. E nesta incansável misericórdia de Maria, tenho eu posto todas as minhas esperanças. Sede, pois, ó Senhor, paciente para comigo, porque assim o é vossa Santíssima Mãe!

Plinio Corrêa de Oliveira (Extraído de conferência de 22/4/1992)

Comunhão espiritual

Ó Santíssima Mãe de Deus, no momento em que me preparo para a comunhão espiritual, imploro vosso auxílio. Tenho em mente, de modo especial, o período santo e glorioso em que Nosso Senhor Jesus Cristo, vivendo em vosso claustro virginal, estava convosco, noite e dia. E Vos peço que, pelos méritos de tal fase de vossa vida, me obtenhais um desejo ardente de receber, em meu pobre coração, o Santíssimo Sacramento.

Também tenho em mente, ó Mãe Santíssima, a vossa Primeira Comunhão, quando da celebração da primeira Missa no Cenáculo. Com que atos inefáveis de adoração, ação de graças, reparação e de petição recebestes então em vosso peito o Santíssimo Sacramento! E pondero com enlevo que, segundo é licito crer, daí por diante a presença eucarística se conservou em Vós ininterruptamente até o último instante de vossa vida terrena. Quantos atos de piedade perfeitíssimos fizestes então a vosso Divino Filho, ó Mãe!

Creio com toda a alma na presença real de Nosso Senhor Jesus Cristo na Santíssima Eucaristia. E me recordo, neste momento, das numerosas Comunhões que tive a honra e o gáudio espiritual de receber ao longo de minha vida. Recordo-as com amor, gratidão e saudade, pois, para atender aos meus deveres de estado, estou privado dessa graça inefável, nas circunstâncias em que ora me encontro. A ideia de que, neste instante, eu poderia estar recebendo Nosso Senhor Jesus Cristo realmente presente na Sagrada Eucaristia me transporta de amor.

Não podendo comungar sacramentalmente neste momento, apresento-me, entretanto, a Ele na qualidade de escravo de amor. Faço-o por vosso intermédio, ó Santíssima Mãe de Deus e minha, e peço que me obtenhais um ardente desejo de receber a Comunhão sacramental agora mesmo, se tal fosse possível. E assim espero que esta comunhão espiritual seja bem acolhida pelo meu Divino Salvador.

Pelos rogos de Maria, os quais jamais deixais de atender, eu Vos peço, ó Senhor, que me obtenhais todas as graças necessárias para a minha pronta santificação. Amém.

Nossa Senhora do Santíssimo Sacramento, rogai por nós.

 

Plinio Corrêa de Oliveira (Composta em 22/8/1985)

Revista Dr Plinio 255 (Junho de 2019)

Viver para lutar ou morrer por Nossa Senhora

Ó Senhora de Fátima, Rainha combatida e, por ora, aparentemente derrotada; Rainha das lágrimas hoje, Rainha vitoriosa amanhã; Virgem Imaculada, assim predestinada por Deus antes de todos os séculos, e venerada no tempo e na eternidade!

Dai-nos a graça de que a consideração de vossa Mensagem, de vosso semblante e de vosso pranto desperte em nós a convicção de que a hora presente tem toda a gravidade trágica simbolizada por vossas lágrimas.

Tornai presente às nossas almas a infâmia do pecado imenso de Revolução e a gravidade apocalíptica do castigo que este merece. E não permitais que essas considerações desfechem num sentimentalismo vago, o qual – hoje mais do que nunca – seria criminoso.

Fazei-nos compreender que por vossas lágrimas quereis estimular-nos à luta entusiástica, heroica e incessante. De tal forma, ó Senhora, que desapareçam as escórias da Revolução em nossas  almas e, em face de vossos inimigos, sejamos guerreiros inflexíveis, leões de Judá, verdadeiros continuadores, na Terra, dos Anjos que expulsaram do Céu os espíritos rebeldes.

Fazei-nos homens de Fé, inteiramente puros, entusiasmados com as desigualdades harmônicas que constituem a ordem do universo; homens de disciplina e de abnegação, cujo pensamento  dominante até a implantação de vosso Reino seja só este: É melhor morrer a viver numa Igreja e num mundo devastados e sem honra. Viver, minha Mãe, é viver para lutar ou morrer por Vós.

Amém.

Plinio Corrêa de Oliveira (Composta em 1973)

Oração junto à imagem milagrosa

Mãe nossa, ajudai-nos misericordiosamente a ter sempre presente que ao longo das faces de vossas imagens correram lágrimas milagrosas. Compenetrai nossas almas da causa fundamental da tristeza de que destes mostra, ou seja, a Mensagem de Fátima não foi tomada em consideração. A humanidade, desvairada pela Revolução, tomou com menosprezo os pedidos, as promessas, as ameaças que então lhe comunicastes.

Por isso chorais. É o sinal de que a hora dos castigos está soando.

Entretanto, a indiferença continua completa na imensa maioria dos homens. Ela existe em parte – oh! dor! – naqueles que chamastes mais especialmente para tomarem consciência da gravidade imensa dessa situação, e se prepararem para os grandes dias que se aproximam.

Não permitais, Mãe de misericórdia, que esse estado perdure em nossas almas. Enviai vossos Anjos para expulsarem toda e qualquer influência diabólica que nos mantenha participantes na indiferença terrível com que o mundo de hoje considera vossas mensagens dadas em Fátima. Assim seja.

 

(Extraído de oração composta em 1973)

Ponde em mim os olhos de Vossa piedade

Minha Mãe, eu sei bem, ou ao menos julgo saber bem, quais são os meus defeitos. Receio, porém, ter uma noção hipertrofiada de minhas qualidades. Vós bem sabeis como é uma coisa e como é outra.

Não me interessa saber até que ponto minhas qualidades podem me obter o que eu preciso; nem me interessa saber até que ponto meus defeitos atraem sobre mim punições que eu poderia não sofrer se eu não os tivesse. Porque Vós vedes tudo isso e Vós rezais por mim com empenho de Mãe de Misericórdia. E onde entram os vossos méritos e a vossa súplica, o contributo de minha súplica é uma gota de água.

Entretanto, Vós quereis a oração de vossos filhos. Olhai, pois, para as minhas necessidades, elas são um bramido que se levanta a Vós, pedindo-Vos aquilo que eu preciso.

Tende pena de mim, ponde em mim os olhos de vossa piedade, e atendei-me.

Plinio Corrêa de Oliveira (Extraído de conferência de 22/11/1988)

Oração à Rainha de Fátima

Ó Virgem, Rainha de Fátima, cuja mensagem é a inspiradora de minha vocação e a garantia da autenticidade de minhas esperanças! A Vós devo o fato de haver sido chamado ao vosso serviço e a felicidade de, por meio de vários atos de fidelidade, ter enfrentado vossos adversários e proclamado a vossa realeza no momento em que tantos a combatem.

Dai-me a graça de Vos amar cada vez mais, para que Vos possa retribuir em lutas cada vez maiores. De tal maneira que, chegando o momento culminante de minha vida, em que de Vós eu tenha recebido tudo quanto a mim destinais, e retribuído tudo o que de mim desejais, obtenha de vossa misericórdia o prêmio demasiadamente grande de ver-Vos face a face, junto ao vosso Divino Filho, por toda a eternidade. Amém.

Plinio Corrêa de Oliveira (Composta em 4/5/1973)

Oração da restauração

Há momentos, minha Mãe, em que minha alma se sente, no que tem de mais fundo, tocada por uma saudade indizível. Tenho saudades da época em que eu Vos amava, e Vós me amáveis, na atmosfera primaveril de minha vida espiritual.

Tenho saudades de Vós, Senhora, e do paraíso que punha em mim a grande comunicação que tinha convosco. Não tendes também Vós, Senhora, saudades desse tempo?

Não tendes saudades da bondade que havia naquele filho que fui? Vinde, pois, ó melhor de todas as mães, e por amor ao que desabrochava em mim, restaurai-me: recomponde em mim o amor a Vós, e fazei de mim a plena realização daquele filho sem mancha que eu teria sido, se não fosse tanta miséria.

Dai-me, ó Mãe, um coração arrependido e humilhado, e fazei luzir novamente aos meus olhos aquilo que, pelo esplendor de vossa graça, eu começara a amar tanto e tanto!

Lembrai-Vos, Senhora, deste David e de toda a doçura que nele púnheis. Assim seja!

Oração à Mãe do Bom Conselho

Ó Mãe do Bom Conselho, eu Vo-lo suplico: falai no mais íntimo da alma deste vosso filho e escravo.

Tornai, assim, sempre presente a meu espírito a convicção de que são objetivas — e não meros frutos da imaginação — as graças que, segundo firmíssima tradição, concedeis a vossos devotos pelas “mudanças” de vossa fisionomia.

Convencei-me de que podeis instilar, desta forma, nas almas, convicções de confiança e paz que valham por verdadeiras promessas vossas.

Tendo em vista os auxílios providenciais que em várias ocasiões inesperadamente me concedestes, peço-Vos que acresçais ainda mais minha confiança, de sorte que ela se torne inabalável em todas as ocasiões.

Pela virtude dessa confiança, dai-me a certeza de que, através de graças avassaladoras, tornar-me-eis um perfeito cavaleiro vosso; exorcizai e enviai para longe de mim qualquer influência diabólica; e uni-me cada vez mais a Vós, para Vos servir na Terra e Vos louvar no Céu. Assim seja.

Plinio Corrêa de Oliveira

Oração pedindo a graça de rezar bem

Ó minha Mãe, olhai misericordiosamente para minha alma e obtende-me o espírito de oração pelo qual eu recorra sempre a Vós. E tanto mais recorra quanto mais me atenderdes, pois vossos favores nos incitam a pedir dons maiores.

Rogo-Vos ainda outra graça: a de Vos pedir tanto mais quanto menos parecerdes me atender. Pois Vós amais a oração insistente e confiante; quanto maior for a aridez ou a demora, mais apreciável será a graça que desde já nos preparais. Amém

Plinio Corrêa de Oliveira, Composta em 30/7/1971

Oração a Nossa Senhora do Brasil

Ó Maria, abençoai-nos, cumulai-nos de graças e, mais do que todas, concedei-nos a graça das graças: Ó Mãe, uni intimamente a Vós este vosso Brasil!

Tornai sempre mais maternal o patrocínio tão generoso que nos outorgastes. Tornai sempre mais largo e misericordioso o perdão que sempre nos concedestes.

Aumentai vossa largueza no que diz respeito aos bens da terra, mas, sobretudo, elevai nossas almas no desejo dos bens do Céu.

Fazei-nos sempre mais fortes na luta por Cristo-Rei, Filho vosso e Senhor nosso. De sorte que, dispostos sempre a abandonar tudo para Lhe sermos fiéis, em nós se cumpra a promessa divina do cêntuplo nesta Terra e da bem-aventurança eterna.

Ó Senhora Aparecida, Rainha do Brasil, com que palavras de louvor e de afeto Vos saudar no fecho desta prece? Onde encontrá-las senão nos próprios Livros Sagrados, já que sois superiora a qualquer louvor humano? De Vós exclamava, profeticamente, o povo eleito palavras que amorosamente aqui repetimos: “Tu gloria Ierusalem, tu lætitia Israel, tu honorificentia populi nostri” (Jt 15, 10).

Sois Vós a glória, a alegria, a honra deste povo que Vos ama!

Plinio Corrêa de Oliveira (Extraído do Jornal “Última Hora” de 12/10/1983)