Não posso me esquecer de uma noite em que eu estava no Rio de Janeiro, na qual eu tinha os olhos fixados na estátua de Cristo Redentor no Corcovado, cercada pela neblina levantada do mar.
Durante algum tempo era apenas um foco de luz, no qual eu não discernia nada; em determinado momento, batia o vento, fazia-se um pouco de claridade e eu percebia um dos braços e uma das mãos do Cristo Redentor, iluminados com aquela luminosidade especial, pois a pedra sabão, de que é revestido o monumento, reflete a luz projetada sobre ele.
Continuando o vento a soprar, aparecia a face do Cristo Redentor, depois o seu peito onde pulsa seu Sagrado Coração, em seguida os seus pés divinos que todos nós gostaríamos de oscular. E eu prestava atenção: em nenhum instante, por mais densas que fossem as névoas, a luz deixava de encontrar certo ponto de apoio no monumento; sendo apenas uma luz fixa sobre uma silhueta ou uma das mãos, que protege e abençoa, um coração palpitante de amor, ou uma face cheia de solicitude, em nenhum momento a neblina conseguiu apagar a figura do Redentor.
Com esta fé caminhamos para o futuro, quaisquer que sejam as circunstâncias. Pode ser que provações muito difíceis toldem nos nossos olhos as perspectivas da vitória, ou circunstâncias imprevistas coloquem para nós problemas que hoje ainda não são os nossos. Mas, para além das névoas, para além de tudo quanto pode tapar a verdade, no horizonte visual do brasileiro há algo que nada tira: é a imagem do Cristo Redentor, a Fé em Nosso Senhor Jesus Cristo. Esta Fé há de nos salvar!
Meus caros, o Brasil há de vencer, e é rumo a esta vitória que todos caminhamos com o passo resoluto e a alma cheia de fé.
Plinio Corrêa de Oliveira (Extraído de conferência 17/10/1978)